27/11/2010

Causos Ciclísticos III: O galo que rinchava.

A estória seguinte aconteceu na viagem de bicicleta que fizemos em julho de 2009 de João Pessoa/PB até nossa querida cidade do Natal/RN.
Como já foi dito em outra postagem a viagem em questão reuniu um grande número de integrantes do Rapadura Biker, e de todos apenas três já tinham feito o trajeto, de forma que para a maioria esmagadora tudo era novidade.
Foi uma viagem muito cansativa e como se não bastasse o terreno muito arenoso, uma chuva insistiu em nos acompanhar logo nas primeiras horas da manhã, acompanhando-nos por bom período de tempo. Ora, quem pedala sabe que a pior coisa do mundo é levar chuva no cangote logo de saída.
Pois bem! Vamos ao fato em si: Tudo ocorreu quando adentramos nas terras dos índios potiguaras, no Município de Baia da Traição/PB. Apesar de encontrarmos poucos resquícios da cultura indígena pelo caminho, ali inegavelmente paira uma atmosfera diferente. É como se a todo o momento estivéssemos sendo observados.
Em determinado trecho, quando estávamos passando dentro de uma antiga aldeia, a nossa colega Janiara, provavelmente muito cansada da viagem e possivelmente inebriada por conta de uma "agua mineral" ingerida minutos antes no centro da cidade, avisou que estava ouvindo um galor cantar. Todos que estavam pedalando perto da colega começaram a prestar mais atenção ainda na paisagem e buscavam com seus olhos cansados o sobredito "galo". Pedalamos mais alguns metros e nada do galináceo. Vencemos mais alguns pequenos trechos e nada do garnizé. Então..de repente, não mais do que de repente!!! Eis que surge dentro de um cercado, ao lado direito da estrada de barro um enorme jumento acinzentado, que estava "fazendo a corte" a uma jumentinha marron que pastava nas proximidades. Naquele momento o nosso eminente Ministro das Coisas Feitas e Por Fazer, Afonso Severo, disparou a sua verve categórica: "Eis o galo de Janiara!!!".
O resto da viagem foi somente resenha, pois sempre que um jumento surgia no caminho de imediato alguém dizia: "Olha o galo!!!".
Diz a lenda que a nossa querida amiga Janiara talvez tenha sido enfeitiçada pelas "águas minerais" de Baia Traição/PB ou como defendem outros a aura que envolve a região, por sinal próximo a um cemitério indígena, talvez tenha lhe possibilitado uma viagem astral, fazendo com que ela tenha visto "crista em cabeça de burro".
Da minha parte eu morro dizendo que aquele troço era um jumento, mas se Janiara disse que era um galo, então era um galo e acabou-se.

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