17/01/2014

EXPEDIÇÃO LITORAL NORTE - 2º DIA - TOUROS-CAIÇARA DO NORTE

2º Dia (03/01/14): Touros-Caiçara do Norte (85.1 Km).

Dormir é muito bom. Acordar é melhor ainda.
Os primeiros 5 Km ainda foram impactantes. Praticamente não dormimos, mas de algum modo conseguimos aprimorar o nosso “desgosto” musical. Se antes eu tinha ojeriza por som de paredão, agora passei a ter ódio.
Para esquecer utilizei uma técnica ensinada por Pranxú em seu último curso virtual – “como resistir a algo muito ruim” - A técnica é muito simples, porém exige um nível de disciplina muito intenso. O primeiro passo é imaginar dor de câimbra abaixo dos testículos (é claro que a regra somente se aplica aos seres humanos do sexo masculino). A segunda dica é imaginar que algo pior do que aquilo pode lhe aguardar mais adiante. A terceira dica e não menos interessante é tomar um Rivotril + Diazepan + 3 doses de 51 e 01 limão: se você não pegar no sono é porque morreu.
Despedimo-nos de Gracinha e singramos o arruamento de Touros. Ao nosso lado a maré mostrava sua força. O vento favorável nos empurrou até Cajueiro e depois da curva percebemos rapidamente a presença de São José do Gostoso. Sem combinar nada paramos na Urca do Tubarão e ali fomos recepcionados pelos proprietários, com direito a uma visitação e explicação sobre o funcionamento do lugar. Para quem não conhece, fica a recomendação (Tel. 3693-2090
E-mail:
urcadotubarao@yahoo.com.br)
Continuamos no asfalto e logo chegamos na famosa São Miguel do Gostoso, também conhecida como São Miguel do Gastoso. A maré continuava intensa e seguimos pelo estradão até a Praia das Tartarugas, com muitas “costelinhas” e poeira fina no rosto. No caminho passamos por um grupo de ciclistas/turistas. Saudações e troca de informações e segue o passeio.
Abastecemos no carro de apoio e seguimos pela beira da praia, percorrendo longo trecho de praias desertas e com muitas pedras. O mais incrível de pedalar junto ao mar é que mesmo com o sol forte sempre podemos contar com uma brisa fresca e os respingos das ondas quando quebram na praia. Nesse momento o som do paredão que ainda estava alojado em algum lugar do juízo foi finalmente exorcizado. Passamos por Morro dos Martins e logo depois avistamos concentração de banhistas, sinal de que chegamos a Praia do Marco. Por volta das 11h30min chegamos em Exú Queimado e novamente fomos acolhidos pelo carro de apoio, estrategicamente posicionado em um barzinho, com direito a cerveja gelada e um caldinho de peixe. Nesse ponto Diego Borges resolveu continuar pela beira da praia, ao passo que o restante do grupo seguiu por estradão até Pedra Grande e ali tivemos uma grata surpresa, sendo acolhidos por Marcão e Marcondes, oferecendo um almoço que renovou nossas energias.
Dois registros interessantes: o primeiro foi antes de Pedra Grande quando pessoas da comunidade nos receberam com bastante simpatia, permitindo um banho de mangueira e oferecendo algumas frutas. O segundo foi após Pedra Grande quando paramos na sombra de uma árvore um menino muito solícito tratou de conseguir cadeira para todo mundo.
 Por volta das 15h30min já estávamos hospedados em Caiçara do Norte e aproveitamos para desfrutar um belíssimo por do sol.

Quando nos hospedamos na Pousada Paraíso Florido em 2012 tivemos um problema de comunicação com o gerente, o argentino Gustavo. Desta feita fomos preparados e levamos um especialista em línguas, principalmente se for na forma de espetinho. Refiro-me ao Cabo Dantas, também conhecido no submundo da caserna como Cabo Véi ou Fastioso. O homem é um verdadeiro “troglodita”, sendo fluente em iídiche, aramaico, russo e latim, mas seu forte mesmo é o castelhano, tendo dado uma prova do domínio da língua ao solicitar ao gerente da pousada um acessório que possibilitasse dar descarga no vaso sanitário: “hermanito Francesco, arruma um baldito pois vou dar uma obradita”.



































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