29/10/2012

Pedal de Caraúbas 2012: inauguração do reboque e outras resenhas.



Caros Rapaduras:

Realizamos no último dia 27 de outubro de 2012 um pedal com destino a uma das lindas praias do nosso litoral norte: Caraúbas, gentilmente apelidada de "Caralhubas" por Doutora Vera Lúcia. Não me pergunte por qual razão.
O local escolhido para apoio foi o "Bebê´s Resort", que vem a ser a aconchegante casa de praia do casal Evandro e Celita, membros das antigas do Rapadura Biker. Aproveito para registrar que o ilustre casal ao escolher fazer parte do RB estava procurando um grupo que pedalasse muito e bebesse pouco. Deu certo, não necessariamente na ordem desejada.
A resenha já começou na sexta-feira (26/10/12) quando fomos deixar o reboque no ponto de apoio. Evandro Bebê foi mais cedo e segui um pouco mais tarde com Cláudia Celi. Chegando em Caraúbas estacionamos o reboque e tratamos de aguardar a piscina encher, pois a danada toma muita água e já estava sendo abastecida desde o começo do mês, mas ainda estava na metade. Enquanto aguardávamos resolvemos fazer um churrasquinho de carne de sol e o assunto rolou solto por toda tarde. Por volta das 15h00min a piscina começou a arrotar e depois que fizemos o teste de funcionamento dos rádios (de uma borda a outra) resolvemos tomar o rumo de casa. Na saída da praia ouvimos um burburinho de alguns moradores reclamando da falta de água, muito provavelmente pelo grande volume absorvido pela piscina. No caminho convenci Claudia Celi e Evandro Bebê a fazermos um pit stop no "Bar do Duquinha", no bairro das Quintas, local que serve os melhores bolinhos de carne e macaxeira da cidade. Quem ainda não foi precisa conhecer (Dukas Bar e Restaurante, Rua Marcos Cavalcante, 97, Quintas).
No dia seguinte acordamos cedo e seguimos já de bicicleta até o local da concentração: a tradicional praça Augusto Leite, no Tirol, local de encontro dos ciclistas e que também já foi um considerada uma área de Segurança Nacional, pois ali os soldados no 16º BIMTz se reuniam todas as noites para encontros furtivos com as empreguetes do bairro e adjacências. Esse é outro assunto, sobre o qual consultarei o nosso adido militar, Cabo Dantas, para dizer se a informação procede ou tudo não passa de uma “lêndia” ou “fricção”.
Chegando à praça já vimos Rochinha (vestido com a sua roupa de ninja) fazendo alongamentos que aprendeu nos vários anos em que foi piloto da Real Força Aérea do País de São Saruê. Fechou a série com um movimento capaz de alongar até as sobrancelhas e a prega rainha. Mais adiante, sentado tal e qual Bruno e Marrone, estava Bené (a gentileza em pessoa), meditando e entoando para si um mantra que aprendeu quando ainda caçava ovos jumbos na região de Cachoeira dos Guedes. Aos poucos os demais foram chegando e por fim conseguimos reunir dezesseis pessoas, exatamente um fardo de rapadura (Alex Alcoforado, Augusto Ratis, Bené, Benilton, Claudia Celi, Evandro Bebê, Fábio Vale, Felipe, Flávio Araújo, Helena, Luciano Cambraia, Raimundão, Rochinha, Serginho, Shirley e Thaise).
Saímos às 06h35min e seguimos pela Prudente de Morais no rumo da praia. Antes porém liguei para o número da Presidente do grupo “Os Arrastados” para que nos encontrássemos mais adiante e pedalássemos juntos até Porto-Mirim. Não consegui resposta. Mandei uma mensagem avisando que os Rapaduras estavam de saída, mas também não tive resposta. Liguei então para o Ministro Afonso Severo, que transita entre os dois grupos fazendo o papel de embaixador, entretanto, ao atender informou-me que não estava com os Arrastados. Somente hoje em contato com Valeska (Presidente dos Arrastados) foi que descobri que liguei e mandei mensagem para um número errado, de forma que devo ter atrapalhado o sono ou a “soda” de alguém ao ligar tão cedo no sábado. Enfim, não deu certo dessa vez pedalar com o novo grupo, mas não faltarão oportunidades.
Subimos e descemos a “Ponte de Todos” e chegando na entrada da Redinha Nova encontramos Evandro Bebê que tinha adiantado com Raimundão. Informou que este tinha procurado um banheiro para fazer um “desmame” de bosta e já fazia cinco minutos que estava nessa luta. Por garantia deixamos R$ 5,00 para comprar papel higiênico, pois nesses assuntos bostíferos é sempre bom ser prevenido.
Às 07h15min chegamos em Genipabu no exato momento em que os dromedários iniciavam mais um dia de trabalho. O guia dos animais gentilmente os posicionou de modo a possibilitar uma excelente foto registrada por Luciano Cambraia. Chamou a atenção além do porte e elegância dos animais a presença de um rapaz que vai seguindo o grupo com uma vassoura e uma pá, apanhando os excrementos dos bichos para não poluir o ambiente. É uma profissão muito interessante – apanhador de bosta. Fiquei preocupado apenas com uma coisa: já imaginou se essa profissão for aplicada aos políticos. O rapaz vai ter que dirigir uma enchedeira para apanhar tanta bosta deixada no caminho.
Chegando na travessia de Barra do Rio já encontramos Rochinha na outra margem fazendo nova sessão de alongamentos. De longe percebemos que os exercícios eram direcionados aos glúteos, pois apesar de ter contratado vários personais curicas o selim da sua bicicleta continua mais duro do que zagueiro argentino. Na hora que entramos na balsa tivemos um breve momento de desassossego: O Lindão olhou de lado e a sua Lindinha estava distante coisa de um metro e meio. Foi suficiente para o homem ficar embaçado, somente voltando ao normal quando a Lindinha fez uma arrumação e conseguiu novamente ficar ao lado do seu Lindão. Parecia uma cena do Titanic. Chega a balsa “planou”.
Do outro lado do rio Ceará-Mirim só deu tempo de Raimundão botar os pés na terra pra o homem correr no rumo do primeiro WC que viu. Chegou lá tinha um cliente e teve que ficar remoendo na porta até o cabra terminar o serviço. Marcamos de relógio a nova sessão de descarrego (de merda) e dessa vez foram exatos 9 minutos e 45 segundos. O homem quando saiu estava bem mais leve e ao subir na bicicleta parecia que “flotoava”.
Finalmente conseguimos chegar em Pitangui e como sempre fomos muito bem atendidos por Dona Biluca (3226-3021) e sua equipe. Foi somente descer das bicicletas, lavar as mãos e começar os trabalhos. É na minha opinião o melhor café da manhã dentre os vários que tomamos nessas aventuras por lugares os mais diferentes. Tem de tudo (frutas, sucos, café, pão, cuscuz, salsicha, ovo, guardanapo e palito). O atendimento é impecável e o preço é 7 contos. Aqui nos despedimos de Serginho pois ele tinha saído de casa sem dizer a Suzy e ela estava chegando para buscá-lo com uma vassoura em uma mão e um rolo de massa na outra.
Deixamos Pitangui e seguimos nosso caminho passando por Jacumã, Porto-Mirim e Muriú. Não demorou muito e logo alcançamos Barra de Maxaranguape, com a tradicional parada para comprar dindim, que de tão grande e roliço merece ser chamado de dindão. Daquele tamanho e formato uma mulher mal resolvida pode fazer um estrago com o bicho. O único problema é que tinha pouco açúcar e tivemos que adicionar um pouco de adoçante, mas tudo bem. Enquanto estávamos parados Fábio Vale resolveu comentar sobre o seu caiaque de fibra de carbono, com direção hidráulica, vidro fumê, freio abs e ar-condicionado recém-adquirido. Bastou Augusto Ratis ouvir a conversa para surgir uma amizade intensa entre ambos, ao ponto de cogitarem a criação de uma equipe somente para a prática do esporte. Na conversa surgiu até a sugestão de um nome: “Rapaduraiaque” ou “Caiadura”.
Aproximando-se do Farol do Cabo de São Roque aconteceu uma coisa estranha: Bené e Luciano Cambraia que estavam no carro de apoio adiantaram na frente do grupo e seguiram no rumo da Árvore do Amor. De longe só ouviamos um “currichiado” e depois de 15 minutos eles voltaram sorridentes e com os olhos brilhando. É a força da natureza!!!
Antes das 11h00min chegamos em Caraúbas e seguimos direto para o Bebê´s Resort para fazermos o “chek-in”. Nossa primeira providência foi arrumar as bicicletas no reboque, pois assim ficaríamos com tempo livre para outras coisas. Depois de tudo organizado chegou a tão esperada hora de mergulhar no piscinão. Aos poucos os ciclistas foram ocupando a piscina. Foram vários mergulhos no estilo “flecheiros” e vários “tchibuns” na água. O banho durou até a hora que Raimundão entrou na piscina, pois o comentário é que ele estava tirando os “bilros” dentro do piscinão. Foi uma verdadeira frustração para Augusto Ratis e Fábio Vale pois já tinham ido até o Ma-noa alugar um caiaque para iniciarem o treinamento da equipe. Quem saiu em defesa de Raimundão foi Flávio Araújo (por qual motivo será?) dizendo que o “véio” não tinha feito “bilro” pois na verdade tinha mijado pelo furico.
Chegou meio dia e a fome veio junto. Uma parte do grupo foi comer peixe na beira da praia e outra ficou na casa para recepcionar Celita, George Lucena e Regina que tinham acabado de chegar. Há quem diga que eu fiquei juntamente com Bené, Cláudia Celi, Fábio Vale e Evandro motivados pela enorme caixa térmica trazida por George. O troço tem seguramente estabilidade norte-americana. Pra abrir precisa de um controle remoto e cabe 800 latinhas de cervejas deitadas (se for em pé deve caber 1.600), quatro garrafões de água (20 litros cada), 63 melancias (uma para cada quilômetro pedalado), um quarto de novilha, 19 quilos de carapebas, 7 quilos de gelo e um martelete pra quebrar o gelo. Outra corrente insiste em dizer que ficamos em razão da vasilha de paçoca que Helena deixou em cima da mesa. De uma forma ou de outra fizemos a farra, relembrando antigas estórias do Rapadura Biker e torcendo para que George Lucena e Regina voltem a pedalar conosco.
Às 14h30min encostou a Doblô do “Abençoado”. As bicicletas já estavam todas arrumadas no reboque e saímos em comboio no rumo de Natal. Deu gosto de ver mais uma conquista do nosso grupo. Um dia dissemos que teríamos o nosso próprio reboque, corremos atrás e realizamos nosso desejo. Vamos agora cuidar do nosso patrimônio e administrá-lo de forma eficaz e democrática. Enquanto voltávamos fiquei pensando comigo mesmo: depois de aperfeiçoado o reboque vamos partir para adquirir um carro. Vamos que vamos!!!!
O piscinão do Bebê tomando água: uma verdadeira adutora.
Teste de rádio entre bordas.

Bar do Duquinha.
Nas dunas de Genipabu.
Encontramos nas dunas com Cecílio (Iron Man), Inez e o vendedor de sorvete.
Rapaduras e Dromedários.
Árvore do Amor: a única testemunha.

Arrumando as bicicletas.
Carga arrumada.
No detalhe a caixa térmica de George Lucena.
Saindo para comer um peixe.
Foto de Felipe após vários mergulhos na piscina.


Um comentário:

Unknown disse...

Excelente explanação do pedal Benilton, o amigo daria um ótimo contador de histórias. Rs :D
Aproveitei bem o pedal e conheci um trecho com paisagens vislumbrantes. Gostaria de agradecer a acolhida dos Rapaduras e a receptividade do Casal Evandro BB e Celita. Forte abraço a todos e até a próxima aventura.