19/06/2012

11º Encontro Nacional de Cicloturismo: 3ª parte.


O sábado chegou e com ele veio o sol. Quando olhei para o relógio já passava das 09h00min e Cláudia Celi insistia que eu fosse tomar café. Quando lembrei do chá de camomila e do pão mais seco do que boca de jagunço resolvi estender a dormida por mais um tempo, enquanto ela seguiu pras bandas do refeitório.Aproveitei o sol e feito matuto tirei a camisa pra esquentar o couro. Fiquei no alpendre admirando a natureza e matutando sobre a programação do dia. De repente, não mais que de repente, o rádio sinaliza uma chamada. Do outro lado do aparelho Serginho e Evandro Bebê informam que vão encarar a “Trilha Nuvem Branca”, convidando-me. Pensei um pouco e conclui que meu negócio é bicicleta, quem gosta de nuvem é astronauta ou aviador.Não demorou e Cláudia Celi retornou. Trouxe no bisaco umas fatias de pão e uma garrafinha com suco de laranja. Era tudo que eu queria pra melhorar da azia. Encarei o meu desjejum e começamos a resenhar sobre o dia anterior. Rimos muito de tudo, inclusive do cavalo bufão que continuava ao lado. Brigamos também um pouquinho, somente pra não perder o costume.Resolvemos que não iríamos mais pedalar e iniciei o processo de desmontagem das bicicletas e consequente arrumação nas malas bikes. Enquanto arrumava tudo surgiu seu Kuka, também resolvendo “embrulhar” a sua, pois a de Neide seguiria de “carona” até Juiz de Fora-MG, ponto de partida para a bicicletada no rumo da Rio + 20. Fiquei me coçando para ir, mas os compromissos profissionais não permitiram.Quando terminamos nossa missão o rádio novamente nos chamou. Outra vez Serginho, desta feita querendo saber como chegar ao nosso sítio. Por ai vocês tem uma ideia do local que ficamos, pois os nossos próprios companheiros de viagem ainda não tinham se atrevido a visitar-nos. Não demorou e surgiu na estrada um Fiat Uno. Ficamos sem entender nada. O carro foi se aproximando e topou na porteira, começando a descer gente: Evandro Bebê, Celita e Serginho foram os primeiros. Depois desceram Suzy, Paulo Victor e Júnior Verona.Explico: no dia anterior Júnior Verona resolveu dormir em Campos do Jordão, pois não aguentava mais ficar no zero a zero. Como Vera Lúcia estava hospedada no maior conforto (na base do chocolate quente, pão de ló e pastel do Maluf) com Mariane e Paulo Victor a solução de Júnior foi entrar de penetra no hotel, passando a noite nos braços de Vera Lúcia, deixando assim de ser “obondonado”. O homem alugou um carro e trouxe Paulo Victor para comer um leitão à pururuca que encomendamos aos pais de Andreza no dia anterior.Resolvemos então fazer a farra ali no sítio, já que tínhamos uma área com churrasqueira e forno à lenha, bastante aprazível. Levamos algumas cadeiras, pratos, talheres, copos, vinhos e cervejas. Seu Kuka foi nomeado DJ e em pouco tempo a festa estava pronta. A única ausência do grupo de Natal foi a de Neide, pois resolveu pedalar com o grupo maior até Campos do Jordão. Tal decisão fez com que o título de “obondonado” passasse a pertence ao DJ Kuka.Começamos apreciando um bom vinho chileno, adquirido naquela mijada no supermercado em Campos do Jordão. De repente Evandro Bebê teve a ideia de colocar as cervejas para gelar, improvisando uma freezer com um isopor e água do lago. Foi a cerveja mais gelada que tomei na minha vida.Não demorou e chegou Andreza da Kombi, devidamente acompanhada de sua mãe. Com ela veio o leitão à pururuca e os respectivos acompanhamentos. Comida de primeira qualidade, tudo feito com esmero: como diz Doutor George era “primeira de luxo”. Iniciamos os trabalhos comendo as orelhas do leitão, passando pelo focinho do bicho, seguindo por suas partes mais suculentas até o rabo. Quanto mais se comia, mas vontade de comer surgia. O troço fica com a casca crocante e vem recheado com uma farofa deliciosa, que sozinha já é uma refeição.Nesse meio tempo chegou nosso visitante ilustre, Luizão (Luiz Santana), o segundo homem mais importante de Americana-SP (o primeiro é o pai dele). Fiel ao RIRB (Regimento Interno do Rapadura Biker)  o homem não veio de mãos abanando e trouxe consigo uma panela cheia de arroz capaz de alimentar ¼ da população da China, um tablete de goiabada cascão e outro tablete de queijo (ou doce de leite, não lembro). Ficou conosco neste primeiro momento e nos propiciou bons momentos.Aos poucos o sol foi indo embora e o frio foi tomando seu lugar. Agora quem veio em nosso socorro foi Sérgio, morador da região e responsável pelo sítio que ficamos. Com ele sua esposa Lucinha e suas filhas. Não demorou e o homem providenciou lenha para alimentar o fogão e já foi preparando uma fogueira, pensando no frio que ia fazer mais tarde. Tais providências revelaram-se oportunamente muito eficazes, principalmente quando sentamos em volta da fogueira, nos aquecemos e contamos estórias de trancoso.Enquanto o leitão era consumido e a conversa rolava ao som do DJ Kuka eis que surge no horizonte um ciclista. Diante daquela visão, Kuka que já estava comandando uns bregas na pick-up e já tinha tomado vinho chileno + cerveja + cachaça mineira, não titubeou e disse: “lá vem minha veia”, referindo-se a Professorinha Neide, que saiu de manhã para pedalar e até ali não tinha chegado. A pessoa na bicicleta foi se aproximando e no sentido oposto o DJ Kuka foi para o abraço. Aproximou-se mais um pouco e percebeu que a pessoa era mais alta, musculosa e tinha resquícios de barba. Parou, olhou com mais acuidade e antes de sapecar um beijo e um abraço percebeu que se tratava de Altair, nosso vizinho de sítio. Voltou para o seu banco mais murcho do que chuchu em fim de feira.A festa continuou e quanto mais o leitão era devorado, mas leitão aparecia. Era como se o bicho se reproduzisse na panela.No final da tarde outro ciclista surgiu no alto da serra e após descer uma pirambeira incrível na maior velocidade veio juntar-se a nós. Era Wagner Philadelphi, de São Paulo, natural da região e profundo conhecedor das trilhas do lugar. Trocamos ideias e ficou o compromisso de um dia pedalarmos juntos. Necessário dizer, a bem da justiça, que dessa vez o DJ Kuka sequer levantou da cadeira. Certamente não quis correr o risco de perder um abraço.Refeito do susto Altair veio juntamente com Gabi integrar o grupo. Casal muito simpático. Ele já pedala há algum tempo, ela iniciando, ambos cheios de expectativas. Com certeza pedalaremos juntos nas areias no Chapadão de Pipa, Tibau do Sul e Simbaúma.Finalmente, quando o DJ Kuka já estava perdendo as esperanças, eis que surge entre uma alameda de araucárias uma pessoa vestida toda de preto, montada em sua bicicleta, tal e qual um ninja. Desta feita Kuka não podia errar o tiro, pois pela quantidade de álcool que tinha envergado era um risco levantar da cadeira e caminhar em vão. A bicicleta foi se aproximando e a imagem aclarando. Quando não existia mais dúvida de quem se tratava o DJ Kuka levantou, tal qual uma salamandra no cio, tirou um azimute e fez carreira em direção ao ponto preto, agarrando a professora pelos cós e aplicando um chupão que de tão forte balançou tudo que foi pé de araucária do lugar. Depois dessa demonstração de amor, levou um carão pelo simples fato de ter tomado umas. Não bastasse a reprimenda, a professora ainda manteve o homem “obondonado”, subindo a ladeira para tomar um banho, voltando cerca de três horas depois. Pela demora deve ter gastado uns três sabonetes.A música continuava e desta feita não tocava mais brega, mas o legítimo forró pé de serra, nada mais adequando ao lugar. Luizão, que tinha saído para buscar um pouco mais de arroz, chegou e veio acompanhado de Katy (a Polaca) e Terezinha (Chaveirinho). A simpatia agora era em dose tripla. Teve início então uma prévia da festa junina do Rapadura Biker, cada um pegando o seu par e arrastando os pés no chão frio. Todos os pares estavam perfeitos, porém o que mais chamou atenção foi Paulo Victo e Katy (a Polaca). Como esta é demasiadamente alta a cabeça de Paulão (Zulu) ficou mais ou menos na altura do umbigo dela, bem encaixado. Os olhos dele chega brilharam quando o DJ Kuka catucou a música: “mais raparigueiro do que eu, só papai, só papai”. Enquanto isso, Júnior Verona, sem problema de altura, dançou ainda umas duas partes com “Chaveirinho”, tudo no maior respeito e de acordo com as tábuas de Moisés. Essa galera com certeza também vai nos visitar e vamos fazer um forró pra eles, sem fogueira, é claro.Enfim, após oito horas ininterruptas de funcionamento o MP20 de Kuka travou. Nesse momento o homem travou junto e proclamou para si mesmo que era hora de subir a serra. Olho para o céu, traçou o norte a partir das 3 Marias e tirou numa reta, sendo salvo por Júnior Verona quando estava a 45cm de cair dentro do lago gelado. A sorte é que ele tava com cueca de copinho, daquelas que estica, pois senão não Júnior Verona não tinha aguentado segurá-lo.Refestelados nos recolhemos. Em atenção ao Código de Trânsito Júnior Verona e Paulo Victor resolveram ficar. Soube que dormiram no chalé de seu Kuka e somente acordaram pela manhã quando Júnior resolveu colocar pra fora a pururuca do leitão, limpando o rabo com jornal, arrematando: “cagado, mas bem informado”.Ah, na hora de dormir senti algo incomodando dentro da roupa. Acendi a luz e remexi um dos bolsos da calça encontrando um dos pães de queijo doados por Zé Bonifácio. Olhei para um lado, olhei para o outro e comi o bicho sem deixar rastro.





Preparativos.
Claudia Celi, Andreza e a a mãe.
Aquecendo.
O leitão.
Pururuca.
Lugar agradável.
Luizão.
A Ninja.
DJ "Obondonado"
Fogueira para aquecer.
Forró da molinga.
Mais forró.
Os dois "Obondonados".



11º Encontro Nacional de Cicloturismo: segunda parte



Pense numa dormida boa!!! O que mais chamou a atenção é que apesar da altíssima umidade em nenhum momento sentimos cheiro de mofo. Outra coisa interessante é que apesar de estarmos literalmente "dentro do mato" não se escuta barulho de cigarras, grilhos ou outras espécies. É uma silêncio que chega a ser "ensurdecedor".
Amanheceu e a sexta-feira não trouxe o sol. Tomamos café e rapidamente deliberamos sobre qual trilha fazer. Vários critérios foram levantados: alguns opinaram pela trilha mais extensa, outros pela mais curta, um segmento optou por trilhar a menos íngreme, mas no final a trilha vencedora foi a "Bairro do Centro" e o motivo foi óbvio: tinha uma bodega no roteiro e, por conseguinte, uma forte probabilidade de encontrarmos algo para "degostar".
Na saída do Espaço Araucária a organização anotou nossos nomes e a trilha que escolhemos. Cada um recebeu uma planilha, mas no nosso caso coube a Serginho o papel de guia. 
Logo no início percebemos o que nos esperava: uma paisagem deslumbrante. Araucárias de um lado e de outro. Barulho de água corrente a todo momento e no alto da Serra da Mantiqueira uma névoa branca mais parecida com o algodão doce do País de São Saruê. Na primeira bifurcação seguimos pela direita e percebemos que estávamos no alto, vendo ao nosso lado a capelinha da igrejinha do Bairro do Centro, nosso destino. Nesse ponto encontramos um casal (Elza e seu esposo) fazendo uma caminhada. Pedimos que tirassem uma fotografia do grupo e logo começou uma agradável conversa. Para encurtar o assunto, paramos tanto no caminho para fotografar que o casal, mesmo a pé, acabou sempre nos alcançando e tirando fotos nossas e conosco.
Depois de uma subidinha intensa chegamos ao Bairro do Centro. Trata-se na verdade do ponto de apoio da região. Ficamos sabendo que ali as crianças estudam até antes do ensino médio e depois são encaminhadas para Campos do Jordão. O local também dispõe de um posto de saúde e ponto de comércio. Uma tranquilidade total. Na varanda alguns senhores sentados e na rua duas crianças brincando, dentre as quais uma de bicicleta. Na entrada um cemitério pintado na cor azul anil, cujo muro segue a topografia do terreno, sendo cheio de altos e baixos. No alto, admirando tudo, uma imponente "igrejinha", como se a observar a vida das pessoas.
Os faros apurados dos nossos batedores (Bebê, Júnior Verona e Kuka) nos levaram rapidamente ao "point" do lugar: uma autêntica bodega mineira, com direito a uma cachaça brejeira, tubaína, sinuca e pebolim, vulgarmente conhecido aqui no Nordeste por Totó. Na condição de clientes exclusivos tomamos assentos nos melhores e únicos tamboretes. Não demorou e Cláudia Celi já tinha feito amizade com a proprietária do estabelecimento, conseguindo inclusive que ela preparasse um tira-gosto. Enquanto o prato era preparado tratamos de jogar umas partidas de sinuca, oportunidade em que fundamos uma nova facção do grupo, o Rapadura Snooker, revelando Suzy e Neide como expoentes da modalidade. As duas conseguiram com 125 tacadas colocar a bola branca 124 vezes na caçapa. Nem no Japão tem tal índice de suicídio.
Não demorou e chegou o nosso tira-gosto: uma linguiça calabresa, que segundo seu Kuka, podia deixar de molho um mês dentro do Rio Potengi que a danada ainda ficaria salgada. Para rebater tomamos uma tubaína, mais doce do que beijo da primeira namorada.
Enquanto nos divertíamos contamos com a dileta presença de William (aquele que ajudou a desatolar a Sprint) e com outro rapaz da comunidade. Este, ao que parece já tinha tomado algumas e talvez na tentativa de ser simpático ou então por mera gaiatice ensaiou dizer uns galanteios com nossas mulheres, entretanto, compreendemos e relevamos, não sendo necessário utilizar nossas peixeiras escondidas dentro dos guidões das bicicletas. Soube depois que ele ainda tentou um galanteio com Claudia Celi, mas ela foi logo dizendo: "cuidado que aquele negão lá fora já saiu no Programa Linha Direta".
Despedimo-nos de todos, inclusive do pudim de cana, montamos nas bicicletas e apontamos para o Espaço Araucária. No caminho encontramos Carlos e Malú, cicloturistas que também participam do Encontro e viajam com os filhos num home car, já tendo feito várias viagens, inclusive internacionais. Abro um parêntese para ressaltar que Malú ao descobrir que tinha uma delegação do RN presente veio ao nosso encontro e revelou que é de Pau dos Ferros-RN, com certeza ela tem um pé no Oiticica Biker. Não bastasse isso, depois de muito confabular com Neide, Malú descobriu que já foi aluna dela, desbancando assim um dos mitos do Rapadura Biker. Refiro-me ao Professor Raimundo, que por onde passa encontra alguém que foi seu aluno. A partir de agora temos também a Professora Neide, encontrando alunas que aprenderam com ela as primeiras letras.
De volta ao Espaço fomos direto para o refeitório. Enquanto esparávamos o sino tocar ficamos admirando a natureza. Aqui tivemos mais uma momento singular da viagem: Evandro Bebê afirmou ter visto um Tucano voando bem próximo ao refeitório. Alguém discordou e disse que era um "sagui". Criou-se então a controvérsia que somente foi esclarecida quando o tucano passou novamente voando e foi confirmada a sua identidade. Com essa proeza chegamos bem perto de quebrar o recorde de Janiara que certa feita confundiu um jumento com um galo.
De barrigas cheias resolvemos fugir um pouco da programação e fretamos uma Kombi para nos levar em Campos do Jordão. Às 14h00min, pra variar debaixo de chuva, deixamos o Espaço Araucária na Kombi pilotada por Andreza, uma simpática moradora do lugar. Não sei quem é mais valente: Andreza por dirigir tão bem naquelas estradas escorregadias; a Kombi por aguentar terreno tão ruim; ou nós, que enfrentamos o desafio.
Depois de muitas subidas e descidas descobrimos que na verdade 22 Km nos separavam de Campos do Jordão. O contrato inicial era somente para nos deixar e buscar mais tarde, mas no caminho contamos com a sensibilidade de Andreza e mudamos o contrato, de modo que ela nos acompanhou durante todo o resto do dia. Fizemos um tour pela cidade, visitando o Morro do Elefante, a Ducha de Prata e o Centro, passando na famosa Baden Baden.
Depois de conhecer rapidamente a cidade resolvemos parar para estabilizar o nível do alcóol, que estava um pouco baixo em razão do tempo frio. Paramos numa cervejaria e para fazer jus ao fato de estarmos no Município mais alto do Brasil pedimos umas torres de chopes. A farra foi grande e quem chegou para compor o grupo foi Zé Bonifácio, Anete, Verinha, Mariane e Paulo Victor. Ao nosso lado tinha um simpático grupo de jovens emborcando todas. Tratamos de avisar que era o aniversário de Zé Bonifácio e eles fizeram questão de cantar parabéns. A essa altura do campeonato as torres gêmeas já tinham caído.
Terminou a farra e chegou a hora de voltar pois tínhamos que assistir a palestra de Danilo Perroti, o homem livre. Pra variar estava chovendo também na saída e Andreza resolveu buscar a Kombi no local estacionado, evitando assim que nos molhassemos. Enquanto esperávamos constatamos um verdadeiro desfile de carrões (BMW, Mercedez, Mitsubishi e outras marcas importadas). Cada motorista mais bossal do que outro. Diante daquela cena não poderíamos fazer feio. Combinamos que na chegada da Kombi fingiríamos uma pane e sairiamos empurrando entre os carrões. Assim fizemos, diante dos olhares atônitos dos "ricos" presentes na passarela de Campos do Jordão. Às gargalhadas entramos na Kombi e seguimos nosso rumo. No caminho uma parada num supermercado para abastecer. Todos os homens desceram para esvaziar a bexiga e foram gentilmente atendidos pelo gerente do supermercado que nos cedeu um banheiro no depósito. Enquanto o serviço era feito alguém (a investigação ainda não foi concluída) soltou um peido dentro do depósito do supermercado, levando o gerente a dizer: "Pra mijar tudo bem, mas jogar merda vai contaminar a mercadoria".
Chegamos ao Espaço e nos dividimos. Alguns foram dormir e outros assistir a palestra. No meu caso fui assistir em homenagem a Danilo, que tivemos a oportunidade de conhecer quando passou por Natal.
Terminou a palestra e chegou a hora de voltar para o sítio. Olhei para um lado e pra outro e só restou eu e seu Kuka. Enquanto tomávamos um vinho para enfrentar o caminho enlameado, a chuva e o frio quem chegou foi Luizão (Luiz Santana) que disse que ia nos acompanhar para conhecer nosso rancho. Passamos no Bambuzal (área de camping) e quem também resolveu fazer a "trilha" conosco foi César e Katy. Saímos numa escuridão total, em fila indiana, seguindo uma mínima luz de uma laterna que de tão pequena é encaixada num cortador de unha que seu Kuka trazia no bolso. Cheguei no chalé com lama até nos olhos. Os colegas ficaram admirados com nossas acomodações e mais ainda com nossa coragem.
Enquanto os amigos voltavam ao Bambuzal fiquei sozinho na varanda sorrindo de mim mesmo. Lá dentro, Claudia Celi que tinha vindo mais cedo com bastante dor de cabeça permanecia acordada, toda encolhida, tremendo de frio e de medo de um bicho que "bufava" na janela. Era um cavalo mantido amarrado no local durante a noite. Fiquei esperando o sono e imaginando: bem feito pra aprender a não arengar mais com seu homem. Às vezes é melhor um burro amigo, do que um cavalo desconhecido.
Na trilha.
Casal caminhando: Elza e esposo.
Bairro do Centro.
Rapadura Snooker.
Claudia Celi despachando na bodega.
Claudia Celi com Andreza.
Uma das torres.
Chegada de Vera Lúcia e Anete.
Galera local.
Os carrões.
Mais carrões.

A Kombi do Rapadura.
Embarcando.
 



14/06/2012

11º Encontro Nacional de Cicloturismo: primeira parte.


PREPARATIVOS:

Desde 2010 quando fui juntamente com Cláudia Celi participar do 9º Encontro Nacional de Cicloturismo, em Sacramento-MG, voltamos com vontade de levar mais colegas daqui para compartilhar tão boa experiência.
Assim que saiu a definição da data, local e programação,  tratamos de divulgar nas redes sociais armadas nos terraços das terras potiguares. Não demorou e logo tínhamos dez pessoas confirmadas. Acredito que fomos os primeiros a garantir passagens e providenciar as hospedagens. Contamos com a praticidade de Evandro (Bebê) e em pouco tempo conseguimos a locação de uma Sprint para fazer o traslado de São Paulo até Campos do Jordão, inclusive com um reboque para conduzir as bicicletas. Como do grupo apenas Cláudia Celi e eu tínhamos malas bikes resolvemos encomendar para os demais, resultando na aquisição de 15 (quinze) malas. O homenzinho da capotaria adorou.
Tudo pronto restava agora aguardar o dia da partida. Vejam o time que conseguimos reunir: Claudia Celi e eu, Neide e seu Kuka, Serginho e Suzy, Evandro Bebê e Celita, Júnior Verona e Vera Lúcia. De quebra, ainda tivemos as ilustres companhias de Zé Bonifácio e Anete (cunhado e irmã de Neide) e Paulo Victor e Mariane (filhos dos Veronas). Com uma turma dessa eu viajo até pra Usina de Fukushima pra desentupir pia ou dar banho em cachorro brabo.

O EMBARQUE: dia 06 de junho de 2012

Foi um dia intenso. Deixar tudo organizado no trabalho e ainda cuidar do destino das crias, pois levá-los tornaria a viagem mais onerosa.
Às 22h00min chegamos ao Aeroporto Augusto Severo. Ali já encontramos seu Kuka e Zé Bonifácio. Fizemos o tal do “chiquerim”, ou “check-in”, como preferem os mais lordes. No balcão da empresa aérea uma simpática moça nos atendeu, despachando todas as malas com as bicicletas. Tive que pagar um pouco de excesso de bagagem, pois coloquei dentro da mala bike uma ruma de troçada que poderia precisar por lá (ferramentas, carregadores, rádios comunicadores, pilhas, carne seca, rapadura, um quarto de uma galinha torrada, papel higiênico e farinha). Depois de pagar a taxa de excesso voltei sozinho ao guichê de atendimento e travei uma rápida conversa com a atendente, que perguntou: “Vão sair daqui para pedalar em São Paulo?”. Respondi: “é sempre bom mudar de ares. Vamos participar de um encontro em Campos do Jordão”. Ela disse: “amanhã acho que vou pedalar para a Lagoa do Bonfim”. Perguntei: “ah, com quem você pedala?”. Respondeu: “com os Tartarugas”. Arrematei: “mande um abraço para Edivan”. Despedi-me e a moça desejou boa viagem.
Voltei para junto do grupo que já estava maior com a chegada de Serginho, Suzy, Celita e Bebê. Comentei a minha conversa com a atendente, feliz com o fato de que ela também pedala. Pra que fui dizer isso. Cláudia Celi sacou da peixeira que leva sempre escondida embaixo do cabelo e disse: “essa dai ta mais pra lebre do que tartaruga”. Ia tomar satisfações, mas foi contida. Pense numa galega braba. Não sabe nem reconhecer uma gentileza com um viajante!
Ficamos fazendo hora e chegou a notícia que o avião ia atrasar um pouco. Parece que tinha chovido muito e o céu tava meio enlameado. Diante daquele quadro seu Kuka e Bebê ficaram nervosos e para acalmar pediram umas cervejas geladas. Enquanto tomávamos as “gelas” e ficávamos menos tensos, percebemos a ausência de Zé Bonifácio. Não demorou ele encostou-se ao grupo e trazia consigo um saco de papel cheio de pães de queijos. Tinha aproximadamente uns trezentos lá dentro. Soube que ele ficou com um crédito em razão de mudança no vôo e, para não perder o dinheiro, transformou tudo na iguaria. Cada um comeu uns quinze e ainda guardamos pra comer no caminho, pois afinal de contas seguro morreu de velho.
O avião encostou e os Rapaduras tomaram assento. Como de praxe o comandante da nave fez a sua saudação e apresentação. Até aqui eu estava tranqüilo, mas então o comandante resolveu anunciar seu nome, dizendo: “Boa noite a todos, quem vos fala é o comandante Pupy”. Pensei comigo mesmo: isso não vai dar certo, o nome do piloto é o mesmo nome do cachorro de Júnior Verona. Resolvi fechar os olhos e tentar dormir. O “trem” ganhou o céu e fez-se o silêncio. Dentro do avião um forte “cheiro” de pão de queijo tomou conta do ambiente.

A CHEGADA: 07 de junho de 2012

Depois de muita turbulência e muita chuva o avião pousou em Garulhos. Pegamos nossas tralhas e já encontramos Júnior Verona que tinha seguido dois dias antes. Fomos direto para a Sprint que já nos aguardava com o simpático motorista Celso. Assim que ocupamos nossos lugares Júnior Verona tratou de abrir uma caixa de isopor cheia de cerveja, queijo e uma lingüiça do tamanho de uma jeba de jumento. A farra reiniciou e o carro seguiu viagem. No caminho uma rápida parada para encontrar Neide, que também tinha viajado dias antes.
Por volta das 07h30min adentramos em Campos do Jordão. A região é linda, o tempo continuava chuvoso, mas mesmo assim a beleza do lugar continuava presente.
Paramos num posto de gasolina para colocar pra fora as cervejas tomadas e já percebemos o frio que enfrentaríamos. Seu Kuka colocou a cabeça para fora do banheiro e solicitou um alicate, pois somente assim ia conseguir desenrolar o bigolin. Problema resolvido e todo mundo mijado, segue o passeio.
Liguei o GPS, coloquei no trajeto anteriormente marcado do local do evento e foi só seguir o caminho. Enquanto estava no asfalto tava tudo maravilhoso. De repente a estrada começou a estreitar, surgiram subidas e descidas intermináveis e o caminho que era de aproximadamente 20 Km, parecia que tinha 100.
Ah, enquanto isso Zé Bonifácio e Anete nos seguiam em veículo de passeio.

CHEGANDO AO ESPAÇO ARAUCÁRIA: A Fazenda

Por volta das 08h30min chegamos ao Espaço Auracária, debaixo de chuva e com um frio de rachar. Quando o motorista da Sprint tentou aproximar-se um pouco mais para desembarcamos em um local mais tranqüilo, eis que o carro atolou. Foi então hora de tirar a ressaca. Desatrelamos o reboque e começamos a empurrar aquele monte de ferro ladeira acima. Por sorte apareceu William, típico mineiro morador da região, que fez uso de uma enxada e ajudou a desatolar.
Iniciamos a busca pelo local de hospedagem. Fomos recebidos por Marcos, gerente do lugar,  e este nos deixou ciente que dois dos cinco apartamentos reservados ficavam em um sítio nas proximidades. A idéia não nos agradou nenhum pouco, mas o que é um peido para quem está cagado. Estávamos todos molhados, cansados, com fome e loucos para relaxar. Resolvemos primeiro matar a fome e seguimos para o refeitório. Lá chegando sentimos uma saudade enorme do café da manhã de Luiz do Mendes, Dona Biluca de Pitangui e Dona Diva de Vera Cruz. Corremos o olho e não vimos um bife do oião. Buscamos alguma sombra de cuscuz, mas nada. Assoei o nariz e respirei fundo para sentir o cheiro do guisado, novamente nada. Como não tinha jeito mesmo e partindo do primado constitucional que o melhor tempero é a fome, fechei os olhos e resolvi encarar o que tinha na mesa, beliscando uma fatia de pão integral com um copo de chá de camomila. Ainda bem que não optei pelo café, pois segundo Celita foi o café mais gelado e sem gosto que ela tomou na vida. Senti-me o próprio Brad Pitt, no filme Sete Anos no Tibet. Pensei comigo mesmo: vai melhorar, onde tem galinha tem ovo.
Depois do “café” seguimos para ultimar nossas inscrições, oportunidade em que reencontrei amigos do último encontro, dentre os quais Marcelo (VIRAMESA) e Fábio (FES).
Chegou então a hora de seguir para nossas acomodações. Fiquei desconfiado quando Marcos chegou e insistiu que fossemos de carro. Fiquei mais cismado ainda quando ele disse que teríamos que dar duas viagens. Lembrei então de uma célebre frase do ciclista-fotógrafo Luciano Cambraia: “isso é igual a limpar a bunda com canjica”.
Dividimos assim: na primeira viagem eu iria com Claudia Celi e depois seria a vez de seu Kuka e Neide. Subimos na Toyota Bandeirante e a danada começou a deslizar no barro que desce da Serra da Mantiqueira. Desce ladeira, sobe ladeira e depois de aproximadamente 1,0 Km chegamos ao local que nos foi reservado. Um verdadeiro paraíso bucólico, mas ao mesmo tempo distante dos demais participantes do encontro. A essa altura do campeonato eu já estava “médio puto”, mas lembrei dos ensinamentos do Mestre Lunga, fui lá fora, soltei umas duas bufas na natureza e fui tomar um banho. Pra minha sorte a água era quente, pois se fosse gelada eu voltaria pra Natal naquele momento, de bicicleta, pra deixar de ser burro.
Enquanto isso na Fazenda: Doutora Vera Lúcia ao ver as acomodações e colocar por duas vezes o pé na lama, pediu arrego e disse que ia voltar pra Campos de Jordão com Zé Bonifácio, Anete, Paulo Victor e Mariana. Tivemos então os primeiros eliminados no Reality Show a Fazenda, ao passo que também tivemos o primeiro “obondonado” da viagem: Júnior Verona.
Despedimos-nos de Celso, motorista da Sprint, presenteando-o com uma camisa do Rapadura Biker e combinando o horário de retorno no domingo.
Voltei para o meu sítio e fui tratar de montar as bicicletas. Precisei de um alicate e nesse momento descobri que tinha ficado no banheiro em Campos de Jordão, na hora da mijada de seu Kuka. Olhei para o sítio ao lado e vi um carro parado. De repente apareceu gente e pela primeira vez na vida fiquei muito feliz em saber que tinha vizinhos. Tratava-se do casal de São Paulo, Altair e Gabi, também participantes do encontro. Muitos simpáticos, de pronto emprestaram a ferramenta.
Já passava das 10h30min quando ouvi um grito. Lá no alto da serra um grupo de ciclistas passava. Busquei o binóculo e visualizei Serginho, Suzy, Júnior Verona (Obondonado), Celita e Bebê. Estavam saindo para uma trilha, ao passo que nós ainda terminávamos nossos preparativos.
Às 12h00min seguimos de bicicleta até o local das palestras. Já chegamos lá cansados e alguém teve o disparate de perguntar qual a trilha que fizemos. A resposta foi imediata: “a trilha do meu sítio pra cá”. Cada vez que venho aqui de bicicleta já fiz minha tarefa do dia.
Chegou a hora do almoço. Com uma fome de leão nos dirigimos ao refeitório e logo na entrada ouvimos uma frase que nunca deveria ter sido pronunciada: “o almoço somente será servido quando o sino tocar”. Ah, vocês não imaginam a minha vontade de mandar aquele cidadão pegar aquele sino e... Contive-me, lembrei novamente dos ensinamentos do Mestre Lunga e fui até o refeitório. Claudia Celi não se fez de rogada e apesar de ainda não ter sido aprovada totalmente na OAB fez o seu primeiro requerimento: “Minha senhora eu posso tomar uma cerveja agora ou somente depois que o sino tocar?”. O pleito foi deferido e logo outros cicloturistas chegaram para partilhar algumas gelas, esperando ansiosamente o tal do sino. Não demorou muito e finalmente o troço tocou. Diferentemente do café da manhã o almoço estava gostoso e abundante. Enquanto almoçávamos os colegas iam chegando das trilhas e juntando-se no refeitório. Abraços e apertos de mãos foram trocados.
No resto do dia houve a abertura oficial, seguindo-se com as palestras programadas.
A noite chegou e os Rapaduras enfrentaram o frio com vinho chileno e cachaça São Francisco. Quando tudo parece que ia terminar ainda ensaiamos uma roda de samba no apartamento de Júnior Verona (Obondonado) e ali o Maestro Cipó e os Rapaduras Sem Ritmo tocaram um clássico do cancioneiro, em homenagem às empreguetes de todo Brasil. Ao longe, quem passou pelos caminhos da Mantiqueira com certeza ouviu: “is my Love, is my Love...”.

No aeroporto.
Na Sprint, com Celso o motorista.
Chegando em Campos do Jordão.
Mais de Campos do Jordão.
Com seu Kuka e Neide arrumando as bikes.
Estacionando as bikes.
Bandeira do RN presente.
Esperando o sino tocar.
Tentando chegar ao Nirvana, improvisando com Brahma.
Pessoal do Clube de Cicloturismo do Brasil.
Palestra.

No maior São João do Mundo: de bicicleta

Imagine juntar duas coisas que você gosta muito e fazer num dia só. Pois bem, o pessoal do Grupo "Tô nem ai" de Campina Grande-PB conseguiu. No último dia 03 de junho de 2012 participamos na terra do maior São João do Mundo do 1º Forró Bike, um evento ciclístico muito animado e dos mais organizados que o Rapadura Biker já participou.
No meu caso saímos (Cláudia Celi, Guilherme Lima e eu) de Natal na sexta-feira (01/06) e fomos aproveitar o friozinho bom de Bananeiras-PB para esperar o dia do pedal. Quando chegou o sábado (02/06) recebemos em nossa casa o grosso da tropa do Rapadura Biker (Abeane, Erimar, Fábio Vale, Juliana Cantero, Rochinha e Shirley) que seguia no rumo de Campina. Atenderam meu convite e pararam com o simples propósito de comer uma jaca, tomar um suco de juá e colocar água no radiador do carro de Rochinha, pois o danado esquentou demasiadamente quando Erimar assumiu o comando do volante e imprimiu a velocidade extravagante de 65 Km/h.
Pois bem, o povo chegou lá em casa e começou a comer uns gomos da jaca e entornar o suco de juá. Nesse interim quem se fez presente foi o Presidente do Banana Bike, Fernando Amaral, que não se contentou com o suco e resolveu tomar algo mais caliente, iniciando com umas cachaças produzidas na serra, entrelaçando com umas garrafas de Samanaú, abandonadas lá em casa na última passagem de Júnior Verona.
O tempo foi passando, a jaca diminuindo de tamanho, a cachaça esquentando o frio, mas o motor do possante de Rochinha continuava tão quente como uma caeira, de forma que por razões técnicas a viagem para Campina naquele dia parece que ia ser interrompida.
Quando finalmente o motor do carro resolveu esfriar, os sapos já estavam beirando a calçada da casa e quando os homens se deram conta perceberam que Claudia Celi, Juliana Cantero e Shirley tinham saído para compra bolacha e até então não tinham voltado. De repente um carro foi se aproximando e qual não foi a nossa surpresa: os "Lindos", Alex Alcoforado e Thaise, surgiram inopinadamente, guiados pelo cheiro da jaca. Saíram de Natal às 15h00min e percorreram os 150 Km de distância com uma média de 1 beijo por Km.
Com a chegada dos "Lindos" veio uma novidade: Alex Alcoforado tinha aprendido uma receita de risoto e queria experimentar a danada. De imediato nos colocamos na condição de cobaias.
A noite chegou e com ela o frio aumentou. Comemos o tal do risoto, que na minha terra é conhecido como "grolado" ou "mistura de arroz" e o danado do troço realmente estava gostoso. Se o "Lindão" tiver com as rochas os mesmos dotes que tem na cozinha, sem dúvida dará um ótimo geólogo.
Arrumamos as dormidas, garantindo que ninguém ficasse desconfortável. Rochinha foi o primeiro a "pegar no sono", dormindo feito uma rocha. Fábio Vale montou num colchão inflável e passou a noite sonhando com Aninha. Erimar escolheu dormir ao relento, pegou um cobertor de pele de mamute e fez carreira para o terraço, passando a noite progrramando o seu noivado. Juliana Cantero e Shirley dormiram no quarto de Amanda e Guilherme Lima. Abeane, esse eu não sei onde dormiu. Segundo soube, parece que andou meio sonâmbulo e somente foi acordado quando Rochinha levantou se mijando e saiu abrindo tudo que era porta da casa procurando um banheiro. Dizem que por muito pouco ele não mijou dentro da geladeirinha vermelha.
Às 04h15min o despertador tocou. Lembrei dos tempos do Exército quando acordava "p" da vida com o som da corneta. Às 05h00min já estávamos prontos para pegar estrada, cada um com uma cara de sono pior do que o outro.
A viagem foi tranquila e dessa vez o possante de Rochinha conseguiu atingir a velocidade de 70 Km/h, o danado chega "flotoava" na estrada. Houve quem dissesse que era melhor ter ido de bicicleta, pois com certeza chegaria mais rápido. Pura intriga da oposição.
Chegamos em Campina Grande e depois de um pequeno erro de navegação alcançamos o local da concentração. Tudo já estava pronto e só faltavam os Rapaduras. Desamuntamos dos carros, colocamos os cabrestos na bicicletas e nos juntamos ao grupo de mais de cem ciclistas.
Iniciamos o pedal pelo asfalto e não demorou chegamos na trilha. O clima agradável da serra e uma paisagem linda possibiltou um pedal suave e de bom rendimento. Chamou a atenção a presença de muitos casais e a alegria contagiante do pessoal durante todo o trajeto.
Logo nos primeiros 10 Km tivemos uma parada para hidratação, com frutas, água e muita coisa boa para repor as energias gastas nas subidas.
Chegamos então ao Parque Maria da Luz e ali já nos esperava um carro-palanque com um trio de forrozeiros, daqueles que somente a Paraiba produz. Tinha de tudo no ponto de apoio (frutas, água de côco, água sem coco, sucos, bolacha, coalhada, enfim, tinha de tudo e um pouco mais). Enquanto todo mundo hidratava o forró falava no centro. Fui dançar uma parte com Claudia Celi, mas descobri que esse negócio de dançar com calça colada de ciclista é muito perigoso, pois fica o tempo todo parecendo que o cabra tá dançando armado.
Uma pausa no forró e o passeio continuou. Mais adiante outro ponto de hidratação. Juntamos os Rapaduras e ficamos esperando Rochinha, que vinha lá atrás admirado com a paisagem da Borborema. Quando nos demos conta aproximou-se uma motocicleta do apoio e na garupa vinha Rochinha agarrado na sua bicicleta. Ah, outro ponto positivo do evento: motocicletas de apoio e da SAMU acompanhando todo o trajeto.
Seguimos então pela margem da linha do trem e logo atingimos novamente a zona urbana de Campina Grande. Logo na entrada da cidade paramos em um barzinho para tomar um suco de juá, mas como não tinha optamos por uma cachaça brejeira e uma cerveja litrão (tese da Universidade de Salamanca) para repor os sais e afastar as ingrisias. O local escolhido foi o bar de Dona Carminha e quem estava lá era Jucélio, um simpático conterrâneo que nos recebeu com um sorriso no rosto e tinha uma olhar de um antílope tibetano.
Por volta de 12h15min chegamos ao nosso destino. Antes, porém, fizemos a tradicional foto do grupo perfilhado e depois adentramos o local. Almoçamos e dançamos forró até a hora que foram gastos três triângulos e quatro zabumbas. Somente para ilustrar, dançei tanto que a minha bota esfarelou o solado e tive que voltar somente de meias.
Registre-se que durante todo o forró Fábio Vale permaneceu macambúzio encostado numa "pilastra". Diz a lenda que era saudade do Sargento.
A festa terminou e agradecemos aos organizadores, enaltecendo o brilho do evento. O melhor de tudo é que senti no pessoal do "Tô nem aí" o mesmo espírito do Rapadura Biker: liberdade, alegria e vontade de fazer as coisas certas.

Sonolentos, mas dispostos.
Concentração do 1º Forró Bike.
Na trilha.
Posição Rapadura.
Trio Berenilson.
As Rapaduretes: is my love.
Procurando a máquina.
Saudades de Aninha, ou será do Sargento!
Com a galera da organização e outros ciclistas.

06/06/2012

Aviso aos Seguidores

Caros Rapaduras:
O tempo conspirou contra e tendo retornado de Bananeiras-PB somente na segunda-feira (04/06) não foi possível atualizar o blog e compartilhar com vocês todas as resenhas do Forró Bike em Campina Grande-PB, seguramente um dos eventos mais organizados que participamos. Assim que sobrar um tempinho contarei tudo o que vi e ouvi.
Não bastasse isso, estamos embarcando hoje no rumo de Campos de Jordão-SP com a finalidade de participar do 11º Encontro Nacional de Cicloturismo. Desta feita teremos 10 (dez) representantes do Estado, que farão valer o slogan do Rapadura Biker: "rapadura é doce, mas não é mole".
Logo mais juntamente com Claudia Celi encontraremos no aeroporto com seu Kuka, Evandro, Celita, Serginho e Suzy, embarcando para "Seu Paulo", juntado-nos a Júnior Verona, Vera Lúcia e Neide do Gás.
Aguardem cartas!!!