28/03/2013

Tapioca com Rapadura: uma mistura que deu certo.


Tapioca com rapadura e coco

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Ingredientes:
100 gramas de goma de mandioca
50 gramas de queijo mussarela
03 colheres de sopa de rapadura ou melaço de cana
03 colheres de sopa de coco ralado fresco.
Modo de fazer:
Rale em separado o queijo, a rapadura e o coco, reserve. O modo mais fácil é comprar a goma de mandioca refrigerada já pronta, peneirá-la e  fazer as tapiocas como abaixo.
Passe a goma de tapioca pela peneira, acrescentando uma pitada de sal. Aqueça em fogo médio baixo, durante 1 minuto uma frigideira antiaderente de 30 cm de diâmetro, espalhe a goma, modele a tapioca como uma panqueca no fundo da frigideira.
Assim que a tapioca desgrudar do fundo da frigideira, vire-a por alguns segundos e estará pronta. Recheie a tapioca 5 colheres de sopa com queijo, 3 colheres de sopa de coco ralado e 3 colheres de sopa de rapadura.Quando o queijo e a rapadura derreterem a tapioca estará pronta.
Sirva a tapioca e deliciem-se.
Obs. Para uma tapioca bem leve, peneire bem a massa e na hora de colocar na frigideira ponha a quantidade suficiente para cobrir o fundo, sem ficar espessa.

RAPADURA BIKER EM JOÃO PESSOA
No último final de semana (23 e 24/03/13) estivemos (Neide Araújo, Kuka, Raiane, Goreth, Edimário, Juliana Cantero, Abeane Flávio, Claudia Celi, Guilherme Lima e eu) na Capital paraibana com o propósito de iniciar no pedal os nossos primos Ana Marly e Luciano Barros, cumprindo assim uma promessa recíproca feita por ocasião do carnaval em Bananeiras-PB.
Logo cedo fomos recepcionados com um café da manhã farto e delicioso preparado por Vilma e Luciano, com alguns pitacos de Ana Marly. Eles não sabem o risco que correram, pois ouvi vários Rapaduras cochichando sobre voltar no próximo final de semana para repetir a dose.
Depois de abastecidos foi a hora de reapresentar a bicicleta a Ana Marly, pois fazia tão somente 20 anos que ela não pedalava. Momento de tensão: a mulher subiu na bicicleta e já saiu pedalando sem "bambear". Solicitou uns pequenos ajustes na altura do selim, fez uma quinhentas perguntas sobre isso e aquilo e em pouco tempo já iniciamos o trajeto no rumo da Trilha Paraíso.
No caminho encontramos Renan Santana, vindo de Natal na noite anterior, tendo juntado-se ao grupo. Na rotatória de Mangabeira foi a vez de encontrarmos Júnior Cobra (Urso), Odete (Mel), Windsor e mais duas ciclistas paraibanas, cujos nomes não decorei e desde já peço desculpas. Chegando nas proximidades da entrada da trilha foi a vez de Paulo Ivo, Joab, Bruno e Jamile (estes dois de Natal) juntarem-se ao grupo, iniciando o percurso, aproximadamente às 09h00min.
A Trilha Paraiso é na verdade um circuito, criado pelos próprios ciclistas e bastante utilizado hoje para treinamento e passeio. O local é muito bem sinalizado, com trechos bastante técnicos e a natureza bem preservada, de forma que os obstáculos são naturais.
O pessoal de João Pessoa que nos guiou na trilha fez uma preleção antes de iniciarmos e deu dicas interessantes sobre o percurso. Dentre as diversas orientações uma mereceu destaque: "mantenham a coroa no meio". Nesse momento, Luciano Barros não pestanejou e determinou a sua irmã Ana Marly que fosse para o centro do grupo.
Resolvido o problema da "coroa", todo mundo focou na trilha e seguimos em ritmo leve e tranquilo. Tudo ia bem até o momento que Guilherme Lima foi atacado por um pequeno maribondo, rapidamente eliminado pela ação contundente e pulverizadora de Claudia Celi. A mulher parecia uma ninja saindo de dentro da mata, com um spray antisséptico em mãos. Tudo foi devidamente registrado em vídeo e encontra-se disponível no youtube e aqui no blog.
No final da primeira parte da trilha optamos por dividir o grupo, pois os Tapiocas (Ana Marly e Luciano Barros), principalmente aquela, já tinham pedalado o suficiente para o dia, sendo desgastante seguir no rumo da praia. Voltamos então no rumo dos Bancários, ao passo que o grosso do grupo foi em direção às praias.
De volta ao Bancários ficamos posicionados na sombra enorme de um pé de castanhola. Enquanto esfriávamos o corpo para tomar banho eis que chega Vilma com uma travessa de rubacão. Desnecessário dizer que o resto da tarde foi a cara da riqueza, sombra e "água" fresca, exceto pela água que passarinho não bebe que Abeane inadvertidamente verteu de uma golada só.
Mais se a sombra da árvore, os quitutes de Vilma e a cerveja "gelada" já estavam de bom tamanho, o destino nos reservava outra surpresa. Recebemos a visita de Arthur (um jovem de 23 anos, com Síndrome de Down) e dos seus pais, vizinhos de Luciano Barros. O "garoto" é altamente descolado e contagiou a todos os Rapaduras, nos propiciando uma tarde alegre e marcante.
Depois de muita resenha com Arthur resolvemos satisfazer um desejo de Claudia Celi de colocar os pés na areia da praia. Fomos até Cabo Branco e na volta ainda visitamos a Estação Ciência e a Ponta do Seixas. A noite chegou e nos recolhemos bastante cansados, porém felizes.
No dia seguinte acordamos enfadados, mas isso não impediu de pedalarmos novamente. Escolhemos pedalar pela faixa compartilhada nas proximidades dos Bancários, até a ciclovia que nos deixou nas proximidades da Estação Ciência e de lá descemos até Tambaú, fazendo depois o caminho inverso. Foi uma experiência muito boa, pois pedalamos com a sensação de segurança, mesmo com as obras na ciclovia da avenida da beira mar.
Voltamos à sombra do pé de castanhola e ali mesmo almoçamos. Quando estávamos nos preparativos de partido eis que Arthur chegou novamente, desta feita com um capacete de ciclista na cabeça. Não demorou e a mãe foi buscar a bicicleta (um triciclo), cujos pneus estavam todos murchos e a corrente muito seca. Em poucos minutos os Rapaduras resolveram o problema da bike e resolvemos experimentá-la. Aquilo que parecia fácil transformou-se em algo difícil. Apesar de possuir três rodas a bicicleta exige uma técnica especial, pois o guidão puxa muito para um lado e nas curvas é necessário compensar com o corpo. Suficiente dizer que das sete pessoas que experimentaram pedalar na bike, somente duas (Neide e Claudia Celi) tiveram êxito.
Anunciamos nossa partida e Arthur caiu em prantos. Antes de irmos embora ouvimos dele a seguinte frase: "em Natal sou Rapadura, em João Pessoa sou Tapioca".
Deixamos a cidade todos impressionados pela acolhida e pelos momentos felizes que passamos. Nos carros sintonizamos os rádios na CBN e ouvimos de Ronaldo Belarmino, locutor e pai de Arthur, uma saudação ao vivo aos integrantes do Rapadura Biker. 
No caminho de volta encontramos nas proximidades de Canguaretama o Sargento Josias e o Cabo Dantas, os quais voltavam de Montanhas, onde tinham ido fazer o reconhecimento de uma trilha. Os homens estavam devidamente guarnecidos de beijus, tanto do preto quanto do branco. Depois de mais ou menos umas duas garrafas de café e uns dois quilos de beiju (cada um), seguimos viagem e chegamos em paz e com a certeza de que contribuímos para criar uma mistura legal: Rapadura com Tapioca.
Guilherme Lima (antes do maribondo), Renan e Luciano Barros.

Faixa compartilhada.

Claudia Celi com pressa: depois descobri o motivo.

Os Tapiocas.

Rapadura com Tapioca.

Arthur e sua bike.

Abeane dando uma geral na bike de Arthur.

Café da manhã.

Ana Marly testando a bike.

Reunindo com os ciclistas de Jampa.

Neide com Odete (Mel).

Joab e Paulo Ivo.

Neide na faixa compartilhada.

Arthur e sua alegria.

Chama no rubacão.




Bruno e Jamile: representação dos Mungangas.







14/03/2013

Pedal do Sábado (16/03/13) - Trilha do Maquinista e Bonfim.




Caros Rapaduras:

No próximo sábado faremos a Trilha do Maquinista, seguindo até a Lagoa do Bonfim (imediações do Clube dos Caçadores) e voltando pela BR 101. Desde já esclareço que em algumas partes do trajeto sempre encontramos muita areia fofa, sendo necessário descer e empurrar as bicicletas.
SAÍDA: 06h00min.
LOCAL: posto de combustíveis na rótula do Cidade Verde (Av. Ayrton Senna com Gastão Mariz - proximidades do Salesiano).
TRAJETO: posto de combustíveis na Cidade Verde, Ayrton Senna, Aníbal Brandão, Maria Lacerda, Coophab, Green Club, travessia do rio, RN 313, trilha do Maquinista, Bonfim, BR 101, Parnamirim e posto de combustíveis na Cidade Verde.
TOTAL APROXIMADO DO TRAJETO: 50 Km (asfalto e trilha).
CAFÉ DA MANHÃ: recomenda-se que cada um já saia de casa alimentado, entretanto, faremos parada em alguma bodega no caminho ou então encontraremos com o vendedor de pão no meio da trilha.
O QUE LEVAR: equipamento de uso obrigatório (capacete e luvas), camisa manga longa ou manguito, protetor solar, kit remendo ou câmara de ar reserva, água, rapadura, barrinhas, café e manteiga (na hipótese de encontrarmos o vendedor de pão).
CARRO DE APOIO: Não, pois passaremos em trechos que o automóvel não acessa.
PREVISÃO DE RETORNO NO PONTO DE CONCENTRAÇÃO E SAÍDA: 12h00min.

12/03/2013

Agenda Semanal do Rapadura Biker: 12 a 16/03/2013

Caros Rapaduras:

Segue a nossa agenda semanal. Programe-se e venha pedalar conosco.

Agenda Semanal do Rapadura Biker:
- 12/03 - O inédito, imperdível e inoxidável pedal na Rota do Sol, com destino ao Maior Cajueiro do Mundo - 20h00min, posto de combustíveis em frente ao Frasqueirão;
- 14/03 - Levaremos falta em razão de compromisso social. Fiquem à vontade para pedalar com outros grupos;
- 16/03 - 06h00min - Trilha do Maquinista e Lagoa do Bonfim (maiores detalhes serão postados oportunamente);
- 16/03 - 15h00min - Participação na Assembléia Geral Extraordinária da ACIRN (vejam edital de convocação aqui na página ou no grupo).

Assembléia Geral Extraordinária da ACIRN


EDITAL DE CONVOCAÇÃO - Assembleia Geral Extraordinária


EDITAL DE CONVOCAÇÃO
                                      ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINARIA   
                        (Eleição da Diretoria Executiva e outros procedimentos)

Em cumprimento aos artigos 6º e 7º do Estatuto Social, ficam convocados todos os Associados em condições de voto para reunirem-se em Assembléia Geral Extraordinária no dia 16 de março de 2013, sábado, às quinze horas, em primeira convocação, com a presença de cinqüenta por cento mais um dos sócios aptos a votar, ou às quinze horas e trinta minutos em segunda convocação, com qualquer número de sócios presentes, para cumprirem a seguinte ordem do dia:

            I - Mudança do endereço da sede da instituição; redução do tempo do mandato da Diretoria Executiva dos atuais quatro anos para dois anos;
II - Criação de novas diretorias: Diretor Cultural; Diretor de Comunicação e Diretor de Articulação Municipal que compreenderá os seguintes polos de diretorias: Natal, Mossoró, Caicó, João Câmara e Macau;
III – Criação das seguintes Assessórias: Jurídica, de Jornalismo e Assessoria de Associativismo Nacional;
IV - Eleição para os cargos vagos na Diretoria, de acordo com o Art. 12 do Estatuto Social, in verbis: o preenchimento de cargo vago na Diretoria Executiva dar-se-á por eleição, a cargo da Assembléia Geral, como também o Art. 11, in verbis: o mandato do membro da Diretoria Executiva extingue-se pela desistência voluntária.

O local da realização da Assembléia Geral Extraordinária será no Edifício Alfredo Xavier, de número 3631, localizado na Rua Des. Túlio Bezerra de Melo, Bairro Candelária, Natal/RN, tendo como referência: entrar na segunda rua após passar pelo posto Planalto da marginal BR 101, em Candelária, sentido centro/bairro.

Natal/RN, 17 de fevereiro de 2013.

Haroldo Ferreira da Mota
Diretor Geral

11/03/2013

Eco Pedal Talhado 2013: os Rapaduras foram.


RAPADURA NO TALHADO

Agradecer é preciso, façamos sem hesitação
Pedalamos no Talhado, com vigor e emoção
Subimos muitas ladeiras, descemos outro montão
Tomamos banho de chuva e sol forte de rojão

Chegamos logo no sábado pra molhar o peritônio
Lá fomos recebidos pelo ilustre do Petrônio
Pense num cabra bacana, igual a ele não há
Mas também não fica atrás o companheiro Josemar

Hospedados nós ficamos na Pousada Alvorada
Tudo muito asseado, simples e organizada
Quem nos recebeu sorrindo, sempre com eterno garbo
Foi a querida e amada, salve Dona Ducarmo

O pedal foi cansativo, mas também compensador
No caminho a seca intensa foi mostrando seu furor
Mas a paisagem bela, daquele sertão bravio
Fez o ciclista forte, vencer todo o desafio

Voltamos aos nossos lares com certeza bem madura
No próximo Pedal Talhado vai ter muita Rapadura
Pois aquilo que é bom deve ser prestigiado
Quem perdeu eu sinto muito e quem foi muito obrigado

1º DIA: aclimatação no Gargalheiras e acolhida em Santa Luzia

Acho que todo nordestino tem um pouco de poeta dentro de si. No meu caso tenho certeza que a minha veia poética tá mais entupida de que bueiro de esgoto do Alecrim após algumas horas de chuva em Natal. Assim sendo peço desculpas aos poetas juramentados, mas aprendi desde cedo e tenho tentado passar  pra minhas crias que emoção boa é aquela dividida, esparramada pelo chão feito capim em beira de rio.
Saímos de Natal (Serginho, Suzy, Laura, Naldo (Ridículo), Adriana, Nininha, Dudu, Nenen, Claudia Celi e eu) às 07h45. Uma paradinha no Posto Emaús e identifiquei o carro de Eduardo Campos, indicativo de que o homem desistiu de ser um Juarez. Deixei até um recado pendurado no vidro dianteiro, mas acho que o vento cuidou de jogar fora, pois até agora ele não me retornou pra replicar com um desaforo.
A primeira parada foi Santa Cruz para que Naldo fizesse uma boquinha e ainda colocasse a culpa em Nenen. Depois disso somente paramos em Acari e antes da entrada do Gargalheiras desci do carro pra esperar Claudia Celi que tinha ido ao banco, Nesse momento senti na pele o furor do sol do Seridó. Parecia que tinha um enorme secador de cabelos, na potência máxima, apontado pra minha venta. Suficiente dizer que eu tinha acabado de comprar um óculos importado (da China) e a armação do bicho derreteu  feito vela diante da chama.
Tomamos então o rumo do Gargalheiras e já na chegada percebemos o baixo nível da água. Na pousada buscamos o restaurante e matamos a saudade do filé de tilápia do lugar. Encontramos vários motociclistas participando de encontro na região e um deles, João Maia, veio até nossa mesa e nos relatou as belezas das viagens que realizam. Deu a dica de visitarmos Coroico. Anotei na agenda para pesquisar depois.
Nossa chegada em Santa Luzia foi por volta das 14h00min e tratamos logo da hospedagem, pois afinal de contas quem vive descoberto é sem teto, passarinho e cabra grande com lençol pequeno (nessa ordem).
Na Pousada Alvorada fomos novamente bem recebidos por Dona Ducarmo com seu sorriso de menina. No local já estavam Uilamy, Alan, Noronha e Shirley). De Bananeiras já estavam presentes os representantes do Banana Bike (Fernando Amaral, Adriana, Vanderleia, Neto e sua esposa). Tratamos então de buscar o rumo da praça com a finalidade única, exclusiva e singular de tomar um sorvete de cevada, recomendado pela Organização Mundial da Saúde como único lenimento capaz de aplacar o calor do sertão da Paraíba. Enquanto tomávamos alguns sorvetes chegou uma ligação de Raira e Emanoel Leite informando que já estavam em Parelhas e logo mais estariam se incorporando ao grupo juntamente com Fátima Arcanjo, Douglas, Hiram, Heráclio e Neto Mola, este tendo aproveitado para informar que chovia granizo na terra do Boqueirão.
Ficamos aguardando outros ciclistas e vendo o movimento da rua e resenhando sobre a viagem. Soubemos inclusive que Uilamy foi de extrema agilidade em localizar a pousada, bastando pedir informação a uma garota e ela foi deixá-lo na porta do lugar. 
Enquanto as garrafas de sorvete eram consumidas o grupo foi literalmente tomando corpo com a chegada de Laércio, Fabiano, Magno, Ediane, Claudiene, Alessandro e Alan (versão mais encorpada).
Enquanto permanecemos na "sorveteria" caiu uma chuva torrencial, o que foi um bom presságio para o pedal do dia seguinte. Nesse meio tempo tivemos a ausência de Kung Noronha, cujo passado registra uma simpatia com o budismo e tendo se deparado com as "montanhas" do Talhado, não resistiu e resolveu encarnar o seu buda interior, transformando-se no "Balaio de Lama", que vem a ser uma cópia pirata do líder budista lá do Agreste do Tibet.
A noite fomos jantar e fiquei deveras emocionado quando Laércio e Fabiano chegaram contando que nas proximidades da pousada encontraram um grupo de jovens treinando Jiu-Jitsu. Foram chegando de mansinho, apresentaram-se e descobriram que o mestre do grupo estava fora da cidade, passando então a ministrar algumas técnicas aos meninos. Desnecessário dizer que maior do que a alegria dos garotos foi o nosso orgulho por esse ato aparentemente tão pequeno, mas com efeitos grandiosos. Parabéns pela atitude!
Enquanto os nossos lutadores suavam a camisa, outra parte do grupo (omitirei os nomes para não ser injusto e para evitar possíveis ações reparatórias) enfrentava uma batalha épica e tentava sem nenhum sucesso dizimar todos os pastéis disponíveis no comércio da cidade. O interessante é que não estou tratando daqueles minúsculos pastéis servidos em aniversário de 15 anos de filha de crente, mas uns pastéis substanciosos, cujo recheio possui mais ou menos 1 Kg de carne moída, uma banda de um queijo de coalho, duas latas de azeitona e um tubo de mortadela Confiança light. Pra resumir: o pastel era tão grande que quase não cabia na fotografia!
Chegou a hora de dormir para acordar cedo e enfrentar o Talhado. De longe ouvia-se o batidão de som na praça e durante a madrugada sonhei com a campainha tocando várias vezes. Não bastasse isso tive um pesadelo no qual um cara tentava entrar na pousada e somente o fez mediante escalada, ao passo que outro dormiu em cima de uma carroça puxada por um jumento chamado "Rodrigo", tal e qual o de Nezinho do Bem Amado.
Acordei cedo e qual não foi minha surpresa ao encontrar estacionado na porta da pousada uma carroça modelo e ano 2013, tendo à frente um jumento. Passei pertinho dele e só pra espantar a dúvida falei baixinho: "Rodrigo". Pois não é que o danado olhou pra mim e sorriu.

2º DIA: Subindo e descendo o Talhado.

No local da concentração os ciclistas começavam a chegar de vários lugares (Natal, Bananeiras, Solânea, Juripiranga, Campina Grande, João Pessoa, Jaçanã, Pau dos Ferros, Patos, Glasgow, San Petersburgo, Guarabira e outras). Hora de reencontrar os colegas e conhecer novas pessoas. De pronto encontramos o ônibus (corujão) que saiu de Natal por volta da meia noite e trouxe várias autarquias, dentre as quais destacamos: Bob, Régua Lucas, Binho, Júnior Cobra (agora conhecido por Júnior Urso, pois é chegado a um mel) e Ivo PVC, este devidamente acompanhado de sua motocicleta voadora e de sua câmara fotográfica.
O café da manhã foi bastante satisfatório e atendeu às necessidades dos ciclistas. Olhei de soslaio e vi que teve gente enchendo os bolsos da camisa com pão e banana. É melhor prevenir do que remediar.
Depois de uma sessão de alongamentos o grupo de mais de duzentas bicicletas saiu furando as ruas da cidade. A mistura de cores das roupas dos ciclistas, a diversidade de bicicletas e o barulho dos pneus ganhando as ruas da cidade foi uma cena ímpar. Somente quem está naquele meio sabe a emoção que vem à tona naquele instante.
Deixamos o núcleo urbano e iniciamos a trilha propriamente dita. Os "aromas" das pocilgas nos arredores da cidade indicam que estamos na zona rural. De imediato chamou a atenção para a sequidão do lugar. Contei nos dedos os poucos animais que vi e, diga-se de passagem, todos abrigados em alguma sombra.
Nos primeiros cinco quilômetros ouvimos próximo ao nosso grupo um grito de guerra. Não demorou e novamente o grito era entoado e aos poucos foi ficando mais forte. De repente chegou a galera de Juripiranga (Lucas, Hellen, Eraldo e outros) chamando no gogó: JURIBIKE DOIDÔÔÔÔÔÔÔÔ!!!!! Esse é o espírito do pedal.
Chegamos então ao primeiro desafio: o início da subida da serra. Diferentemente do ano passado o trecho encontra-se parcialmente calçado, mas nem assim foi possível subir sem descer da bicicleta. No meu caso subi na primeira marcha e de vez em quando o sorvete de cevada pedia licença pra sair, mas não deixei de jeito nenhum. Tal e qual o ano passado encontramos no alto da serra o nosso prêmio - um ponto de apoio no alpendre de uma casa, com direito a água gelada e uma paisagem linda da região.
Juntamos os cacos de Rapaduras que estavam no local e seguimos nosso rumo. Quem achava que a subida tinha terminado estava enganado. Continuamos ganhando altitude e o comentário geral é que logo encontraríamos Jesus, pois daquela altura somente o céu. Não demorou e após uma curva encontramos um velhinho com o chassi todo empenado e precisando rapidamente de cambagem e alinhamento. O homem muito simpático insistia em chamar os ciclistas para conhecer a casa dele. Foi então que ouvi alguém dizer: "pronto, agora tá mais pertinho do céu, pois São Pedro já está nos esperando e chamando pra entrar".
Atingimos os 680 metros e nesse ponto ouvi pelo rádio Serginho anunciar que tinha encontrado uma descida. Tinha um cabra perto de mim que ouviu a mensagem e quase mijou nas bermuda de tamanha emoção.
Chegamos então ao ponto de apoio que ofereceu aos participantes escolher seguir por um caminho mais longo ou mais curto. Nesse ponto a alegria foi tão grande que fotografei o exato momento em que um ciclista fez suas orações direcionado à Meca. Grande parte resolveu seguir pelo percurso maior. Claudia Celi e eu resolvemos voltar pelo mais curto, pois tínhamos em mente entrar na Fazenda de Miltinho e arriscar repetir o menu do ano passado (jaca com buchada). Pedalamos uns 5 Km praticamente sozinhos, sem nenhum problema pois o trecho estava todo muito bem sinalizado e sempre passava algum motociclista do apoio. Chegamos em Miltinho e tomamos uma refrescante chuveirada. Esse ano o cardápio estava melhor ainda: churrasco, feijoada, cerveja gelada e cachaça Matuta. Pense num povo receptivo. Depois daquela parada eu estava em condições de fazer o trajeto de volta somente pra desfazer os rastros que deixei. Obrigado pela acolhida.
Mais 7 Km e alcançamos a zona urbana. Fomos até a pousada, arrumamos nossas coisas e seguimos até o local do almoço (Yayu Clube) para confraternizar com os demais participantes.
Foi mais uma e experiência espetacular. Na minha opinião a equipe do Pedal da Serra (Petrônio, Josemar, esposas e colaboradores) superou-se. A entrega dos kits foi de acordo com o pactuado, a sinalização estava perfeita, os pontos de apoio estavam em locais estratégicos, os motociclistas estavam sempre disponíveis para atender aos eventuais problemas, a SAMU marcou presença e nos deu segurança, o almoço foi farto (vi pratos que imitavam a serra do Talhado) e delicioso, a música foi de excelente qualidade, a cobertura fotográfica e as filmagens foram eficazes e a comunicação dos organizadores com os participantes foi impecável.
Resta agora esperar o próximo ano e dizer a todos que mesmo no Talhado RAPADURA É DOCE, MAS NÃO É MOLE.
Encontro com João Maia em Acari.
Sorvete de cevada: de acordo com a OMS.
O "Balai Lama".
O pastel é tão grande que é servido numa carcaça de ventilador.
Não precisa de legenda.
Café da manhã.
A saída nas ruas da cidade.
Pedindo pra morrer.
Ponto de apoio de responsa.
Ciclista orando (olhando direitinho você consegue ver a Meca).
Claudia Celi na descida do Talhado.
Na fazenda com Miltinho, familiares e amigos.
Almoço no Clube.
Música ao vivo.
O trajeto.
Perfil altimétrico.








04/03/2013

Agenda semanal do Rapadura Biker (05 a 10/03/13)

Caros Rapaduras:


Segue a nossa agenda da semana:


- 05/03/13 - 3ª feira - Rota do Sol (posto de combustíveis em frente ao Frasqueirão). Destino inédito: o maior Cajueiro do Mundo;
- 07/03/13 - 5ª feira - Pedal em Homenagens às Mulheres - parceria Terral e Rapadura Biker. Concentração a partir das 19h00min e saída às 20h00min, da loja Terral Esporte Aventura, com mesa de frutas, água e sorteio entre os participantes. Trajeto de aproximados 20 Km pelas ruas da cidade;
- 09 e 10/03/13 - Participação no Eco Pedal Talhado 2013, em Santa Luzia-PB.

Pedal das Mulheres



03/03/2013

Roteiro dos Engenhos 2013: pedaladas no Vale do Ceará-Mirim-RN


"Inicialmente povoada por índios Potiguares às margens do rio pequeno, posteriormente rio Ceará-Mirim. Os Potiguares fizeram seus primeiros contatos com o mundo ocidental através do comércio de pau-brasil com franceses e espanhóis. Posteriormente, com a consolidação da colonização do Brasil, foi ocupada pelos portugueses.
O acervo de construções históricas é imensa, porém, a cidade não explora a cultura como meio turístico. Exemplos de desse desleixo são construções do século passado que estão em ruínas: engenhos de cana de açúcar, o túmulo do Barão de Ceará-Mirim, museus, entre outros.
A organização inicial da comunidade é atribuída ao líder Felipe Camarão, combatente na expulsão dos holandeses do Nordeste. No início doséculo XVII, suas terras são concedidas a vários donatários, dentre eles a Companhia de Jesus.
Os jesuitas fundam um convento na localidade conhecida como Guajiru, dando início à construção das primeiras edificações públicas.
O município foi criado em 1767.
Desde sua criação, o múnicipio mudou de nomes algumas vezes, inicialmente le se chamava Vila do Ceará-Mirim, depois, com o tempo passou a se chamar Ceará-Mirim." (fonte http://pt.wikipedia.org/wiki/Cear%C3%A1-Mirim).


Foi esse o cenário escolhido pelos Rapaduras para iniciar o fim de semana. A previsão de chuva existia, mas saímos de casa sabendo que pedalaríamos com chuva ou sol.

No horário marcado os vinte e sete ciclistas estavam prontos para iniciar o passeio. Assim que iniciamos as pedaladas a chuva chegou, tal e qual o ano passado quando fizemos esse trajeto. Os primeiros quilômetros foram de asfalto, servindo para esquentar e afastar o frio trazido pela chuva torrencial.

Esse ano seguimos pelo povoado de Araçá e dali seguimos pela esquerda no rumo de Massangana. A forte chuva tinha deixado seu rastro no barro vermelho e logo as nossas roupas ficaram todas marcadas. O interessante é que gostamos dessa "sujeira", bastando ver as expressões nos rostos dos colegas e os gritos de euforia a cada passagem em cima das poças.

Novamente no asfalto foi a hora do Sargento Josias, substituto do Cabo Dantas, adestrar o Pelotão, entoando um verdadeiro mantra pelo radio: "mantenham-se à direita...carro à esquerda...carro na contramão...moto em alta velocidade...mantenham-se à direita...". O homem estava inspirado e desempenhou sua missão com esmero.

Já um pouco "adestrados" deixamos o asfalto para encarar novamente o barro, passando pelas ruínas do antigo Engenho Timbó, atravessando a ponte sobre o rio Ceará-Mirim, enfrentando o solo escuro dos canaviais e fazendo a travessia do já mencionado rio. Nesse ponto tivemos a oportunidade de ver a perícia de Claudia Celi dirigindo o carro de apoio e já pensando em mandar o carro para lavagem quando chegasse em casa. Atravessamos a linha do trem e por muito pouco não encontramos o trem do grude.

De volta ao asfalto seguimos pela direita e em pouco tempo alcançamos o centro de Ceará-Mirim. A cidade estava bastante movimentada, principalmente por ser dia de feira. Nos dirigimos ao Mercado Público para o desjejum e chamou atenção a mistura de sons na cidade: de um lado os evangélicos arrebanhando ovelhas, de outro o vendedor de cds e dvds piratas, mais adiante um carro de som anunciando as promoções de um supermercado e no canto direito do mercado um bêbado reclamando que era perseguido pelo governo. Isso nada mais é do que a feira.

O café da manhã não fugiu ao regramento. O destaque desse ano foi o guisado servido ao casal Abeane e Juliana, pois na falta de carne a mulherzinha do estabelecimento complementou com sal. Também digno de nota foi o queijo de coalho, sutilmente preparado com meio pote de margarina. Aproveitei o ensejo e lembrei do nosso colega Rochinha, tratando imediatamente de encomendar uma quentinha de cuscuz para ele comer no jantar, pois sei o quanto ele aprecia aquela iguaria. O detalhe é que esqueci o troço embaixo do banco do carro e quando fui abrir ainda pouco o bicho só faltou explodir. Saiu um gás de dentro da quentinha que mais parecia uma bufa de cachorro. Achei melhor não congelar o troço e fui jogar no lixo, mas até os gatos cheiraram e rejeitaram.

Depois de abastecidos iniciamos a segunda parte do nosso passeio, seguindo pela RN 064, depois entrando à direita (copiou Claudia Celi!!!!) na RN 160, passando pelos engenhos localizados em ambos lados das vias. Deixamos o asfalto e seguimos por trilha, passando bem próximo do Banho das Escravas e seguindo no rumo de Rio dos Índios. No meio da trilha fizemos uma parada para hidratação e ali tivemos a oportunidade de experimentar um sachê de açaí (novidade fornecida por Cinthia e Rodolfo da Universidade do Açai -36450986 - http://www.facebook.com/universidade.doacai?fref=ts), revelando-se uma excelente alternativa para energizar no meio do percurso. Nessa parada tivemos também uma sessão de terapia holística patrocinada pela galera dos Mungangas, tendo Bruno como instrutor e Teco como vítima. Quem assistiu a massagem achou que Bruno estava preparando uma milanesa com Teco, pois virava o homem pra um lado e pra outro, com movimentos enérgicos. Parece que o troço deu certo, pois Teco chegou no Posto e ainda queria voltar pedalando pra Natal.

De volta ao asfalto fizemos uma pequena alteração no trajeto para visitarmos a fazenda dos amigos Dequinha e Graça, em Rio dos Índios de Cima. Foi uma ótima opção pois ali fomos recebidos pelo caseiro Lucas e seu filho, proporcionando um excelente banho de ducha, água de coco e sucos gelados.

Depois de nos banharmos e lavarmos as bicicletas pegamos novamente a estrada. Não demorou e depois da comunidade de Coqueiros chegou o tão temido trecho de calçamento que nos faria alcançar novamente a BR 101 Norte. A cada ano que passa o calçamento fica pior. É como se o ciclista fosse milho dentro de uma panela de pipoca no fogo. Pra completar esse ano tivemos o acréscimo de um vento de proa de arrasar. O relativo percurso de 15 Km transformou-se em 30. Nesse ponto o carro de apoio revelou-se mais uma vez de acentuada importância.

Por volta das 13h10min chegamos ao nosso objetivo e ali encontramos Arilson e Hiram que resolveram ir na frente para garantir a cerveja gelada na nossa chegada.

Foi mais um pedal sensacional e diferente. Sensacional pelas companhias e momentos de alegria que tivemos. Diferente pelo fato de que nossos passeios sempre possuem uma novidade, de modo que um não é igual ao outro.

Agradeço a todos que compareceram e para os que perderam resta o consolo dos registros fotográficos.

Trajeto de 62 Km.

Altimetria leve.
Concentração no Posto em Estivas.


Travessia da ponte sobre o rio Ceará-Mirim.

Travessia do rio Ceará-Mirim.
Raimundão esperando o trem.


Galera tomando café da manhã no Mercado.


Mais café.
Na falta de bicicletário.
Praça Barão de Ceará-Mirim.


Carro de apoio essencial na trilha.
Bruno aplicando uma "massagem" em Teco: por trás da moita.


O açaí em sachê.


Banho na Fazenda de Dequinha e Graça.




Arilson e Hiram garantindo a cerveja gelada.