29/05/2011

Serra Caiada

ACORDANDO E CONCENTRANDO:

Acordei às 04h00min para buscar a cria mais antiga na balada. Quando cheguei em casa e procurei algum pedaço de sono deixado no quarto não encotrei foi nada. O sol apareceu bonito e tratei de colocar o "modelito" do dia e aguardar a hora de ir ao local de concentração.
Às 05h30min Bené já estava no portão de casa e Claudia Celi já estava pronta no horário. Essa é uma das vantagens do pedal, pois a mulher não precisa fazer unhas, nem tampouco a imprescindível escova, o que já é uma vantagem muito grande.
Chegamos no posto Emaús e lá já encontramos William, Magela, Professor Raimundo e Rochinha.Não demorou muito e foi a vez de Miltinho encostar e logo em seguida quem chegou foi o casal Alex Alcoforado e Thaíse. Depois chegou Eduardo Campos e fechando o grupo o tirolês Moab (também conhecido por Noab, Joab e Hamurábi).
Às 06h15min deixamos o posto, distribuindo os doze ciclistas e as respectivas bicicletas nos carros.
Antes da saída nos despedimos de Jean Claude (se não for francês, tá estudando pra isso) que esperava desde às 05h30min o seu grupo de pedal que ia fazer a Trilha da Galinha, em Goianinha-RN. Convidei para que fosse conosco, mas ele disse que ia esperar mais um pouco. Despedimo-nos em francês, logicamente, lembrando das lições de francês no Diocesano de Mossoró: "au revoir", que por muito tempo eu pensei que era negócio de aviador.

OS QUE LEVARAM FALTA:

Alguns colegas manifestaram de alguma forma durante a semana a intenção de participar do pedal e por tal motivo vão levar falta. Vou nominar cada um e tentar resumir as justificativas sugeridas pelos ciclistas presentes.
MINISTRO AFONSO SEVERO: Dizem que o motivo foi ansiedade. Explico: como o objetivo principal do Ministro era comer a galinha da Elza, ou melhor, na Galinha da Elza, ele preferiu não enfrentar os 42 Km e pediu uma galinha caipira por telefone, estando labendo os dedos até agora.
CONSULESA ALDA: Foi vista na noite anterior no show de Isaque Galvão e ficou anestesiada com o tributo a Altermar Dutra, tendo ido afogar as mágoas no Consulado da Ribeira, de forma que só acordou quando vieram entregar a galinha na sua casa.
NETO PAPA: Teve uma noite daquelas. Aproveitou o friozinho gostoso e arrumou um travesseiro novo, dormindo mais do que gato em bica.
EVANDRO: Ninguém soube explicar, mas acho que ele tava envolvido com o lançamento do mais novo estúdio fotográfico da cidade e acordou cedo pra fazer algum book.
JANIARA: Disse uma fonte fidedigna que a mulher malhou tanta perna na noite anterior que já tinha adquirido condicionamento pra durar um mês.
JÚNIOR VERONA: Foi cumprir uma missão diplomática em Santana do Matos, bem pertinho do Reino de Seráphia.
SERGINHO DAS MINHOCAS: Alegou uma dor na lombar. Segundo o "gineculogista" Bené o problema pode ser a cama, ou melhor tem origem na cama.

A CHEGADA NA FAZENDA NOVILHOS:

Às 07h10min estacionamos na Fazenda Novilhos. Fomos recebidos por Marineide, esposa de Zé Augusto. Começamos os ajustes finais e quando tencionávamos sair chegou a primeira surpresa: Marineide, juntamente com Rebeca que ainda estava com cara de sono, preparou um café da manhã delicioso (cuscuz, ovo bem amarelinho, queijo de manteiga bem novinho, pão, café e leite). Comida gostosa e feita com carinho. Abastecemos a pança, agradecemos e seguimos nosso rumo.

O PEDAL:

Pedalamos um pouco na estrada de barro e logo chegamos na BR 226. O trânsito estava tranquilo e com pouco tempo avistamos a pedra de Serra Caiada.
Entramos na cidade sob os olhares curiosos dos populares. Passamos na rua principal e observamos praças bem conservadas e ruas relativamente limpas. Logo na entrada tem um canal que tá pedindo uma limpeza.
Deixamos a cidade e seguimos por estrada de barro até o Assentamento Três Corações. Do lado direito a pedra enorme da Serra Caiada. Na frente, sempre olhando para nós um pico muito parecido com o Cabugi estava sempre ao alcançe da vista.
Chegando no Assentamento dobramos à direita e do lado esquerdo um açude grande foi nossa paisagem.
Após uns quatro quilômetros do Assentamento tínhamos que entrar à direita para chegarmos em Elói de Souza, entretanto, este navegador que vos escreve estava tão relaxado que cometeu dois erros crassos: não tomou a dianteira e não conferiu as informações do GPS. Ademais, o Professor Raimundo tava hipnotizado pelo pico parecido com o Cabugi, ligou o turbo e saiu na frente com mais de mil, de forma que somente após uns quatro quilômetros foi que percebemos que a rota estava errada, pois a bússola apontava para Tangará e Lagoa de Velhos, que seguramente não era o nosso objetivo.
Em determinado trecho tivemos um gesto incrível de solidariedade. Eduardo Campos, que estava inaugurando a sapatilha de ciclista (pois segundo o próprio a sua experiência anterior com sapatilha foi quando fez um teste para participar do Ballet Bolshoi) resolveu utilizar uma procuração outorgada pelo Papa Neto e beijou o solo sagrado da região de Serra Caiada, tomando um capote que por muito pouco não foi registrado em vídeo. Isso sim é que é amigo, quando um não vem o outro cai no lugar dele.
Paramos numa sombra e nesse instante apareceram uns quinze aparelhos de GPS, todos indicando o nosso erro. Decidimos que o mais prudente era voltar e buscar o caminho correto.
Quando chegamos ao ponto certo que deveríamos entrar tivemos que tomar outra decisão. O sol estava quente e algumas pessoas já não tinham mais água. Optamos então por voltar pelo Assentamento, pois ali sabíamos que encontraríamos uma bodega para abastecimento.
Fiquei juntamente com o agora aclamado Papa Eduardo Campos na companhia de Bené, pois começou a reclamar de cãimbras fortes. O grupo adiantou até o Assentamento e seguiu para uma bodega para nos aguardar.
Bené começou a fazer alongamento para espantar as cãimbras e em determinado momento resolveu fazer um teste com a pernas. Quando começou a andar ficou parecido com o Exterminador do Futuro depois que levou uma chuva de balas, andando com uma perna dura e outra mole. Quando ele finalmente conseguiu chegar no Assentamento foi meio mundo de menino correndo com medo, tendo um deles dito: "Mãe, vem ver o Robocop".
Reunimos então na bodega e tivemos a alegre companhia de Zé de Bidô e seus familiares. Tomamos uns refrigerantes, bebemos muita água e rachamos um saco de pipoca Bokus. Tudo no lugar e Bené já recuperado tomamos o rumo da Fazenda Novilhos.
Paramos na igreja Matriz e tiramos uma foto. Na saída da cidade uma parada para comprar água mineral. Claudia Celi e Bené sentaram num banco da parada de ônibus e tenho certeza se parasse ali um alternativo eles pulariam dentro.
Quando nos preparavarmos para sair de Serra Caiada um carro parou. Do seu interior desceu Neta (a foia - depois eu contou essa estória) que estava indo até um sítio tomar umas truacas. Combinamos que da próxima vez o ponto de apoio vai ser na casa dela. Despedimo-nos e seguimos o rumo.

FAZENDA NOVILHOS: O RETORNO

Às 12h30min chegamos ao terreiro da fazenda e o único incoveniente fou um pneu furado na bicicleta de Bené, que foi logo sanado.
Desta feita Zé Augusto já estava presente e tivemos a segunda surpresa do dia. Marineide preparou um verdadeiro banquete (galinha caipira, pato, carneiro, frango assado, salada de verduras, feijão bem verdinho, arroz, macarrão, batata doce, sucos, refrigerantes e o outras coisas que não gravei, devido a quantidade). Foi um almoço sensacional e veio em muito boa hora, pois todos estavam cansados e com fome.
O pessoal sentou na companhia de Zé Augusto e começou a conversar e comer. Só se ouvia o barulho dos talheres roçando nos pratos e os elogios de um lado a outro da mesa.
Alguns ciclistas se destacaram no aspecto gastronômico e por tal motivo serão aqui destacados:
MAGELA: Pequeno e calado, mas altamente comedor. Parecia mais um boi de campinadeira. Sentei ao lado dele e fiquei de braço doendo de tanto prato diferente e jarra de suco que fiz chegar até o homem. Acho que o seu nome tem origem no povo Magelino da antiga Sicília, conhecidos pelo apetite invejável.
MOAB, JOAB, NOAB ou HAMURÁBI: O representante do Bike Thiiiiiiiiiiiirol é uma verdadeira forageira. O cabra  aprendeu rápido com NBA e Carlos Camboinha (depois eu explico), de forma que repetiu doze vezes e foi o último a sair da mesa,
THAÍSE e ALEX ALCOFORADO: A primeira é caladinha, mas não deixa a boca quieta quando o assunto é mastigatório. O segundo não come carne (o que segundo Bené é um problema pra quem pretende casar), mas não se fez de rogado: atracou-se com a tigela de feijão verde e com a salada, de modo que a sua voz foi pouco ouvida durante toda a comilança.
WILLIAM: Outro cabra calado, mas que tem a boca boa. O homem parece que tinha acabado de tirar do lugar o motor de uma caminhão, de forma que o seu prato tava mais alto do que a própria serra caiada.
ROCHINHA: É mago porquê quer. O ciclista aviador fica somente observando, opinando aqui acolá e trabalhando o queixo. Deve ter uma parceria com o pessoal do Rei dos Colchões, pois na hora de arrumar as bicicletas em cima da caminhonete de Milton o homem tirou de dentro do seu carro aproximadamente uns dezessete colchonetes.
MILTINHO: Esse é corrosivo. Come tudo que passar na frente dele. Comeu tanto e ainda comentou que se soubesse que era tanta fartura tinha trazido uma garrafinha de vinho para abrir o apetite.
Quando a comilança terminou foi o momento de uma pausa digestiva. Quando resolvemos nos despedir a terceira surpresa: Marineide preparou um bolo e somente fomos embora depois de tomar café com bolo quente. Pense uma coisa boa!!!
Enfim, comemos tanto que na volta ninguém sequer olhou para o tradicional Restaurante Galinha da Elza.

AGRADECIMENTOS:

Quando liguei para Zé Augusto foi tão somente para pedir um local seguro para estacionamento dos carros. Um ponto de apoio para nossa saída. O homem, como sempre, foi além e mais uma vez recebeu o Rapadura Biker com muita atenção e carinho.
Em nome de todos agradeço a Zé Augusto, sua esposa Marineide, seus filhos Alexandre, Rebeca e Râmida e a demais pessoas que estavam na Fazenda Novilhos e nos receberam com um sorriso no rosto, nos deixando totalmente à vontade.
Claudia Celi descobriu a bicicleta de Zé Augusto estacionada perto do galinheiro-churrasqueira e na oportunidade foi reafirmado o compromisso do anfitrião pedalar conosco.

DADOS DO PERCURSO:

TOTAL PEDALADO: 45 Km.
TEMPO TOTAL APROXIMADO: 04 horas.
TERRENO: Em sua maioria plano, com pequenos aclives. Asfalto, barro e areia fofa.
PONTOS DE HIDRATAÇÃO: Serra Caiada e Assentamento Três Corações.
NÍVEL DE DIFICULDADE: Médio.
OPÇÕES DE TRILHAS NA REGIÃO: Muitas. De lá é possível chegar em Lagoa de Velhos, Sítio Novo, Tangará, Santa Cruz, Eloi de Souza e outras cidades.
OCORRÊNCIAS DIGNAS DE NOTA: um pneu de furado, muito embora a região tenha muitos espinhos da algarobeira.

O mapa com detalhes do erro e as amplas possibilidades de trilhas na região.

Concentração na Fazenda Novilhos: 07h30min.

Café da Manhã na Fazenda Novilhos: 07h50min.

Moab mostrando a força do Bike Tiiiiirol no café da manhã.

Fotos antes de iniciar o pedal.

Deixando Serra Caiada.

Bené e finalmente uma coisa dura: a perna.

A serra caiada ao fundo.

Foto na Matriz da cidade.

Claudia Celi, Thaíse e Alex Alcoforado.

Claudia Celi e Bené doidos que parasse um ônibus.


Neta (a foia), Claudia Celi e um sobrinho de Verinha Verona.

Enquanto a galera almoçava essa senhora debulhava o feijão verde.

Claudia Celi resgatando a bicicleta de Zé Augusto.

O grupo com a família de Zé Augusto.

Claudia Celi, Marineide, Alexandre e a namorada, Zé Augusto, Râmida e Rebeca.

Bolo quente com café mais quente ainda.
Uma parte dos colchonetes de Rochinha: a bicicleta vai no maior conforto.

Pequena amostra do almoço.

3 comentários:

Oscar Tindô disse...

Benilton, faltou comentários sobre vc, Cláudia e Prof. Raimundo! Kkkkk.

Fabiano disse...

hé mermu falta detalhar isso mermu rsrsrsr meu gibi@!!!

Unknown disse...

Tá nas entrelinhas.