12/03/2011

Serra da Formiga 2011 ou Serra das 2011 Mutucas

O despertador tocou às 05h15min. Abri a janela e verifiquei como estava o tempo: perfeito. As tranqueiras já estavam separadas desde a noite anterior e agora só restava comer alguma coisa e ir ao local de concentração. Liguei para Bené e ele informou que já estava pertinho aqui de casa. Na saída encontro Jadson e Bené e perdemos alguns minutos arrumando as bikes no carro. Para completar apareceu um vivente mesmo na hora da saída oferecendo uma bicicleta para vender. Olhei de relance a bike e a minha primeira idéia foi oferecer trezentos contos, mas o cara se adiantou e disse que o preço era mil. Deixei de lado o método pedagógico Massaranduba e disse ao cidadão que sempre apareciam pessoas interessadas na Rota do Sol. Anotei o telefone do cara e fomos embora.
Quando chegamos na Maria Lacerda observei que tinha deixado a sapatilha na porta de casa. De imediato Jadson encontrtrou um tênis embaixo do banco do carona: executei então o plano "B", pois afinal de contas quem vive de sapatilha é bailarina e o mais perto que eu já cheguei da arte do "balé" foi executar a famosa coreografia o afogamento do ganso.
Cheguei no posto Emaús atrasado e para minha surpresa tinha muita gente esperando.De imediato a primeira coisa diferente: Artur Federal colocou o carro dele para conduzir bicicletas. Procurei uma justificativa e encontrei: como o veículo é utilizado para transporte escolar, nada mais justo que ele levasse o maior representante da educação do Rapadura Biker: Professor Raimundo.
Olheio de soslaio e tive mais uma surpresa: Naldo Bananeiras estava na concentração. Será que ele olhou errado na programação e achou que o pedal de hoje era para Dona Biluca? (café da manhã em Pitangui).
Refeito das surpresas anunciei a partida.
No caminho o céu sempre nublado. Pelo retrovisor a fila de carros com bicicletas em cima ou na parte de trás. É uma cena bonita de se ver.
Bené tava calado dentro do carro, mas ainda consegui tirar dele algumas informações sobre o carnaval. O homem saiu em quatro bandas de frevo e ainda encarou "As Virgens de Pium", colocando uma peruca preta e sendo confudido com Araci de Almeida. Pela conversa dele vi que não subiria sequer um formigueiro, quanto mais a Serra da Formiga.
No banco de trás Jadson também estava calado, mas ainda falou de uma namorada que arrumou no carnaval de Pirangi.É uma estória longa que se eu for contar aqui vai ser necessário abrir outro blog. Vamos embora!
Chegamos às 07h10min e já tratamos dos últimos preparativos para partir.
Já na concentração de saída do pedal recebemos a visita daquelas que iriam nos acompanhar por todo o percurso: as mutucas. Eram muitas e estavam com sede. Teve uma que chegou a rasgar a calça de Tomaz e teve um momento que atropelei com a bicicleta umas setecentas que estavam reunidas no chão, provavelmente fazendo um plano de ataque ao ciclistas.
Passamos em frente ao bar denominado "Ponto da Galera" e lembrei que ali foi o pit stop da minha primeira trilha. Pra ter idéia de quanto tempo faz, Mauro Diógenes ainda pedalava. Isso é mais antigo do que lavar roupa com pedra de anil, usar o perfume paiol das feiticeiras e usar a logomarca da escola gravada no bolso da camisa.
Pedalamos alguns quilômetros no barro e logo já avistamos o calçamento de acesso à Formiga. Usei a velha técnica das tartarugas: devagar e sempre. Subi pela segunda vez a danada todinha. Não sei se foi impressão minha mas o cheiro de cachaça e cerveja estava no ar. Acho que era a ressaca dos ciclistas sendo colocada pra fora. Alguns não conseguiram passar da primeira subida, enquanto isso Jddson tirava onda: subia e descia e ainda fotograva. Êta magro pra ter disposição!
Entre trancos e barrancos subimos todos. Jogamos um pouco de conversa fora, tiramos uma fotinhas de araque e seguimos o nosso caminho.
Hora de descer. Juntamos a turma e informamos do risco, pois o solo estava molhado e as erosões estavam em maioria. A turma teen do Rapadura foi na frente: Jadson, Tomaz e João Paulo. Os demais foram em seguida. A descida foi sensacional e sem nenhum incidente.
Vencida a descida tínhamos agora 15 Km até Rui Barbosa, local para quem quisesse tomar café. Aqui tive outra surpresa: Naldo não fez questão se ser o primeiro a chegar, mesmo o pessoal tendo repetido diversas vezes as palavras mágicas: guisado, cuscuz, ovo e pão.
Chegamos em Rui Barbosa e fomos direto para o Mercado Público. Na entrada fomos recebidos por um cidadão que se não for doido, tá perto de concluir o curso. O cabra ficou querendo se enturmar e somente sossegou quando o Professor Raimundo deu um aperto na mão dele que chegou a estralhar o segundo quirodáctilo direito. Ele então proferiu algumas palavras elogiosas e seguiu seu caminho.
O café da manhã foi como sempre muito light, tudo em conformidade com as orientações da nutricionista do Rapadura Biker: um balaio de pão, quarenta e cinco ovos de galinha caipira, quatro cocas de dois litros, um caldeirão de guisado e quinze quilos de cuscuz. A conta somou a cifra de R$ 64,00 (sessenta e quatro reais) e importou em R$ 5,33 para cada um. Registro desde já que Artur Federal fez questão de pagar o valor exato e muito embora eu tenha tentado ficar com cinco contos dele, não consegui tal proeza.
Empós o café fizemos uma breve assembléia e olhando os semblantes de alguns pós-carnavalescos decidimos que o trecho voltando por São Paulo do Potengi seria muito desgastante. Decidimos então desfazer o caminho, evitando tão somente a Formiga. Diminuímos o trajeto em 15 Km e acho que foi uma boa estratégia.
Na volta caiu um temporal. Era cada poça de água no caminho que só passava quem sabia nadar ou estava com o kit de mergulhador.
Chegamos finalmente ao nosso destino, todos ensopados, mas felizes.
O pessoal da Fazenda Divisão disponibilizou uma mangueira para lavagem das bikes e todos assim procederam, alguns até aproveitaram e tomaram o primeiro banho após o carnaval.
Despedimo-nos e tratamos de voltar ao lar. Quando passamos de Santa Maria Bené e Jadson observaram que estávamos sendo seguidos. Olhei para trás e vi uma nuvem preta. Eram as 2011 mutucas que ainda não tinha saciado a sede. Acelerei e consegui fugir delas quando chegamos em Macaiba.
Às 13h00min já estávamos em nossas casas.
Total pedalado: 37 Km.
P.S.: O trajeto tá gravado no meu GPS e quem quiser é só entrar em contato.
P.S.2.: Quem não tiver GPS não tem problema. É só entrar em contato que eu forneço todas as informações para você fazer a trilha.
P.S.3.: Tive o prazer de pedalar na companhia de: Antonino Bezerrão, Artur  Federal, Bené, Carol, Evandro, Flávio de Carol, Flávio Alemão, Jadson, João Paulo, Naldo, Neto, Othon, Milton, Raimundo, Sérgio e Tomaz.

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