28/02/2012

Serra da Formiga - Riachuelo-RN - dia 03 de março de 2012.

Caros Rapaduras:
No próximo sábado dia 03 de março de 2012 vamos subir e descer a SERRA DA FORMIGA em Riachuelo-RN. Para tanto seguiremos de carro até a cidade de Riachuelo, deixaremos o carro no pátio de uma fazenda e iniciaremos a trilha. No começo seguiremos por estrada de barro e encontraremos a estrada de calçamento que nos levará até o alto da serra. Desceremos pelo outro lado da serra e seguiremos até a cidade de Rui Barbosa e tomaremos café no mercado. De lá temos duas opções: retornar por estrada de barro até Riachuelo (total aproximado de 38 Km) ou estender um pouco e voltar via São Paulo do Potengi (total aproximado de 55 Km). O deslocamento até Riachuelo será em carro próprio, sendo interessante que adotemos o sistema de compartilhamento de vagas para ciclistas e bicicletas, diminuindo assim a quantidade de automóveis. O trajeto tem dois desafios interessantes: o primeiro é a subida da serra, que exige muita paciência e um bom preparo físico. O segundo é a descida, pois se tiver chovido na região o terreno fica com muitas erosões, exigindo cautela redobrada. Não contaremos com carro de apoio durante o trajeto. Necessário levar dinheiro para água e café da manhã. Concentração e saída às 06h00min, no Posto Emaús. A previsão do início da trilha é 07h30min e o retorno está previsto para 13h30min. Na região tem muitos espinhos, sendo necessário levar kit remendo ou câmara de ar reserva. Não esquecer capacete, luvas, protetor solar e camisa de manga longa. Ademais, levar água, rapadura e muita disposição.

17/02/2012

Pedal das Mulheres: 08 de março de 2012.

Caros Rapaduras:

Elas nos colocaram no mundo e não satisfeitas com tamanha proeza dedicaram todos os momentos de suas vidas para nós que tanto as amamos.
Suplantaram as barreiras do preconceito e ocuparam o seu verdadeiro espaço no mundo, destacando-se em todas as atividades a que se submeteram.
No mundo da bicicleta as mulheres despontam com toda força e conseguem chegar nos mesmos lugares que o bicho homem, muitas vezes chegando até antes.
Nada mais justo que no DIA INTERNACIONAL DA MULHER façamos um pedal em homenagem ao ser mais fantástico que já foi criado.
Sendo assim, chame sua avó, sua mãe, sua filha, sua sogra, sua cunhada, sua neta, sua nora, enfim qualquer mulher que você conheça e que saiba pedalar para participar conosco no dia 08 DE MARÇO DE 2012, a partir das 19h00min (saída às 20h00min), na loja Terral (http://www.terralbrasil.com.br/), do PEDAL DAS MULHERES. Vamos invadir várias ruas da cidade e fazer nascer naquelas mulheres que ainda não pedalam o desejo de conquistar o mundo sobre duas rodas.

12/02/2012

Lagoa da Redonda (Nísia Floresta)-Arez-Georgino Avelino (Bar da Ostra): um pedal animal..

O dia começou às 04h45min com o toque do despertador. Lá fora o sol já nos aguardava, após uma pequena chuva ocorrida na madrugada.
Às 05h30min chegamos no local combinado para o café da manhã: o stand de vendas de um condomínio de apartamentos localizado ao lado do Makro. Atendemos ao chamamento do nosso amigo Felipe (Centauro) que agora ataca de corretor de imóveis. Conhecemos o empreendimento e ficamos bastante entusiasmados, principalmente por verificar uma tendência de construir áreas apropriadas para atividade física. Nesse caso o empreendimento conta com uma das maiores pistas de cooper em área fechada. 
Tomamos um delicioso café da manhã especialmente preparado para os ciclistas. Feitas as despedidas seguimos no rumo da Lagoa da Redonda, no vizinho Município de Nísia Floresta-RN.
O pedal largou às 07h50min. Contamos com 14 participantes (Alex Alcoforado, Ana Paula, Benilton, Cláudia Celi, Cuca, Erimar, Helena, Hiram, Lúcio, Neide, Olavo, Professor Raimundo, Rochinha e Thaise. Foi a estréia do casal Ana Paula e Olavo nas trilhas, pois soube que já tinham pedalado dentro da cidade.
De saída identificamos o primeiro pneu furado na bicicleta do Professor Raimundo. O problema foi rapidamente resolvido e seguimos o caminho. Chegando em Nísia fizemos uma rápida parada para fotografia no pátio da igreja Matriz e depois saímos no rumo da RN 002. No caminho tivemos que passar em duas pontes de madeira e Hiram foi voluntário para testar a segurança de ambas. Depois que ele passou todo mundo foi atrás. Chegando na rodovia entramos à direita e no primeiro distrito (Golandim) deixamos o asfalto e subimos por trilha em direção aos canaviais. Como sempre pedalar dentro dos canaviais é uma loteria, pois o terreno é muito instável. Desta feita encontramos aproximadamente 1,5 Km de areia fofa e tivemos que empurrar até chegar a uma estrada de piçarro, com uma descida incrível. Depois da descida Hiram Coala fez às vezes de Papa e beijou o solo rico dos canaviais. Não vi o momento do "baque", mas soube depois que não foi nada grave. Fiquei somente assustado quando me aproximei e vi um trator oferecendo ajuda, mas depois soube que era para ensinar o caminho e não para levantar o Coala do chão.
Mais uma vez passamos nas proximidades da antiga estação de trem do Baldum, mas não foi possível visitar as ruínas.
O sol abriu forte e por sorte encontramos muitas sombras no caminho. Quando nos aproximamos da comunidade de Sapé Cláudia Celi e Neide não resistiram, subiram num coqueiro e surrupiaram uns cocos, tudo feito com a cumplicidade de Erimar. Essas duas estão ficando finas na arte de subtrair cocos.
Paramos numa mercearia em Sapé para uma rápida hidratação e logo seguimos o passeio, pois Arez estava próximo.
Por volta das 10h30min entramos em Arez, pela porta dos fundos. Rápida foto no frontal do cemitério e parada na praça para o caldo de cana de seu Antônio. Além de ser uma delícia, é bem geladinho, limpo e servido num enorme copo de alumínio. 
Passamos no centro de Arez e novamente pegamos trilha em direção a Georgino Avelino, via lagoa de Araunu, pegando um pequeno trecho bastante encharcado.
Antes de chegar na bifurcação de acesso ao distrito de Carnaúba recebemos a notícia que o Coala estava sentindo cãimbras nas panturrilhas. Voltamos e aplicamos o spray para cavalo de competição. O efeito foi imediato: a dor foi embora, mas o Coala ficou o resto do passeio rinchando.
Seguimos por cima em direção ao Bar da Ostra (Georgino Avelino) e soube que três ciclistas que pedalavam juntos fizeram o seguinte comentário: ciclista 1 - "ei, essa trepidação tá me deixando com vontade de mijar". Ciclista 2 - "eu tô é só peidando". Ciclista 3 - "eu já tô todo mijado". Por razões óbvias vou preservar as identidades dos ciclistas, principalmente pelo fato de que tinham pessoas do sexo feminino dentre os confabuladores.
Chegamos finalmente ao Bar da Ostra e o visual do lugar é melhor do que refresco gelado. Para completar o nosso amigo Valdemar já estava de prontidão e foi logo trazendo um caldinho de ostra, uma tapiocas com tainha frita, cerveja, caipirinha, suco de limão, coca-cola e ostra fresca. O local é muito agradável e merece uma visita (www.bardaostra.blogspot.com).
Quando já passava de 12h00min resolvemos deixar aquele paraíso. Analisamos a situação e concluímos que seria muito cansativo fazer o trajeto de volta até a lagoa da Redonda no pedal, principalmente pelo fato de que tínhamos dois iniciantes na trilha. Alguém viu um caminhão de transporte de animais parado na entrada e obteve do garçom a informação de que aquele carro aguardava os participantes de uma cavalgada. Cláudia Celi e Rochinha foram negociar com o motorista e contrataram um frete até Nísia Floresta, ao preço de R$ 5,00 por cabeça. Foi a melhor pedida, pois o sol estava infernal. O único aspecto desagradável foi a catinga de bosta de cavalo na carroçeria do caminhão, mas confesso que não senti nada pois fui escalado para ir na cabine com o motorista e o Coala para explicar o caminho. Soube que a catinga era tão grande que teve gente aproveitando para peidar e ninguém não reclamou de nada. 
Enfim, o desfecho do pedal não poderia ter sido outro: no começo da trilha passamos na frente de um parque de vaquejada, Hiram Coala usou spray de cavalo de competição para aliviar as dores das cãimbras e fretamos um carro de transportar cavalos para voltar ao nosso destino. Esse foi um pedal animal.
Chegamos na lagoa da Redonda e tivemos uma agradável surpresa: o Ministro Afonso Severo e a Consulesa do País de Pititinga (Alda) nos aguardavam com umas cevejas estupidamente geladas e um peixe frito delicioso. O resto da tarde vocês já imaginam como foi: "só alegria".
Trajeto
Saída na Lagoa da Redonda.
Matriz de Nísia Floresta.
O Coala testando a ponte.

Canaviais entre Nísia e Arez.
Várias sombras no caminho.
O trator escutando a conversa.
As gatunas dos cocos.
Cemitério de Arez.
Caldo de cana de seu Antônio - Arez.
Malembá e Guarairas.
Panorãmica do Bar da Ostra.
Cláudia Celi e Helena com Valdemar.
Embarque da carga.
O cheiro agradável.
Bate, rebate...
Só alegria.

10/02/2012

Espaço paar agradecer aos motoristas que respeitam o ciclista

Caros Rapaduras:

Abrirei um espaço no blog para replicar os agradecimentos que alguns colegas ciclistas fizeram no tocante a condutas corretas de motoristas de nossa cidade. O bom seria que tais condutas fossem a regra, mas mesmo sendo exceções, sinto-me no dever de divulgá-las em homenagem aos motoristas sensatos que sabem respeitar o ciclista/pedreste (o próximo).

Erimar Dantas - 26 de janeiro no Orkut:


Nota de agradecimento

Quero agradecer em publico a lider do grupo "valentes biker´s" Valentina Damasceno, pela atitude de forma segura e prudente pelo fato de ter feito uma direçao defenciva, ao desviar da minha pessoa quando eu transitava de bicicleta ontem 25/01 por volta das 20:10 junto com os ciclistas de natal(bike tirol) na avenida rui barbosa proximo a unicat, eu dei um vacilo e tomei a frente do carro dela, porem ela muito conhecedora do codigo de transito fez a guarda dos 1,5 mts do ciclistas....MUUUUUITO OBRIGADO VALENTINA...e parabens ao grupo valentes bikes por sua lider tao competente e atenciosa.


Fabiano "o Silva" - 09 de fevereiro no Orkut:

Aproveito o embalo para agradecer tb ao motorista ANÔNIMO da Saveiro branca, MXK2488, pela ótima direção defensiva é do bom uso da educação...vinha na Lima e Silva a saveiro entrou rapidamente na via, pois geralmente os motoristas olham o reflexo dos fárois, então percebeu que eu vinha rapido na direção dele, e vinha mermo, chega ia fechano us zoi....rsrsrs manobrou rapidamente a não impedir minha passagem e já foi logo pedindo um milhão de desculpas e perdão....muito bom saber que tem gente assim no mundo.

08/02/2012

Natal-Bananeiras-Natal; parte final.

Após uma espetacular noite de sono, com direito ao frio agradável da serra e ouvindo apenas o barulho do vento, chegou a hora de acordar. Da cozinha veio o som gostoso das panelas: Erimar e Genival, por vontade própria, assumiram o controle do café da manhã e o fizeram com muita propriedade. Como era domingo resolvemos que deveríamos sair muito bem alimentados, pois teríamos 50 Km de estrada de terra pela frente e provavelmente não encontraríamos locais para abastecimento. O café foi bastante substancioso; cuscuz com linguiça, ovo de galinha caipira, pão assado com queijo e presunto, mel, suco, leite e obviamente o café.
A previsão era sair às 06h00min, mas relaxamos e quando olhamos o relógio já apontava para 06h40min. Saímos e enfrentamos um vento frio. Os primeiros momentos da pedalada são decisivos, pois o aquecimento é feito em cima da bicicleta, de forma que bate uma "lombra" maior do mundo.
Deixamos o Água das Serras e seguimos pela Chã do Lindolfo. Logo no início encontramos Tinha, irmão de Naldo Bananeiras, que estava saindo para encontrar um grupo para pedalar até a Cachoeira do Roncador, em Pirpirituba. Quando soube que nosso pedal seria até Natal Tinha tomou um susto e nos desejou boa viagem.
Deixamos a Chã e iniciamos o processo de descida, chegando em pouco tempo a Tabuleiro. Passamos no meio da feira, entre barracas, carrinhos de frete e mangaios.
Depois de Tabuleiro é que a descida fica mais intensa, sempre seguindo no rumo da Barragem da Jandaia. São aproximadamente 15 Km de descida e a paisagem é magnífica. A bicicleta desenvolve tanta velocidade que acaba prejudicando a realização de fotografias (no meu caso).
Chegamos então em Umari e ali encontramos uma igrejinha. Esse ponto é muito significativo no desenrolar do trajeto, pois se você passar direto ao invés de dobrar à esquerda, vai passar por Dona Inez, resultando em aproximadamente 5 Km de subidas, algumas bens íngremes. Registro que em Umari passamos dentro do Rio Curimataú, aquele que vai desaguar em Barra de Cunhaú. O leito do rio estava seco e comentei com os colegas que ali perto tem umas inscrições rupestres, mas como não sei o local exato é preferível visitar em outra oportunidade.
O plano original era seguir pela esquerda em direção ao Distrito de Cozinha, mas a empolgação da descida e o desejo de pegar a mala de madeira que encomendei em Dona Inez me fez passar direto. Quando dei conta já estava subindo e não era mais negócio voltar. Fiquei calado e esperei a reação dos colegas, mas a paisagem é tão bonita que todo mundo ficou satisfeito. Somente mais adiante é que me dei conta da impossibilidade de receber a mala, pois seria complicado levá-la de bicicleta até Natal.
Não demorou e alcançamos Dona Inez, passando rapidamente pela rua principal da cidade. Sequer tive tempo de visitar Mariano, pois ainda tínhamos muita estrada pela frente.
Após a saída da cidade pegamos à esquerda em direção ao local denominado Tanque(s). Seguimos então para a próxima cidade no nosso caminho, Riachão.
Quando entramos em Riachão paramos em um mercadinho para um rápido lanche. Compramos sucos e refrigerantes e lembramos dos bolinhos de ovos (não mofados) comprados na noite anterior. Os bolinhos estavam guardados na mala-bagageiro da bicicleta de Erimar e devido a trepidação da estrada ficaram mais parecidos com farofa de bolo de ovo. Comemos, hidratamos e quando estávamos prestes a sair Genival detectou uma folga na caixa de direção da sua bicicleta. Perguntamos sobre alguma oficina de bicicleta na cidade e nos indicaram uma na saída, justamente nosso caminho. Quando chegamos ao local era uma oficina de motocicleta e o mecânico não tinha a chave adequada. Nesse momento Jean-Claude disse que talvez tivesse a chave adequada em sua mochila e tratou de procurá-la, achando-a e iniciando o conserto juntamente com Genival. Enquanto os dois trabalhavam os demais (Erimar, Serginho e eu) ficaram observando protegidos por uma sombra de uma árvore. No local estava um senhor morador da cidade que ficou curioso para saber o que fazíamos ali em pleno domingo. A versão contada ao homem foi a seguinte: esse francês foi durante muito tempo astronauta e num dos seus vôos ele deixou cair do foguete uma chave frezada. Depois de muita análise ele concluiu que a chave caiu entre Bananeiras-PB e Fortaleza-CE e por tal motivo ele veio da França para procurar a chave frezada de estimação. Veio parar em Bananeiras-PB e procurou ajuda do Presidente do Sindicato do lugar (eu), que por sua vez convidou para participar da empreitada um cabra que foi motorista de Getúlio Vargas (Genival), outro que foi segurança de Bin Laden (Serginho) e um médico do Hospital João Machado (Erimar). Todos agora faziam o trecho entre Bananeiras e Fortaleza procurando a tal chave frezada do francês. O homenzinho prestou bastante atenção na conversa e disse: "ah, bom". Perguntamos então se tinha algum problema de tirar um "retrato" com ele, tendo a resposta sido imediata: "Tá bom". Depois de feito o retrato dissemos ao homem que mandaríamos a foto para uma cápsula espacial que ficaria no espaço por toda a vida. O homem olhou pra um lado, olhou pra o outro e disse enfático: "acho, que não quero mais não".
Depois dessa parada seguimos pelo asfalto até Tacima. Novamente encontramos feira e passamos no meio do furdunço.
Deixamos Tacima e seguimos por trilha até o Parque Estadual da Pedra da Boca, saindo justamente na estrada de acesso ao Parque. Dali pegamos à direita e fomos até a Pousada Pedra da Boca, de propriedade de Dona Neide, nossa conhecida de outros pedais e que sempre recebe os ciclistas com um sorriso. Tomamos água, comemos banana e sanduíches. Quem nos aguardava no local era Suzi, esposa de Serginho, pois em razão de um contratempo ele teria que voltar mais cedo a Natal.
Depois das despedidas analisamos qual seria nossa melhor rota, pois dali de Passa e Fica são várias as possibilidades. Optamos pela rota mais longa, porém mais segura. Fomos no rumo de Nova Cruz, local escolhido para o almoço. Chegamos na cidade e encontramos logo na entrada um restaurante com oferta de churrasco. De início ali seria o local do almoço, mas Jean-Claude cismou com o lugar (acho que foi o som alto) e sugeriu que fossemos procurar outro restaurante, alegando que Nova Cruz é uma cidade grande. Acatamos e saímos procurando. Atravessamos toda cidade e terminamos em um restaurante localizado num posto de combustível e quando terminamos de almoçar um carro parou próximo e tome som alto. Ainda bem que o francês já estava de barriga cheia.
De Nova Cruz saímos até Montanhas. O vento nos empurrava lateralmente e a pedalada foi muito desgastante. No caminho o francês estava doido pra tomar um banho e logo adiante ele encontrou um "barreiro". No lugar tinha um "bebum", cuja boca continha o equivalente a um time de salão em número de dentes. Os olhos do cara estavam totalmente esbugalhados e pareciam que ia cair a qualquer momento. Ele encostou e antes que ele pedisse qualquer coisa nos adiantamos e pedimos a ele cinquenta centavos para comprar água. Ele ficou todo desconfiado e acho que com vergonha de pedir.
Chegando em Montanhas nos dirigimos a um posto para comprar picolé e tomar uma água gelada, pois o calor estava intenso. Ali fomos atendidos por duas jovens e um rapaz. Enquanto estávamos relaxando uma das jovens achou de perguntar se Jean-Claude era estrangeiro e o que fazíamos ali em plena tarde de domingo. Estávamos quietos, mas como perguntaram, tivemos que explicar, da seguinte forma: esse rapaz grandão é um missionário francês. Um dia ele sonhou que em algum lugar entre a Paraiba e o Ceará ele deveria fundar uma igreja para congregar todos os ciclistas do mundo. Resolveu então sobrevoar a região e pousou seu avião em Bananeiras e ali conheceu o Presidente do Sindicato e o resto vocês já sabem. Perguntamos se elas sabiam de algum terreno bom na cidade para constuir o templo, mas elas não acreditaram muito na conversa.
A próxima parada foi em Pedro Velho. A ideia era parar no balneário de Piquiri, mas acabou que passamos direto.
Em pouco tempo chegamos em Canguaretama (Penha) e logo na entrada encontramos um grupo de papangus. Bom saber que os meninos ainda guardam a tradição.
Paramos novamente para hidratar e desta feita encontramos até doce de leite. O local estava tranquilo até que chegaram três ônibus de "farofeiros". Pelo jeito o único que não estava "melado" era o motorista.
Continuamos pela BR 101 e em pouco tempo chegamos em Goianinha. O América estava jogando e aquilo pra mim foi um péssimo sinal. Explico: o estacionamento estava cheio e aqueles carros em sua maioria voltariam a Natal, o que tornaria o trânsito muito intenso. Não deu outra e quando nos aproximamos da entrada de Arez os veículos começaram a passar em altíssimas velocidades. Liguei pra Cláudia Celi e pedi que ela viesse me encontrar em São José de Mipibu, o que foi feito. Ofereci carona aos demais, mas apenas Genival aceitou. Ás 19h20min já estava em casa tomando banho de bica e esperando o jantar.
No cálculo final pedalamos mais de 300 Km e para minha surpresa cheguei inteiro. Valeu a experiência, os companheiros foram incríveis e a próxima viagem já foi sugerida.
Café da manhã: primeira de luxo.
Foto na saída.
Deixando a chã.
Feira de Tabuleiro.
Descendo pra Umari.
Na Pedra da Boca.
O "Missionário" Jean: procurando a chave frezada.
Papangus da Penha (Canguaretama)
Em São José de Mipibu-RN.

06/02/2012

Natal-Bananeiras-Natal: de bicicleta por caminhos diferentes.

O PLANEJAMENTO DA VIAGEM:

Na quinta-feira (02/02/12) seguia de carro quando o telefone tocou. Do outro lado Erimar indagou se tinha alguma programação de pedal para o final de semana. Como estou em férias, não hesitei e perguntei: Vamos amanhã até Bananeiras? A resposta veio com uma pergunta: "qual a hora?". Alguns contatos telefônicos posteriores e definimos que a saída seria no final da tarde do dia seguinte (03/02/12). No decorrer do dia recebi telefonemas de Serginho e Genival demonstrando interesse em seguir conosco. Mais tarde Erimar ligou e informou que Jean-Claude também seguiria com o grupo. Combinamos então o seguinte: a saída seria por volta das 16h00min e o trajeto seria via Monte Alegre, Brejinho, Santo Antônio, Nova Cruz, Logradouro-PB, Caiçara-PB e Belém-PB. A ideia era pedalar com tranquilidade e sem preocupação com a hora. Se rolasse um cansaço e o grupo assim decidisse pararíamos em uma cidade, dormiríamos e seguiríamos no dia seguinte. Vê-se, portanto, que o planejamento praticamente não ocorreu, sendo uma viagem inusitada e por tal motivo não foi compartilhada nas redes sociais.

O PRIMEIRO DIA:

Resolvi algumas questões pendentes na parte da manhã, almocei e preparei a bicicleta, dando prioridade a chave da casa de Bananeiras-PB, pois ali seria nosso local de pouso. Tirei um cochilo de duas horas e acordei às 16h00min, ficando pronto para pegar estrada. Não demorou e chegaram Erimar e Jean-Claude. Logo em seguida foi a vez de Genival, cuja bicicleta tinha um pneu furado. Fizemos o remendo, analisamos a condição do pneu e após tudo checado fizemos pose para foto e iniciamos nossa aventura (17h05min). Ficou combinado que Serginho nos encontraria na BR 101.
Quando chegamos na BR 101 (imediações da Cidade do Vaqueiro) já estava escuro e Serginho estava aguardando. Infomou que tinha esquecido o miolo da lanterna, mas tinha ligado para Edivan da Trilha Mountain Bike e ele estava enviando um motociclista com a solução do problema. Por volta das 18h15min o rapaz chegou e trouxe o miolo da lanterna, possibilitando assim que seguissemos nosso caminho. Faço questão de registrar tais fatos, pois representam bem a solidariedade entre ciclistas.
Às 19h30min chegamos em Monte Alegre-RN e analisamos que seria conveniente jantarmos ali, pois a medida que o tempo fosse passando ficaria mais difícil encontrar um local aberto nas cidades seguintes. Optamos por uma pizzaria na rua principal da cidade. Foram duas pizzas do tamanho de Hiram (GPP - grande pra por...), com muito suco e refrigerante. Tudo gostoso e com preço justo. Enquanto comíamos um grupo de senhores sentados no canteiro central nos observava bastante curiosos. Na hora de sair um deles perguntou qual o nosso destino. Usamos então a velha estratégia (segurança) de nunca divulgar qual o nosso trajeto e começou então a resenha: Vamos até Recife, pois pretendemos passar o carnaval por lá e estamos indo na frente para alugar uma casa. Voltaremos amanhã e no carnaval vamos com as famílias de carro. Os senhores olharam uns para os outros e disseram admirados: "Vixe, os cabras gostam mesmo de andar de bicicleta". Convidamos eles para seguirem conosco, mas a resposta foi uníssona: "NÃÃ".
A próxima parada foi em Brejinho. Encontramos uma pequena lanchonete ao lado de uma funerária. Lembrei aos colegas que na minha primeira viagem de bicicleta (Natal-Pedra da Boca) paramos quase mortos de cansados defronte à funerária e somente na hora de tirar uma foto foi que percebemos os caixões na vitrine. Compramos água, fizemos um breve lanche e voltamos a pedalar.
Por volta das 23h00min chegamos em Santo Antônio do Salto da Onça-RN. Logo na entrada da cidade uma cena chamou a atenção: em uma daquelas academias públicas tinha um grupo de "garotas" fazendo exercícios e quando viram nossas bicicletas começaram a gritas eufóricas. Diante de tamanha recepção olhamos com maior acuidade e verificamos que aquelas "garotas" tinham algo a mais em suas fisiologias, ou como diz o grande filosófo Bené: "mijam em pé". Acenamos para as "ladys" e seguimos viagem.
Paramos para relaxar na escadaria da igreja Matriz e ali ficamos por alguns minutos. Aproximou-se um rapaz numa motocicleta e veio perguntar se o Professor Raimundo estava no grupo, pois no ano passado quando passamos por ali ele deu uma assistência a Raimundo, Felipe Centauro e João Paulo, ficando com eles até que o primeiro ônibus para Natal passasse. Ficamos conversando e fazendo os preparativos para recomeçar o pedal. De repente adentra a rua o grupo das "meninas" que estava na entrada da cidade. Quando passaram por nós eu perguntei se poderiam tirar uma foto conosco. A resposta foi imediata e logo já estávamos todos juntos e Serginho cunhou a seguinte frase para servir de legenda na foto: "Rapadura Biker diz não ao preconceito".
Deixamos Santo Antônio já não tão convictos se realmente é do salto da onça ou se de outro bicho mais serelepe, mas tínhamos assunto para o resto da viagem. O francês Jean-Claude não estava entendendo nada e começou a ficar preocupado com a dimensão que a foto ganharia nas redes sociais. O fato é que os rapazes foram bastante educados e em nenhum momento tiraram qualquer "cabimento" ou tiveram qualquer atitude de desrespeito.
Nova Cruz era o nosso próximo objetivo. Um frio gostoso e uma estrada praticamente sem nenhum movimento de carros foi o que encontramos até a "Capital do Agreste". Chegando na cidade (00h30min) não tinha nada aberto. De água estávamos abastecidos, mas um lanche seria bom para repor as energias. Procuramos e as únicas coisas vivas que encontramos foi um bebum com uma camisa do Flamengo e um gato em cima de uma árvore querendo comer uns passarinhos que ali repousavam. A partir dali teríamos pela frente 15 Km de estrada de piçarro, sem nada aberto e uma matilha de cachorros comedores de canelas. Nossa única esperança era que os cachorros não gostassem de carne importada, pois como Jean-Claude só anda na frente as canelas dele seriam as primeiras a receber visitas. A lua nos ajudou bastante, mas também contamos com a argúcia de Erimar Poliglota. O homem revelou mais uma faceta: além de falar vários idiomas ele também tem um apito especial que se comunica com os cães. Testemunhei o momento em que um cachorro correu atrás dele e quando já se preparava para morder emitiu o seguinte som: "AU, AU, AU, GRAAAANNNN, GRAAAANNN = VOU COMER SUA CANELA". Erimar fez uso do apito secreto e emitiu três silvos longos: "PRIIIIIIIIII, PRIIIIIIIII, PRIIIIIIIIIII = SOMOS DO RAPADURA BIKER, VOCÊ NÃO ESTÁ RECONHECENDO". O irracional então respondeu envergonhado: "CAIN, CAIN,CAIN = DESCULPE, VÃO COM DEUS, VOU PASSAR O RÁDIO PARA OS DEMAIS CACHORROS DA FRENTE E NINGUÉM IRÁ INCOMODAR OS HONROSOS MEMBROS DO RAPADURA BIKER". E saiu de cabeça baixa.
Chegamos então na Paraíba via Logradouro e assim que entramos na cidade uma pequena praça com dois banquinhos nos aguardava. O frio já estava ficando mais intenso e lembro que ao deitar no banco sentiu uma espécie de choque em razão da "friagem". Descansamos um pouco e voltamos ao pedal.
Não demorou muito e chegamos em Caiçara na expectativa de encontrar algum estabelecimento comercial aberto, pois a fome era grande. Serginho afirmou que estava sentindo dormência no estômago. Genival já tava pensando em voltar até Nova Cruz para comer o gato que estava em cima da árvore. Eu já não aguentava mais barrinha de cereal. O francês só dizia "ci, ci, ci". E Erimar estava sentindo cheiro de carne assada.
Quando chegamos no centro de Caiçara vimos umas pessoas paradas na calçada de uma casa com as luzes acesas e alguém do grupo disse: "Oba, um barzinho aberto". Quando me aproximei e indaguei da senhora sentada na calçada se ali era um bar, ela disse: "Não meu filho, ali é um velório". Perguntei se ela tinha como obter água e ela disse que sim, pegando nossas garrafinhas para abastecer. Deixamos nossas condolências e fomos embora, pois esse negócio de defunto na madrugada é muito sinistro. Ah, descobri ainda qual a razão do cheiro de carne assada que Erimar tinha sentido: "o velório era de um cabra que morreu de um balaço".
Às 03h30min chegamos em Belém-PB e em poucos minutos alcançamos Rua Nova (trevo de acesso à Bananeiras). Novamente a cidade dormia e a fome que já era grande, agigantou-se. Agora até cachorro que aparecesse na nossa frente corria risco.
Paramos no alpendre de um bar para analisar como seria o último trecho da viagem (14 Km de subida até Bananeiras). Serginho e Genival disseram que estavam bem, mas como estavam com muita fome iam aguardar uma carona. Lembrei então de ligar para Fernando Amaral pois já passava das 04h00min. O homem atendeu e disse que iria descer para buscar os meninos. Segui com Jean-Claude e Erimar. Após 06 Km começei a chamar Jesus de Genésio e cahorro de cacho e bastou ver a Kombi se aproximando para pular dentro dela, encontrando Genival já dormindo e Serginho sentado feito um Lord. Na subida passamos por Erimar e Jean-Claude, que preferiram seguir pedalando.
Chegamos em Bananeiras e fomos direto para a padaria que acabara de abrir as portas. Pedimos uma bandeija de pão que tinha acabado de sair da fornalha. Besuntamos os pães com manteiga Itacolomy, metemos queijo de coalho dentro e tomamos com suco e tudo que era líquido disponível. No final foram 138 pães (um para cada quilômetro rodado) e 15 litros de bebidas (um litro para dada mentira contada na viagem).
Subimos a ladeira do "Para Velho" na Kombi e quando chegamos em casa Dona Graça tinha deixado a mesa posta para o café da manhã. Nos acomodamos e dormimos feito crianças.
Às 09h30min acordamos e fomos relaxar na piscina. O meu professor de natação (Serginho) achou pouco ter passado a noite toda pedalando e ainda foi continuar as aulas. Fazer o quê!!!
Almoçamos com o peculiar tempero de Dona Graça e voltamos a dormir durante toda tarde. Quando começou a anoitecer descemos o "Para Velho" caminhando, fizemos as compras do café da manhã e fomos comer uma massa na simpática cantina italiana da cidade. Tudo gostoso e com  preço bom. Resolvemos subir a ladeira de táxi e assim fizemos.
Erimar preparou o cuscuz para o café da manhã, fizemos todos os preparativos para o dia seguinte e combinamos o trajeto e hora de saída. A noite estava fria e foi uma dormida espetacular.
Saída: Cláudia Celi chorando de saudades.

Festival de Pizza em Monte Alegre-RN.

Mais pizzas.

Chegando em Monte Alegre-RN.

Brejinho-RN investindo na cultura: Parabéns!!!

Rapadura Biker DIZ NÃO AO PRECONCEITO.

Chegando em Nova Cruz-RN. Alguém tinha dúvida?


Paisagem na subida da serra.

Entrada da cidade: Bananeiras-PB.

Aula de natação.

Erimar e Jean-Claude relaxando no pedalinho.

A galera relax.



Massa na cantina italiana.