30/01/2011

Pelos Caminhos de Nuestra América

Em outubro de 2010 fui juntamente com Claudia Celi participar do 9º Encontro Nacional de Cicloturismo, em Sacramento-MG, nas beiradas da Serra da Canastra.
A ousadia valeu demais. Apesar de ser um encontro nacional apenas cinco representantes do Nordeste estavam presentes: Claudia, eu e, logicamente, três cearenses, que é a espécie mais cosmopolita que habita o universo.
Chegamos um dia antes da abertura, pois como bons nordestinos (Claudia é paraense, mas já mora no paraiso desde menina, já tendo inclusive aprendido a dizer bexiga lixa e estopõ balaio) somos precavidos. Depois que cuidamos da hospedagem fomos tratar de coisas técnicas: tomar uma cachaça mineira, umas cervejas geladas e beliscar uns nacos de queijo. Para delimitar o nosso território e mostrar que não viemos para brincadeiras, posicionamos nossa mesa bem na entrada do hotel, de modo a obrigar a todos que passassem a olhar para nossas fuças. Não demorou muito e chegou um cabra magrinho, de bigode fino e chapeu no melhor estilo dançarino de salsa. O cabra chegou mais perto e disparou a seguinte pérola: "macho, tu és de onde?". A resposta foi imediata, nós somos do Rio Grande do Norte e você não precisa nem dizer porque tá na cara que é cearense.
Começamos a jogar conversa fora e no meio do assunto o cabra revelou que tinha dado uma volta de bicicleta em torno da América Latina e que veio lançar seu livro e contar suas estórias no evento. Corri os olhos para a programação e conferi o nome do elemento: Rafael Limaverde. Daquele dia em diante  a bancada no Nordeste começou a se formar, sendo completada com Simão e Magno, outros dois cearenses que também honraran o encontro com suas presenças alegres e irreventes.
Ah, tenho que registrar que o time nordestino foi acrescido de Marcelo Viramesa, um paranaense de Curitiba, que se bandeou para nosso lado e revelou-se um grande companheiro.
O lançamento do livro de Rafael, PELOS CAMINHOS DE NUESTRA AMÉRICA - uma pedalada poética pelos confins do continente - superou todas expectativas. O cabra fez uma narrativa de sua viagem e conseguiu prender a atenção de todo mundo. Pra resumir: naquele dia mesmo uma pessoa com crise de hemorróidas sentiu vontade de subir numa bicicleta e pegar estrada.
Durante a fala de Rafael eu olhei pra Claudia e disse: vou levar esse maluco para o RN, pois tenho que dividir a emoção que estou sentindo com os demais Rapaduras.
Depois da palestra fomos comemorar o sucesso em uma mesa de bar e fiz o convite para Rafael lançar o livro e conversar com a galera potiguar. A resposta foi mais rápida do que imediatamente: vou, é só dizer a data.
De lá pra cá os contatos foram mantidos pela internet e na quinta-feira (27/01/2011) Rafael desamuntou do jumento lá no aeroporto Augusto Severo, sendo recebido por Haroldo Motta, Guilherme Lima, Amanda Lima e por mim. O resto da noite eu acho que já contei pra vocês, pois Haroldo Motta me convenceu a saborear a culinária francesa e eu topei. Pura doideira, pois da França eu só conheço "buchade e mão de vaque". Lembrei muito do Professor Raimundo: Je sois une salope? (serei eu uma rapariga?).
Depois da minha experiência franco-gastronômica seguimos para a residência da agradável senhora Francisca Motta, genitora de Haroldo Motta, que abriu as portas de sua casa para hospedar Rafael. Obrigado Dona Francisca.
Na sexta-feira foi treinamento para entrar no Big Brother. Passei a manhã todinha fazendo minha mudança e confesso a vocês que teve uma hora que eu pensei que ia ter uma passamento. Por muito pouco não joguei uma estante do quarto de Guilherme escada abaixo.
Mas se a minha manhã foi infernal, a de Rafael foi pior. O cabra cumpriu uma agenda de entrevistas e passou em praticamente todos os órgãos da mídia impressa, falada e televisada. No fim da tarde encontrei com ele e Haroldo Motta que já estavam na Siciliano tratando dos finalmentes. Ainda tivemos tempo de mandar fazer um banner para o evento.
A noite chegou e o espaço da Siciliano estava repleto de Rapaduras e passantes. Foi muito bom. Mais uma vez as expectativas foram superadas.
Ontem (sábado) foi o momento social. Levamos Rafael até a casa de Júnior Verona em Pirangi e lá encontramos Verinha, Paulo Victor, Mariane, Neta (a foia - depois eu conto esse causo) Serginho, Suzi. Antonino, Pollyana, Carlinhos, Marana, Genival, Humberto, Haroldo Motta e esposa, umas primas e uns amigos dos filhos de Júnior. Tomamos todas que tínhamos direito e outras mais. O cardápio foi no melhor estilo "pra fuder o cú de peixinho". Tinha de tudo: lagosta, bode, camarão, carne assada, codorna, avestruz, carapeba, tainha, feijão de todas as cores, rapadura, mel de furo, queijo, farinha e grapete.
Quando chegou a hora de ir embora o infeliz do cearense ainda não estava satisfeito e disse pra mim na maior cara de jatobá: "Macho, tu me deixas no bar do Roberto Carlos". Eu que não sou de levar desaforo pra casa fui juntamente com Claudia acompanhar o cidadão até o ambiente. Lá fomos recebidos pelo proprietário que já atendeu o pedido de Rafael e botou pra tocar a música Lady Laura, em homenagem a bicicleta que viajou dois anos pela América Latina. Como desgraça e coceira só presta se for de ruma eu liguei pra casa de Serginho. Já era quase onze da noite. Quem atendeu foi Suzi e pela voz eu acho que o homem ainda tava tirando o atrasado da viagem do elefante. Desculpe Serginho, mas garanto a você que não sou AF (atrapalha foda).
Acordei ariado às 08h00min da manhã pra deixar Rafael no aeroporto. No caminho deu uma dor de barriga em mim e a salvação foi o banheiro do Carrefour. Acho que a Covisa interditou o lugar depois que eu conclui a obra.
Deixei Rafael no aeroporto e pedi desculpas por não esperar o jumento da Webjet encostar e fiz carreira pra casa pra concluir o que tinha começado no banheiro do Carrefour. Tô blogando agora igual a um rei: sentado no trono.
P.S.: Dos livros que Rafael trouxe somente quatro não foram vendidos no evento, portanto, quem ainda não adquiriu faça carreira e vá comprar.
P.S.2.: Várias personalidades honraram o evento e vou destacar dois, homenageando todos os demais: repórter fotográfico Canindé Soares e Daivid, do Santuário de Pipa.
P.S.3.: O próximo lançamento será em Mossoró, no final de março, inclusive com a presença de Antônio Francisco, o poeta dos animais. Tá escutando Polary!!!

27/01/2011

Velotour 2011 - Circuito do Vale Europeu em Santa Catarina

AVENTURA, DESAFIO, DIVERSÃO

1 > 2 > 3 > 4 > 5
CONCEITO
Como é o evento
Cronograma
Dúvidas freqüentes
INSTRUÇÕES
aos participantes
TERMO
a ser assinado
HOSPEDAGEM
Onde ficar
Resrvas
PLANEJAMENTO
Roteiro
O que levar
1. CONCEITO
VELOTOUR NO CIRCUITO VALE EUROPEU
carnaval - 6 a 12 de março de 2011
Sete dias intensos pedalando por um dos mais procurados roteiros de cicloturismo do país. O Circuito Valeu Europeu, que fica em Santa Catarina, é todo sinalizado e estruturado para receber os ciclistas. Este roteiro é aberto e pode ser percorrido por ciclistas ao longo de todo o ano. Porém, no carnaval deste ano um grande grupo irá percorrê-lo em conjunto, numa viagem coletiva chamada de Velotour.
O Velotour não tem caráter competitivo, ao contrário, visa estimular o companheirismo e a interação com os outros participantes e com o local. A inscrição no evento será gratuita e cada participante é autônomo, isto é, cuida de sua própria hospedagem e alimentação, carrega seus próprios pertences e tudo o que for precisar durante a viagem. Os participantes levam suas ferramentas, seu alimento e água, pois não há carro de apoio. A idéia é realmente fazer uma viagem autônoma, porém sempre com a vantagem de estar próximo de muitas pessoas percorrendo o mesmo circuito.
ESTRUTURA
A estrutura é bastante simples. Os participantes recebem uma planilha do percurso e uma credencial do Velotour para ser preenchida ao longo da pedalada. Não há guias ou monitores. Mas no decorrer do percurso de cada dia, existem cerca de dois ou três pontos de controle (PCs), onde a credencial é carimbada por um membro da equipe Velotour, com os carimbos específicos (que pertencem ao Clube de Cicloturismo).
Ao final da viagem se o participante tiver passado por todos os PCs ele recebe um certificado de que completou o percurso (que é um carimbo especial de conclusão).
Os participantes não necessariamente precisam formar um grupo, já que cada um pode ir no seu próprio ritmo. No Velotour não há um carro de apoio para acompanhar e carregar bagagens.
Porém, existe um carro de resgate, geralmente no final do dia, para recolher ciclistas que por motivo de problema mecânico, esgotamento físico ou outro problema qualquer, não possam completar o trajeto.
O Velotour acontece todos os anos desde de 2008 no Vale Europeu e desde 2010 no Circuito Costa Verde & Mar.
PEDAL
Este Velotour terá 07 dias de duração divididos em duas partes. Nos primeiros três dias percorreremos o trecho do circuito de Timbó até Rodeio, conhecido como parte baixa. Após a conclusão da primeira parte o grupo que irá continuar, subirá para pernoitar na Fazenda Campo do Zinco. Quem não for subir encerra sua participação e pedala mais 16km retornando a Timbó.
Nos quatro dias seguintes o grupo irá finalizar toda a volta do circuito pedalando pela parte alta e retornando a Timbó no último dia. Ao todo serão cerca de 350km.
O dia que antecede o Velotour (sábado) será uma ótima oportunidade de integração dos participantes antes do início da viagem, em Timbó.
 
DIA
PROGRAMAÇÃO
 
05
SAB
Confraternização dos participantes em TIMBÓ
06
DOM
TIMBÓ – POMERODE
07
SEG
POMERODE – INDAIAL
08
TER
INDAIAL – RODEIO (ou CAMPO DO ZINCO)*
 
09
QUA
CAMPO DO ZINCO – DR. PEDRINHO
10
QUI
DR. PEDRINHO – ALTO CEDRO
11
SEX
ALTO CEDRO – PALMEIRAS
12
SAB
PALMEIRAS – TIMBÓ
 
13
DOM


* Para quem vai fazer apenas os 3 dias da Parte 1, de Rodeio retorna para o Timbó. O grupo que irá continuar no Circuito irá pernoitar na Faz. Campo do Zinco.

PERGUNTAS E RESPOSTAS
  1. Existe uma classificação de chegada no Velotour?
    Não. Também não há cronometragem da  chegada dos participantes. Não é uma corrida nem um evento competitivo. Na verdade o Velotour é uma grande celebração da bicicleta, tanto como meio de transporte, forma saudável de lazer e como ferramenta de interação com o meio e com as outras pessoas. O tempo do percurso só é limitado pelos horários de início e fim que em geral vão do amanhecer ao por do sol, e o participante gerencia o seu próprio ritmo.
  2. Posso colocar minha bagagem no carro de apoio?
    Não. O objetivo do Velotour é justamente criar uma situação de viagem real. Por isso não há carro de apoio e os participantes carregam sua bagagem. O carro de resgate passará somente uma vez no final do dia e não poderá ser utilizado como apoio.
  3. Iniciantes podem participar?
    Apesar de não ser necessária experiência em cicloturismo, o Velotour pressupõe bom preparo físico e experiência com bicicleta, pois serão muitas horas pedalando e não haverá estrutura de apoio nem guias.
  4. Menores de idade podem participar?
    Somente acompanhados de pais que irão pedalar, e mediante uma autorização por escrito, assumindo todas as responsabilidades e isentando a organização das mesmas. Não é aconselhado para menores de 12 anos.
  5. Todos recebem o Certificado de Conclusão?
    Todos os participantes que fizerem a totalidade do percurso pedalando (ou empurrando) e tiverem suas credenciais carimbadas em todos os PCs receberão o carimbo de Conclusão na credencial. Os participantes que não percorrerem todo o trajeto pedalando ou que não puderem completar o trajeto receberão um carimbo de Participação. Os participantes que desrespeitarem as regras do Velotour perdem o direito de receber os carimbos e o certificado. Participantes que perderem a credencial não receberão os carimbos novamente.
  6. O que devo levar para o Velotour?
    O uso do capacete ciclístico é obrigatório. Sua bicicleta deve estar em perfeitas condições, revisada e testada para não apresentar problemas durante o Velotour, pois mecânicos ou lojas de peças vão estar bem longe na hora do problema. É importante levar: luvas ciclísticas, óculos de sol ou de proteção, protetor solar, capa de chuva, agasalho, ferramentas básicas de reparo, câmera de ar extra, água para o dia inteiro (pelo menos 1,5 litros), alimento para consumir ao longo do dia, muda de roupa seca (embalada em plástico), refletivos e farol com pilhas extras (mesmo sendo uma atividade diurna é sempre bom estar prevenido).
  7. Que tipo de bicicleta devo usar?
    Recomenda-se o uso de bicicleta tipo mountain bike com relação de marchas leve (de preferência 24 ou 27 marchas) para encarar as subidas, e com pneus largos e com cravos para as estradas de terra. Para quem utiliza bicicleta reclinada, valem as mesmas recomendações sobre as marchas e os pneus. Não serão aceitos participantes com bicicletas motorizadas.
  8. O Velotour é um tipo de Audax?
    Não. Apesar estrutura semelhante os objetivos são bem diferentes. O Velotour não visa a superação de limites, nem desafio de quilometragens muito altas. A idéia é aproveitar ao máximo o percurso com paradas para conhecer os lugares, as pessoas, tomar banho de cachoeira, etc.
  9. Como eu me inscrevo para o Velotour?
    A inscrição é feita na data de início do Velotour com uma hora de antecedência, portando documento e assinando o termo de adesão. Como não há limite de vagas para a participação, o único fator limitante são as condições de hospedagem local que devem ser providenciadas com antecedência por cada participante (veja as opções mais adiante).
     
  10. Caso tenha outras dúvidas leias as próximas páginas e depois entre em contato conosco: clubedecicloturismo@hotmail.com
VEJA COMO FOI O VELOTOUR NO VALE EUROPEU: 2008 2009 e 2010

Organização

Patrocínio

Consórcio de Municípios do Médio Itajaí
Apoio
Associação Vale das Águas
Restaurante Thapyoka
Hotel Timbó
Hotel Fink (Indaial)
Faz. Campo do Zinco (Zinco)
La Bella Pousada (Dr. Pedrinho)
Família Duwe (Alto Cedro)
Pousada do Faustino (Palmeiras)
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  2. INSTRUÇÕES

Lançado o Manual de Circuitos de Cicloturismo

Lançado o "Manual de Circuitos de Cicloturismo"

Dirigido aos municípios brasileiros, especialmente aos seus órgãos que lidam com o turismo, o Manual contém dados e palavras de incentivo e de encorajamento, acrescidas de orientações acerca da criação de Circuitos de Cicloturismo.

Os publicadores do Manual estão recebendo indicações de potenciais cidades, regiões, Associações ou Consórcios de Municípios para receberem uma cópia impressa do mesmo.

Encontre notícia com maiores informações em http://bici-sc.blogspot.com/2011/01/lancado-o-manual-de-cicuitos-de.html

Quem desejar obter o texto em formato PDF ou de recomendá-lo a outros interessados, pode fazê-lo diretamente em http://ciclo.tur.br/arquivos/Manual-Circuitos-Cicloturismo.pdf . Envie para a prefeitura do seu município ou para outras organizações de interesse.

O Manual é resultado de uma iniciativa conjunta das seguintes organizações:
  

Atenciosamente,

Equipe do Manual de Circuitos de Cicloturismo


yes

26/01/2011

CURITIBA CYCLE CHIC: Contrail

CURITIBA CYCLE CHIC: Contrail: "Agora andar de bicicleta pode se tornar um 'risco'... Um 'risco' divertido, colorido e seguro. Contrail é um projeto de arte pública que ce..."

Chegada do Grupo: cobertura da SIM TV

Pra quem não estava presente ou não viu na telinha da tv é só conferir no endereço seguinte: http://caju.tv/esportes/em-geral/1d7

24/01/2011

A Viagem do Elefante: as trovas de Neide

O bom de escrever é contagiar os outros e trazer à tona os talentos guardados no fundo do alforge. Veja que maravilha a nossa colega Neide mandou para o nosso blog.



TROVAS

Como filha de  trovador
E admiradora da arte
Tenho também que compor
Para os rapaduras  biker

Grupo porreta e arretado
Que povo de gentileza
Ninguém lá fica parado
É só alegria e beleza

Desculpe quem eu não lembrar
Dos nomes pois é uma laia
Se é prá fotografar
Tem Luciano cambraia

Eduardo é só simpatia
Eta, rapaz bacana
Bené é só alegria
É o cara: Junior Verona

E o tranqüilo Antonino
Jamais de nada reclama
Pois ta sempre acompanhado
Da doutora Polyana

Shirley também tranqüilona
Sempre  sorrindo e faceira
Se mostrou uma  amigona
La na Costa salineira

No grupo também tem Neto
Sempre alegre e sorridente
Tem também o Dr.  Otto
Prá restaurar nossos dentes

A empolgada Vanda Carla
Que não dá ponto sem nó
Deu bilola, ficou pálida
Nas terras do Seridó

Benilton,  o general
Com Claudinha seus amores
Ambos formam um casal
De ciclistas promissores

Raimundo é o professor
Por todos reconhecido
Parabéns caro vovô
Pelo percurso cumprido

E o esforçado Miltinho
Com seu velho joelho podre
Fez tudo bem bonitinho
Se esforçou o quanto pôde

Serginho com sua calma
E o fe-o-fó dolorido
Cumpriu, merecendo palmas
O percurso prometido


Jadson  o grande mecânico
Cabra forte e bom amigo
De coragem e muito ânimo
Não nos deixa no perigo

Do amigo Artur Federal
Não posso deixar de falar
Sempre pedindo, nada mal
Prá suas roupas eu lavar

Ao grande Alexandre Pinto
Devemos muita gr atidão
Também ao amigo Montinny
O homem do Cervejão

Pedrinho do Cartório abalou
Com tamanha gentileza
Deu abrigo, ajudou, ensinou
Com  alegria, sabedoria e presteza

Os grandes Jean e Gringo
Lá das terras salineiras
Pedalaram com afinco
E entraram na brincadeira

Tem outros cabras da peste
Que não conheci ou não lembrei
Uns são lá do alto oeste
Outros não sei de onde vei

A turma sempre aumentando
Como já disse é porreta
Tá chegando André, Camboim, Fabiano
Haroldo  e Assis  Monareta

Candidato a rapadura
Sem frescura e sem besteira
Adepto de aventuras
É o Moab reieira

Ao lado da amiga Helena
A vida é só aventura
Pois de agora por diante
Nós já somos rapaduras

Meus reservatórios de gás
Sem eles, nada prá mim dá pé
Amigos,  cicloativistas da paz
Falo de Fabiano e André

Ia esquecendo Angelike
Isso não pode acontecer
Moça tranqüila e de pique
Só nos vem favorecer

Que percurso genial
Todos me ajudaram a vencer
Até o meu potencial
Me fizeram conhecer


Neide Araújo
24/01/11

Convite para lançamento de livro

Segue o convite para o lançamento do livro de Rafael Limaverde na próxima sexta-feira na Livraria Siciliano:

22/01/2011

Notícia que nos interessa

Pessoal,

Boa notícia.

Saiu na sexta-feira o parecer favorável ao Projeto de Lei 6824/10 (bike no bagageiro de ônibus).

Foi o parecer N°1 de 2011 do relator da comissão de viação e transportes da câmara dos deputados.

http://www.camara.gov.br/internet/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=466364

Abs,

Roberto

A Viagem do Elefante: cordel de Miltinho

Não é que o bicho criou raízes. Vejam que maravilha que acabei de receber de Miltinho, via "i meio":

Amigo Benilton boa noite td bem c vc?
     estou te enviando uma cópia de um cordel q fiz, (kkkkk) imagina ai eu como escritor, p se possível sua aprovação e postagem no blog do rapadura. Se vc puder faça a revisão e, se achar necessária alguma intervenção q o faça. Se achar tb q não é possível publicar por favor me avisa blz? um abraço.



 
A VOLTA DO ELEFANTE (CORDEL)
JOSÉ MILTON NUNES

Meu amigo Benilton me desculpe a intromissão
Mas Tb fiz uns versinhos aqui tds verão
Td começou naquela manhã cinzenta
A galera se reuniu numa algazarra barulhenta
Qdo entrei nessa empreitada, toda a rota eu queria percorrer
mas por causa do meu trabalho, alguns trechos não pude fazer
mas os cabras foram fortes, e não deixaram nada a dever
rodearam o Rio grande divulgando uma missão
q a bicicleta é ecológica, limpa e sem poluição
passamos no litoral norte, mato grande e salineira
lá encontramos o gringo, ciclista bom e sem besteira
a noite foi chegando e fomos convidados a jantar
uma macarronada porreta no bairro alagamar
Pinto foi o mestre cuca e na massa botou p lascar
Estava tão suculenta q nego chegou a babar
No outro dia então tivemos q pedalar
Depois de levar uma pisa das muriçocas do lugar
Pendências,  Areia Branca era nossa direção
Mas no meio do caminho tive uma contusão
Meu joelho estourou e não pude continuar na missão
Fui resgatado por Pinto e a turma seguiu a direção
A costa branca foi vencida com garra e dedicação
A noite estavam todos na terra de Lampião
Despedi-me de toda a turma desejando boa sorte
Pois já tinhamos pedalado  uma boa parte do Rio Grande do Norte
Voltei p Natal qual grande foi minha tristeza
Mas sabia q os reencontraria isso eu tinha a certeza
Na outra semana então rumei p o Acari
Fui com muita alegria pois a turma estava ali
Ao chegar no Acari passei em um oratório
tive q fazer uma prece antes de achar Pedrinho do cartório
que nos acolheu em sua casa as margens do gargalheiras
uma casa com pomar e rodeada  de mangueiras
no outro dia então um café bem reforçado
tinhamos um caminho longo até Santa Cruz era o traçado
mas no meio do caminho tivemos gratas surpresas
ao chegar em Currais Novos foi tudo uma beleza
na entrada da cidade a tv a nos esperar  
com uma linda reporter  p uma entrevista gravar
depois dentro da rua foi aquela animação
na casa da irmã de André uma senhora recepção
tinha doce, água de côco, e até a fruta melão
uma turma muito grande e a galera do bike ação
voltamos p a estrada parecendo uma procissão
pensando  em descer a serra agora era a missão
muita  água foi tomada p nossa hidratação
ao começar a descer a serra tivemos outra surpresa
Fabiano biker bom cabra de muita presteza
Junto  c o m o Aleijadinho de Pombal nos esperavam  a mesa
fizemos algumas fotos e uma pequena hidratação
a base de coca cola foi a nossa salvação
recebemos alguns CDs e retribuímos então
c uma camisa do rapadura que tocou seu coração
fizemos as despedidas e uma pequena oração
pedindo a Santa Rita de Cássia a sua proteção
pois estávamos chegando a sua terra p receber sua benção
ás 15:30 da tarde avistamos aquela imagem
de perto  tivemos a certeza que não era uma miragem
ao chegar em Santa Cruz tivemos q almoçar
comida boa e barata uma fartura aquele lugar
pretendia seguir c a turma até Passa e Fica então
mas meu joelho não deixou aquela velha contusão
depois de 100 kms de pedal ele abriu o bico e disse não
com muita tristeza fiquei mas agi c a razão
vim embora p Natal c uma dor no coração
tinha que me preparar p a grande finalização
segunda –feira a noitinha preparei a minha lista
terça-feira logo cedo tinha q pegar o motorista
era nosso amigo Montinny q cedo tava na pista
Barra de Cunhaú era nossa direção
Saímos ás 05:30 c grande animação
Ás 06:30 chegamos ao destino marcado
Encontramos toda a turma num café bem reforçado
Tomamos um bom café por apenas alguns trocados
Fizemos alguns fotos naquele lugar legal
Arrumamos nossas bikes e ao povo falamos tchau
Pois agora íamos no rumo de nossa linda Natal
Pedalando nosso caminho agora ficou legal
Todo ele a beira mar era outro visual
Rapidinho veio a Pipa c os seus chapadões
Com suas lindas praias suas grandes atrações
No parque ecológico aprendemos umas  grandes lições
Q preservar a natureza será o futuro das nações
Atravessamos o rio de Tibau numa balsa porreta
Pois Raimundo e federal já estavam em Barreta
E o fotografo Assis com a sua monareta
Na praia de Malembá Lindas fotos foram feitas
Para todo mundo olhar e não fazer uma desfeita
pegamos a velha rota do sol com toda turma satisfeita
agora todo o pensamento está voltado p uma direção
avenida Airton Senna onde começou toda a Ação
ao chegarmos ao local uma grande multidão
tinha bandinha de música  e também tinha rojão
foi uma cena marcante q mexeu meu coração
familiares e amigos todos com muita emoção
Bené, Othon, Janiara, Amanda e até o Naldão
Que andava meio sumido mas veio apertar nossa mão
Ficamos todos satisfeitos com aquela exaltação
Dissemos Deus obrigado pela nossa criação
Pois sem o senhor não teríamos cumprido nossa missão
Dissemos também obrigado a todos que não nos disseram não
Que nos ajudaram no caminho a conhecer nosso chão
Que nos receberam em suas casas como amigos irmãos
O senhor esteja convosco essa é minha intenção
A volta do elefante foi completada então
A todos que participaram me ajudaram na hora da precisão
Saibam que vocês estão morando dentro do meu coração.
Um abraço a todos e que tenham Deus como adoração

José Milton Nunes em 22/01/2011

Viagem do Elefante: Agradecimentos

Chegamos na terça e desde o momento que coloquei os pés em casa o meu grande desafio é blogar agradecendo aos que contribuiram para o êxito da viagem.
Já fui no banheiro diversas vezes, limpei a piscina, tirei a troçada de cima da bicicleta, fui no Alecrim, visitei os amigos, mas confesso que ainda não encontrei a inspiração para tal blogada.
Confesso que estou com medo de começar a listar nomes e esquecer alguém que tenha sido imprescindível ao desfecho da viagem. É que cada pessoa, mesmo aqueles que não fizeram nada, tiveram um papel primordial no evento. Explico: teve gente que ao ouvir a minha intenção de viajar de bicicleta pelo Rio Grande do Norte me chamou de maluco ou coisa do gênero. Se me faltava coragem para prosseguir,  tais palavras serviram de empurrão. Lembrei, mudando no que deve ser mudado, daqueles que primeiro ousaram explorar novos continentes em seus barcos levados pelo vento.
De outra banda ouvi palavras elogiosas e incentivadoras: vá em frente, você vai conseguir e tem o meu apoio.
Também ouvi comentários  apócrifos, tais como: besteira uma viagem dessa é perda de tempo ou coisa de quem não tem o que fazer.
Juntei tudo, passei no liquidifcador na velocidade máxima e olhei de banda. A resposta estava ali ao meu lado. Justifico: em primeiro lugar olhei para o povo aqui de casa, a minha esposa e filhos. Todo mundo em férias e esperando uma oportunidade para mais umas das minhas viagens malucas de carro. Ninguém foi contra o meu planejamento. Pelo contrário, deram total apoio e chegaram a planejar a forma de me ajudar. A segunda demonstração veio dos meus pais, pois estes, principalmente o meu genitor, sempre viu com olhos transversos os meus projetos  de cicloturista. Desta vez o velho apenas disse: vai alguém com você. Era a senha que faltava, pois tinha a certeza que doido não faltaria para a empreitada.
Feito isso parti para os requintes do  planejamento e mais uma vez chegou o receio. Para evitar qualquer recaiada firmei um compromisso que tratei de divulgar com ênfase: vou nem que seja sozinho e no dia 06 de janeiro de 2011, às 06h00min a minha bicicleta, guiada por mim, sairá do Plano 100 da Avenida Ayrton Senna. Foi a medida mais acertada que adotei, pois daquele momento em diante cada um começou a planejar a sua viagem.
Acho, portanto, que o meu grande agradecimento deve ser feito a Deus, pois ele me deu perseverança e mostrou o caminho a ser seguido. Não tivemos nenhum incidente digno de registro e nada aconteceu capaz de por em risco nossos propósitos.
Aprendi muito e tirei diversas lições que servirão no próximo evento.
Agradeço, portanto, a todos que de algum modo tornaram a viagem possível.

21/01/2011

Os Doutores do Rapadura

Ah, tem sim!!! Pra quem pensa que no grupo só tem ciclista, tá muito enganado.
Descobrimos o primeiro Doutor na Serra da Formiga, lá em Riachuelo, desafio que somente se submete quem tem o fiofó apertado. Se você que entrar nesse tal de "monta e baque" siga no rumo da Formiga que vai ver o que é bom pra tosse.
Foi nos idos de 2009 que o caso aconteceu. Doutor Júnior Verona, também conhecido no submundo como Pedro Gomes, resolveu encarar a Serra da Formiga depois de uma noite de farra. Saímos de Natal às 05h00min da manhã, o homem foi o primeiro a apertar a campainha lá de casa. Chegou mais enfadado do que bermuda de borracheiro e doido para pedalar. Olhei pra bicicleta e de cara já encontrei os dois pneus vazios: problema fácil de resolver.
Arrumamos as bikes no Doblô, passamos em Parnamirim para pegar Uziel (veja como o causo é antigo) e seguimos o nosso destino. No começo é só alegria (Benéééééééé). Os primeiros cinco quilômetros são mais planos do que régua de primário, mas logo depois da grande curva, quando se avista o calçamento, começa o sofrimento.
Doutor Júnior subiu a serra tal e qual menino que inaugura  cabaré. Era só botando!. E tome serra.
Nessa época eu carregava uma gripe que já durava três anos, portanto, tinha que ir devagar. O resto do grupo subiu com força.
Quando chegamos no meio da serra Doutor Júnior começou a chamar Jesus de Genésio e cachorro de cacho. Foi hilário, mas também deu medo.
Olhei pra um lado, somente serra, olhei pra o outro, Professor Raimundo. Diante de um biólogo me veio a idéia: mentir. Disse a Júnior que tivesse calma, pois Raimundo tinha o remédio para o passamento. O professor, mais experiente do que cearense com fome, de imediato disse: baixe a cabeça que vou passar o lenimento. Júnior que já estava vendo Nosso Lar não contou conversa, baixou o quengo. De imediato Raimundo derramou água gelada na cabeça do elemento. Esperamos alguns segundos e perguntamos como ele estava. A resposta foi: tô bonzinho. Em seguida uma pergunta: cumpade Benilton que negócio bom foi esse. Respondi sem pestanejar: é um gel americano que a gente só usa em caso de urgência. Diz a lenda que Júnior pedalou até Natal nesse dia e não quer mais saber de andar de carro.
A outra ocorrência envolveu uma Doutora de verdade. Inventamos de fazer um pedal em Vera Cruz, saindo da Fazenda das Minhocas, do nosso amigo Serginho. No começo foi tudo maravilhoso. Depois dos primeiros quinze quilômetros as coisas começaram a ficar escuras. A trilha começou a ficar estreita, a areia mais fofa e o sol mais quente do que testa de febrento.
Mais adiante uma parada debaixo de uns pés de não sei o nome, mas também não adianta perguntar. De repente a Doutora Adriana, a única médica juramentada do grupo, resolveu ter uma falta de ar. A respiração da mulher ficou parecida com ventilador do Paraguai (aqueles cor de rosa, verde e azul) na velocidade um. Era só zumbido. Todo mundo ficou preocupado, mas como a própria ofendida era Doutora no assunto, resolvemos esperar a opinião dela. Que foi: isso é um broncoespamo, que vem a ser um estreitamento da luz bronquial como consequência da contração da musculatura dos brônquios. Todo grupo ficou estupefato, ou melhor, abestalhado. Foi então que o nosso médico de plantão, Doutor Bené, soltou a seguinte pérola: o nome disso é chiado, já tive muito quando era menino. O riso foi geral e o passeio seguiu.
A última intervenção da equipe médica do Rapadura ocorreu no pedal de Natal até Santa Cruz, para visitar a recém inaugurada estátua de Santa Rita de Cássia.
Júnior Verona chegou lá em casa novamente de ressaca e desta vez esqueceu de tirar a cueca, ou seja, pedalar com aquela bermuda arrochada e com cueca é a mesma coisa que condenar os ovos à forca. No começo o homem resistiu bem. Tomou café em Dona Diva e não reclamou de nada. Quando passou da casa de farinha começou a reclamação. Cumpade "tô todo assado". Resposta: calma que vou acionar a equipe de plantão. O enfermeiro era Bené e o médico era Professor Raimundo. Encontramos um extenso banco de madeira e começamos os procedimentos: o paciente deitou de bunda pra cima (de cu pra riba) e baixou a bermuda. Raimundo sacou de um pincel de quatro polegadas e Bené começou a lambuzar o rego da vítima com pomada hipoglós vencida em 2007. Foi só alegria. A cada pincelada o homem levantava a bunda e o banco tremia. Tudo foi registrado e os retratos estão disponíveis para quem quiser pagar a bagatela de cinco contos. O fato é que o homi pedalou até a Santa e não sentiu mais nenhuma coçeira no furico.
P.S.: Essa quem pediu pra escrever foi Antonino Bezerrão, portanto, quem quiser dar porrada procure o homem.

19/01/2011

Cordel da Viagem do Elefante

Hoje cedo quando acordei Claudia me passou um cordel "Caravana Mário de Andrade Rumo à Ponte Newton Navarro". Disse que foi presente de Pedrinho do Cartório. Fui no banheiro, meu local predileto para as boas leituras, e então pensei em fazer um arremedo de cordel sobre a Viagem do Elefante. Os cordelistas que me perdõem:


No dia seis de janeiro, na cidade do Natal
Uma ruma de ciclistas, pegou forte no pedal
O destino era certo e a turma era forte
Tinham por objetivo trilhar o rio grande do norte
No grupo tinha de tudo, homem e mulher elegante
E assim todos partiram na Viagem do Elefante

Saíram debaixo de chuva, num dia de feriado
Em Natal se comemora o Dia de Reis falado
Seguiram pela estrada chamada Via Costeira
No caminho encontraram  prego velho, vidro e sujeira
Mas mesmo assim prosseguiram e passaram na Fortaleza
Subiram a Ponte de Todos e viram tanta beleza

Chegaram a  Extremoz e encontraram fartura
Raimundo da Real Ciclo trouxe fruta e rapadura
Mais adiante veio o asfalto da BR 101
Pedalaram com empenho, sempre cabendo mais um
Já no horário previsto chegaram ao Rio do Fogo
Garibaldi os recebeu, com simpatia e arrojo  

A viagem foi em frente, pois o tempo exigia
Chegaram a Touros com festa e cheios de energia
Lá na casa de Gracinha tinha comida em fartura
Hora de comer um peixe pra esquecer a rapadura
Teve gente que comeu mais que cabia na barriga
E Doutor Júnior gritava: é pra alimentar  as lombrigas

No outro dia o caminho foi pra terra dos tremores
Quem se juntou ao grupo foi Miltão sem dissabores
Chegamos na Cana Brava e Maria Brito acolheu
Era muito abacaxi e o grupo logo comeu
Fomos então para o trecho e encontramos buraco
Mas logo chegou João Câmara e ninguém chegou um caco

O dia clareou cedinho e já tomamos café
Nosso destino de hoje é pro lado da maré
Quando olhamos pra estrada vimos o tamanho da reta
Mais nada mais nos assusta quando a vontade é certa
Avistamos o Macau e de longe alguns ciclistas
Era o Gringo, Chan, Jean e Edinho, que esperavam na pista

Depois de uma noite sofrida, com calor e muriçoca
Já seguimos nosso rumo, sem café ou tapioca
Quando chegamos a Pendência dois cabras nos aguardavam
Chegavam do Mossoró e com muita pressa estavam  
O grupo ficou maior, mais nem assim foi mais lento
Durante todo o trajeto, não sofremos com o vento


Passamos na Costa Branca e o mar estava azul
Nunca vi tanta beleza, tanto no norte e no sul
Vimos Praia do Rosado, Ponta do Mel e Redonda
O povo tava sorrindo e o mar fazendo onda
Passamos bem na entrada da querida Areia Branca
Mas o tempo nos chamava e pedalamos sem banca

Antes do Mossoró paramos lá no Amaro
Comemos feito jumentos, sem enfado e no embalo
Entramos na terra  boa, tal e qual o Lampião
Só que fomos recebidos com amor no coração
O cabra que nos acolheu era tranquilo e de luz
Fazia jus ao nome: valeu Vagno Jesus

Em Mossoró ainda fomos lá no quartel da Polícia
O Coronel Eliezer nos recebeu com perícia
Para espantar o calor dormimos numa pousada
Teve ar-condicionado, água quente e congelada
No outro dia o café foi servido com presteza
Foi muita comida boa e tamanha gentileza

Quem chegou do Pau dos Ferros foi o colega Nelsinho
Trouxe seu filho Guilherme pra gente não ir sozinho
Seguimos pro Apodi, já com um pouco de saudade
Na entrada da cidade fomos conhecer o Lajedo de Soledade
Pense num monte de pedra, uma coisa interessante
Tudo bem combinadinho com a Viagem do Elefante

No Apodi tinha amigo já esperando  a gente
Júnior de Deca e Adriana, pense num casal decente
Abriram as portas da casa e só nos deram alegria
E confirmaram prá nós o que é a simpatia
No outro dia quem chega é Fernando e Nelsinho
Quem também se apresentou foi Guilherme, o caladinho

No caminho de Pau dos Ferros tivemos grata surpresa
Lá nas bandas do Itaú tivemos também presteza
Pois Cleodécio e Raniere esperavam numa sombra
Trouxeram água de côco para espantar a lombra
Quando bateu meio dia chegamos na Princesinha
A acolhida foi grande, tudo de bom ali tinha

Conhecemos gente boa do Ciclismo Pauferrense
Falamos até na rádio, sobre a viagem da gente
Comemos pizza a noite e jogamos conversa fora
No outro dia o café, em Lafaeite foi da hora
Seguimos o nosso rumo e o barro apareceu
Foi mais de 15 Km, mas ninguém arrefeceu

Passamos pelas beiradas lá da Serra do Martins
Acho que nesse dia doeu até a cabeça dos rins
Vencemos mais uma etapa e com muita galhardia
A paisagem ajudou e também a teimosia
Chegamos com muita fome e dando a volta por cima
Quando a gente se deu conta estava na Serra do Lima

Na entrada do Patu Benilson nos recepcionou
Indicou churrascaria e a pousada apontou
Dormimos lá no conforto e sol logo nasceu
Arrumamos nossos troços e fomos com fé em Deus
Na Paraiba entramos por  Belem do Brejo do Cruz
Mais adiante o Brejo, tinha um cheiro de cuscuz

Saímos da Paraíba no rumo do Seridó
No caminho um ciclista deixou de pedalar só
O seu nome era Kiko e pedalava sem manha
Seguia na barraforte até Jardim de Piranhas
Nessa terra referida foi onde me assustei
Paguei cinco contos numa coca e quase abufelei

Já depois de meio dia entramos no Caicó
Pense numa terra quente, é onde mora o sol
Arranchamos num lugar chamado de Guanabara
Tudo limpo e arrumado e a despesa não foi cara
No outro dia cedinho, bucho cheio e roupa limpa
Seguimos nosso caminho, destemidos e sem finta

Do Caicó pra diante fomos sem eiras nem beiras
Já tava tudo acertado pra dormir no Gargalheiras
No caminho encontramos o nosso anfitrião
Era Pedro do Cartório, sempre com muita emoção
O cabra nos recebeu com gentileza e alegria
Não há dinheiro no mundo que pague tal galhardia

O almoço foi na cerâmica, feito por Dona Raquel
Esposa de Edinaldo, pra quem eu tiro o chapéu
Naquele dia ainda fomos lá na terra da xelita
Fomos na Sidy´s TV para fazer entrevista
Tudo muito organizado, muito simples e eficiente
Não ficou a dever nada, pense num povo competente

Deixamos o Acauã e  a saudade batia
Contudo olhei pra estrada e ela dizia: joga fora a letargia
O trajeto foi comprido, sofrido e com muito aboio
Somente chegamos ao fim graças ao carro de apoio
Quem estava lá na serra, sentado bem magistral
Era o príncipe da sanfona: Aleijadinho de Pombal

Descemos a serra com força, porém com muito cuidado
Nada de extravagância, ninguém quer chegar ralado
De longe olhei a Santa e ela olhava pra mim
Naquele momento então vi que o trecho tinha fim
Quando cheguei na cidade fiz um prato com cuscuz
Olhei pra Santa e disse: sou bem vindo a Santa Cruz

No outro dia bem cedo já seguimos nosso rumo
Lá no carro de apoio o Pinto dava o prumo
Chegamos em Tangará e tudo se alumiou
Paulo e Lázaro prepararam um café para Doutor
Pense nuns cabras simpáticos que nem conheciam a gente
Mais abriram suas portas e nos deixaram bem contentes

Dali fomos embora no rumo de Passa e Fica
Quando entramos na cidade pense numa festa rica
Dona Neide da pousada, encomendou foguetório, carro de som e rojão
Seguimos com o povo todo com tamanhã emoção
Até o ciclista João, o único sobrevivente
Nos deu a honra e pedalou sempre juntinho da gente

Na pousada de Dona Neide a alegria impera
Teve galinha caipira, suco e bife de panela
Naquele momento então a barriga já estava oca
E pra quem teve coragem: subir a Pedra da Boca
Fiquei nas minhas arrumações e pensando com meus botões
Já tou pertinho de casa e transbordando emoções

O sol entrou na janela e foi o primeiro sinal
Fizemos nossa oração – compromisso matinal
Em pouco tempo chegamos na Capital do Agreste
Nova Cruz nos recebeu com vento vindo do leste
Enfrentamos o danado e rumamos pra Montanhas
Passamos no Pedro Velho e pedalamos sem manhas

Depois da antiga Penha, chegamos em Cunhaú
A barra tava bonita, a brisa fresca e o céu azul
Apeiamos da magrela e fomos nos hospedar
A pousada era gostosa, digna de marajá
Dormi feito uma preguiça, tal qual pato em piscina
Noutro dia tava pronto pra cumprir a nossa sina

Foi bonito e relevante ver os amigos presentes
Quem pedala e não pedala veio abraçar a gente
Fui embora pedalando pra não derreter de choro
Parei um pouco e pensei: sou feliz e tenho decoro
Chegamos em Simbaúma e de lá pro Chapadão
A areia tava fofa, mas o povo tava durão

Atravessamos a Pipa e depois Tibau do Sul
Chegamos em Malembá e no mar bonito azul
Passamos lá em Barreta, Camurupim e Tabatinga
Antes de chegar em Búzios ainda vi a restinga
Búzios veio em seguida e depois o Pirangi
O Cotovelo, Pium, Natal tava bem ali

Lá na hora combinada eu vi a Rota do Sol
Entrei na Cidade Verde que parecia um mocó
Quando vi o Plano 100 o choro quis começar
Quando ouvi o foguetório começei a arrepiar
E como se não bastasse uma bandinha tocando
Os amigos todos juntos, tudo animado e dançando

Foram metros de abraços, beijos e emoção
A tristeza ali não tinha lugar para ela não
Olhei com o canto dos olhos e vi com muita alegria
Animados feitos pombos, tava ali a minha cria
Corri então para eles e esqueci que ardia a pele
Agarrei os meus meninos e beijei a Claudia Celi.