04/03/2012

Serra da Formiga 2012: volta às origens

A ORIGEM:

A minha relação com a Serra da Formiga é bem interessante. Corro o risco de repetir um assunto já postado, mas tudo bem, o que importa é expressar meus sentimentos.
No ano de 2007 meus companheiros de pedaladas na Rota do Sol e nas trilhas eram Mauro Diógenes e Júnior Verona. Quando chegava o final do semana o ponto de encontro dos amigos do "Atola + Não Fica", grupo de 4x4 criado nos idos de 1500, era o Quirambu, em Monte Alegre-RN. Enquanto todo mundo ia de carro eu seguia sozinho de bicicleta, tendo ido algumas vezes acompanhado de Mauro, Júnior Verona e Paulo Victor. Chegava lá e todo mundo ficava admirado.
Pois bem, quando terminava o pedal na Rota do Sol (3ª e 5ª) o ponto de encontro era a Toca do Açaí (Ponta Negra). Ali os ciclistas se reuniam e contavam suas façanhas, faziam novas amizades e agendavam as trilhas dos finais de semana. Lembro que determinada noite estávamos Mauro e eu tomando um açaí quando ouvimos um grupo falando de quão rude era a subida da Serra da Formiga. Não contei conversa e disse comigo mesmo: é pra lá que eu vou.
Naquele mesmo ano tivemos nosso primeiro contato com a Formiga. No meu carro seguimos Amanda, Claudia Celi, Guilherme e eu. No carro de Mauro estavam Júnior Verona e Paulo Victor. Assim que estacionamos os carros no pátio da Fazenda Divisão e iniciamos os preparativos para o pedal a bicicleta de Mauro foi premiada com espinhos de juazeiro e tivemos que fazer alguns remendos.
Mal iniciamos o pedal e na primeira descida Guilherme Lima bastante empolgado foi proclamado o Primeiro Papa Mirim do Rapadura Biker, beijando o solo sagrado de Riachuelo, cortando o queixo e ganhando alguns pontos como brinde. O danado não se deu por vencido e mesmo chorando ainda pedalou alguns quilômetros conosco. O bichinho é meio bruto também. Lógico que puxou ao sangue da genitora. 
Na subida da ladeira de calçamento eu estava com todo gás e com menos 10 Kg, aproveitando o ensejo para inaugurar o pedal com clip. Quando eu estava me achando Claudia passou com o carro ao lado e Amandinha pediu para que eu sorrisse para foto. Foi o suficiente para perder a concentração e beijar o solo, sendo aclamado Papa juntamente com meu filho.
O fato é que subimos e fizemos um registro fotográfico incrível, conforme Raimundo muito bem lembrou e publicou outro dia no Facebook.
Ah, nessa época Amandinha competia pelo CEI e a danada desceu a serra com tudo, ao passo que o meu coração quase saia pela boca.

OS ANOS SEGUINTES:

O tempo foi passando e a Serra da Formiga entrou no calendário de pedaladas do Rapadura Biker, de forma que já pedalamos lá com todas as variações de clima. O melhor, na minha opinião, é logo depois do inverno, pois a paisagem fica toda verdinha e o vento lá em cima é bastante agradável. Em post anterior relatamos como foi o pedal de 2011 (http://rapadurabiker.blogspot.com/2011/03/serra-da-formiga-2011-ou-serra-das-2011.html). Vale à pena conferir.

SERRA DA FORMIGA 2012:

Quando postei o pedal de hoje tivemos poucas respostas no Facebook e Orkut. Na véspera recebi ligações telefônicas de Hiram (Coala) e Alcoforado (Lindo) perguntado sobre as confirmações. A resposta foi: Claudia Celi e eu.
Quando chegamos no Posto Emaús às 06h00min de longe avistamos vários ciclistas. Fiquei intrigado e comentei comigo: será que esse povo todo vai conosco! Não demorou e a explicação chegou: o outro grupo integrado por Everton, sua esposa, Maninho e outros iriam fazer trilhas para os lados do Cobé. 
Fizemos então um rápido levantamento e identificamos 16 ciclistas conosco (Alex Alcoforado, Augusto Ratis,  Benilton, Claudia Celi, Chupeta, Hiram, Júlio César, Marcelino, Mateus, Naldo, Raimundão, Rochinha, Shirley, Talita, Thaise e Virgínia). De imediato conclui que o melhor seria fazer o menor trajeto, pois pela quantidade de pessoas perderíamos muito tempo na subida e descida da serra.
Saímos de Natal às 06h30min. Chegamos em Riachuelo às 07h40min e iniciamos o pedal às 08h00min, depois da tradicional foto da saída.
Facilmente você percebe a expectativa dos ciclistas com o que vem pela frente. A adrenalina parece que fica solta no ar.
Não demorou e a subida começou. Para nossa sorte praticamente não existiu trânsito de motocicletas e tudo correu bem durante toda "escalada".
Lá em cima a paisagem é incrível, sendo facilmente visualizado o contorno da BR 304.
Uma paradinha para hidratar no Bar da Galera, último ponto para abastecer as garrafinhas antes de Rui Barbosa. Os Lindos encararam um litrão e foram acompanhados por Hiram Lima, possivelmente para esquecer do 204 que tomou na noite passada. Para quem não sabe 204 é o mesmo que quatro latinhas de 51.
Chegou a hora da descida e o terreno estava bom, apesar de perigoso em razão da grande quantidade de pedras soltas. Desci rápido e parei antes do final para fotografar a galera. A medida que iam passando senti a  falta de Claudia Celi e naquele momento lembrei que os pneus da bicicleta dela estavam bastante cheios, o que era perigoso naquele terreno. O tempo foi passando e o pessoal deixou de passar. Naquele momento senti que algo tinha acontecido. Voltei e encontrei Naldo que já foi avisando: "Claudinha caiu, mas tá tudo bem". Subi mais um pouco e encontrei Claudia Celi já pedalando, tendo sido assistida por Virgínia e Chupeta. Avaliamos a situação e ela disse que seguiria no pedal até Rui Barbosa. 
Já passava das 10h30min quando descemos a serra e chegamos na bifurcação entre Riachuelo e Rui Barbosa. Ouvimos o grupo e resolvemos pegar à direita até Rui Barbosa. O sol estava como diz a minha mãe "com a bexiga taboca". Não bastasse o calor imenso o vento vinha de todos os lados, principalmente de frente, segurando nosso desenvolvimento. Topetes e mais topetes e finalmente avistamos o arruamento. Atravessamos o leito do rio e chegamos ao centro de Rui Barbosa. Uma parte do grupo foi tomar café da manhã (ou terá sido almoço?) no mercado. Outra parte do grupo preferiu ficar relaxando no chão frio do enorme pátio existente na praça. Fiquei no grupo dos que foram comer e testemunhei que o cardápio foi zero de gordura trans: guisado de carne, carneiro, galinha, cuscuz, macarrão, queijo de coalho e muita graxa, tudo acompanhado de coca ks, suco de maracujá e cerveja preta. Ah, como entrada tivemos "cremosinhos" bem geladinhos, servidos por Thaise (Linda) que apossou-se do "isonor" do vendedor.
Depois do rápido momento gastronômico chegou a hora de voltar. O joelho de Claudia Celi começou a reclamar e ela achou por bem não voltar pedalando, contratando um mototáxi para deixá-la na Fazenda Divisão, pegando o carro, voltando para buscar sua bicicleta e levar Hiram que estava fazendo a digestão do café.
O grosso do grupo seguir pedalando e o sol agora tinha passado para o estágio de "estopô balaio". Por sorte o vento estava favorável e a volta fluiu tranquila.
Chegamos na Fazenda Divisão, tomamos água geladinha, compramos um legítimo queijo de manteiga e voltamos aos nossos lares, todos satisfeitos e olhando ao longe a Serra da Formiga que mais uma vez foi vencida pelos Rapaduras Bikers.

Destaco aqui alguns colegas, homenageando assim aos demais, mesmo aqueles que não foram:
- Claudia Celi: como todas as mulheres do Rapadura Biker a minha tem uma garra incrível e tem melhorado a cada dia seu desempenho. Estava empolgadíssima com a bicicleta nova, de forma que esqueceu que a descida é diferente da subida, aproveitando o ensejo para inaugurar a bike e tornar-se a primeira PAPISA do Rapadura Biker, beijando o solo sagrado, entrando assim para os anais da agremiação;
- Hiram (Coala): ouvi dizer que ele confundiu os rótulos e ao invés de tomar energético ingeriu 04 latinhas de 51, o que certamente atrapalhou sua performance na subida, mas em compensação o homem na descida parece um míssil exocet, sendo difícil de acompanhá-lo;
- Professor Raimundo: a cada dia que passa tá pedalando melhor e fotografando melhor ainda. Não se deixa vencer pelos terrenos difíceis e continua mantendo o mesmo lema desde o dia que começamos a pedalar juntos: "não temos que provar nada a ninguém, apenas pedalar pelo prazer";
- Rochinha: se uma queda de avião não o tirou do trecho, queda de bicicleta pra ele é fichinha. É outro cara que tem uma disposição e força de vontade incríveis. Vence as subidas praticamente utilizando a força de apenas um pé e mesmo assim tem sempre um sorriso para oferecer;
- Chupeta: chegou agora ao grupo e já vestiu nossa camisa, demonstrando espírito de solidariedade e camaradagem, fazendo questão de pedalar na retaguarda e auxiliar sempre que necessário.

Enfim, mais um dia feliz ao lado de pessoas do bem. Que venham outros pedais!!!!

Trajeto de hoje: 36,5 Km.
Em 2007 a primeira subida.
Galera boa de 2012.
E tome subida.
Café da manhã/almoço no mercado de Rui Barbosa.
Energético Tabajara.
O plano "B" para quem não tomou café.
A Linda dos "cremosinhos".
Claudia Celi.
Hiram.
Raimundão.
Rochinha.
Chupeta.




Um comentário:

Cláudia Celi disse...

O pedal foi show, apesar da minha queda. Costuno dizer que tudo depende do nosso olhar, neste caso o que houve não foi uma queda e sim o batismo da minha nova bike e em grande estilo "NA SERRA DA FORMIGA"....kkkk, que tenho orgulho de mim mesma de ter conseguido vencê-la. Aproveito a oportunidade para agradecer meu maridão pelo elogio, "COISA RARA" (Ele e O Elogio...kkkk) e por ter me presenteado com minha nova bike, AMEI!!!! Não posso esquecer de agradecer aos colegas pela atenção e os cuidados que tiveram comigo quando cai. Valeu Rapaduras Bikers, não tem pareia não. E pra concluir vai um recado: QUER ENCONTRAR GENTE BOA? PEDALE!!!!