30/01/2011

Pelos Caminhos de Nuestra América

Em outubro de 2010 fui juntamente com Claudia Celi participar do 9º Encontro Nacional de Cicloturismo, em Sacramento-MG, nas beiradas da Serra da Canastra.
A ousadia valeu demais. Apesar de ser um encontro nacional apenas cinco representantes do Nordeste estavam presentes: Claudia, eu e, logicamente, três cearenses, que é a espécie mais cosmopolita que habita o universo.
Chegamos um dia antes da abertura, pois como bons nordestinos (Claudia é paraense, mas já mora no paraiso desde menina, já tendo inclusive aprendido a dizer bexiga lixa e estopõ balaio) somos precavidos. Depois que cuidamos da hospedagem fomos tratar de coisas técnicas: tomar uma cachaça mineira, umas cervejas geladas e beliscar uns nacos de queijo. Para delimitar o nosso território e mostrar que não viemos para brincadeiras, posicionamos nossa mesa bem na entrada do hotel, de modo a obrigar a todos que passassem a olhar para nossas fuças. Não demorou muito e chegou um cabra magrinho, de bigode fino e chapeu no melhor estilo dançarino de salsa. O cabra chegou mais perto e disparou a seguinte pérola: "macho, tu és de onde?". A resposta foi imediata, nós somos do Rio Grande do Norte e você não precisa nem dizer porque tá na cara que é cearense.
Começamos a jogar conversa fora e no meio do assunto o cabra revelou que tinha dado uma volta de bicicleta em torno da América Latina e que veio lançar seu livro e contar suas estórias no evento. Corri os olhos para a programação e conferi o nome do elemento: Rafael Limaverde. Daquele dia em diante  a bancada no Nordeste começou a se formar, sendo completada com Simão e Magno, outros dois cearenses que também honraran o encontro com suas presenças alegres e irreventes.
Ah, tenho que registrar que o time nordestino foi acrescido de Marcelo Viramesa, um paranaense de Curitiba, que se bandeou para nosso lado e revelou-se um grande companheiro.
O lançamento do livro de Rafael, PELOS CAMINHOS DE NUESTRA AMÉRICA - uma pedalada poética pelos confins do continente - superou todas expectativas. O cabra fez uma narrativa de sua viagem e conseguiu prender a atenção de todo mundo. Pra resumir: naquele dia mesmo uma pessoa com crise de hemorróidas sentiu vontade de subir numa bicicleta e pegar estrada.
Durante a fala de Rafael eu olhei pra Claudia e disse: vou levar esse maluco para o RN, pois tenho que dividir a emoção que estou sentindo com os demais Rapaduras.
Depois da palestra fomos comemorar o sucesso em uma mesa de bar e fiz o convite para Rafael lançar o livro e conversar com a galera potiguar. A resposta foi mais rápida do que imediatamente: vou, é só dizer a data.
De lá pra cá os contatos foram mantidos pela internet e na quinta-feira (27/01/2011) Rafael desamuntou do jumento lá no aeroporto Augusto Severo, sendo recebido por Haroldo Motta, Guilherme Lima, Amanda Lima e por mim. O resto da noite eu acho que já contei pra vocês, pois Haroldo Motta me convenceu a saborear a culinária francesa e eu topei. Pura doideira, pois da França eu só conheço "buchade e mão de vaque". Lembrei muito do Professor Raimundo: Je sois une salope? (serei eu uma rapariga?).
Depois da minha experiência franco-gastronômica seguimos para a residência da agradável senhora Francisca Motta, genitora de Haroldo Motta, que abriu as portas de sua casa para hospedar Rafael. Obrigado Dona Francisca.
Na sexta-feira foi treinamento para entrar no Big Brother. Passei a manhã todinha fazendo minha mudança e confesso a vocês que teve uma hora que eu pensei que ia ter uma passamento. Por muito pouco não joguei uma estante do quarto de Guilherme escada abaixo.
Mas se a minha manhã foi infernal, a de Rafael foi pior. O cabra cumpriu uma agenda de entrevistas e passou em praticamente todos os órgãos da mídia impressa, falada e televisada. No fim da tarde encontrei com ele e Haroldo Motta que já estavam na Siciliano tratando dos finalmentes. Ainda tivemos tempo de mandar fazer um banner para o evento.
A noite chegou e o espaço da Siciliano estava repleto de Rapaduras e passantes. Foi muito bom. Mais uma vez as expectativas foram superadas.
Ontem (sábado) foi o momento social. Levamos Rafael até a casa de Júnior Verona em Pirangi e lá encontramos Verinha, Paulo Victor, Mariane, Neta (a foia - depois eu conto esse causo) Serginho, Suzi. Antonino, Pollyana, Carlinhos, Marana, Genival, Humberto, Haroldo Motta e esposa, umas primas e uns amigos dos filhos de Júnior. Tomamos todas que tínhamos direito e outras mais. O cardápio foi no melhor estilo "pra fuder o cú de peixinho". Tinha de tudo: lagosta, bode, camarão, carne assada, codorna, avestruz, carapeba, tainha, feijão de todas as cores, rapadura, mel de furo, queijo, farinha e grapete.
Quando chegou a hora de ir embora o infeliz do cearense ainda não estava satisfeito e disse pra mim na maior cara de jatobá: "Macho, tu me deixas no bar do Roberto Carlos". Eu que não sou de levar desaforo pra casa fui juntamente com Claudia acompanhar o cidadão até o ambiente. Lá fomos recebidos pelo proprietário que já atendeu o pedido de Rafael e botou pra tocar a música Lady Laura, em homenagem a bicicleta que viajou dois anos pela América Latina. Como desgraça e coceira só presta se for de ruma eu liguei pra casa de Serginho. Já era quase onze da noite. Quem atendeu foi Suzi e pela voz eu acho que o homem ainda tava tirando o atrasado da viagem do elefante. Desculpe Serginho, mas garanto a você que não sou AF (atrapalha foda).
Acordei ariado às 08h00min da manhã pra deixar Rafael no aeroporto. No caminho deu uma dor de barriga em mim e a salvação foi o banheiro do Carrefour. Acho que a Covisa interditou o lugar depois que eu conclui a obra.
Deixei Rafael no aeroporto e pedi desculpas por não esperar o jumento da Webjet encostar e fiz carreira pra casa pra concluir o que tinha começado no banheiro do Carrefour. Tô blogando agora igual a um rei: sentado no trono.
P.S.: Dos livros que Rafael trouxe somente quatro não foram vendidos no evento, portanto, quem ainda não adquiriu faça carreira e vá comprar.
P.S.2.: Várias personalidades honraram o evento e vou destacar dois, homenageando todos os demais: repórter fotográfico Canindé Soares e Daivid, do Santuário de Pipa.
P.S.3.: O próximo lançamento será em Mossoró, no final de março, inclusive com a presença de Antônio Francisco, o poeta dos animais. Tá escutando Polary!!!

Um comentário:

Viramesa disse...

Pô Benilton, sou de Maringá, não sou de Curitiba não, macho!!!